Presente eterno e história do tempo presente: encontros, controvérsias e possibilidades

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DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180316432024e0103

Palavras-chave:

temporalidade histórica, acontecimento, Guerra do Contestado, presente eterno, Aion e Cronos

Resumo

Em 9 de fevereiro de 1914, o ideal de uma sociedade igualitária, representado pela Santa Irmandade dos monges José e João Maria, foi interrompido pelo bombardeio da Cidade Santa de Taquaruçu, conduzido por uma aliança de coronéis, políticos e militares de Santa Catarina, região sul do Brasil. Quase um século depois, esse projeto de sociedade ressurgiu através do grupo cultural Renascença Cabocla, fundado por descendentes de devotos dos monges. Este artigo investiga a continuidade dos valores religiosos e sociais da Irmandade ao longo do tempo, destacando o papel de Taquaruçu na memória do conflito chamado Guerra do Contestado e como o grupo Renascença Cabocla mantém vivos esses ideais no presente. Com base em discussões teóricas sobre a história do tempo presente e influenciado pela concepção de temporalidade de Gilles Deleuze, o estudo propõe uma reflexão sobre a coexistência entre o passado e o presente. Identifica-se, assim, no ideal da Santa Irmandade vivido brevemente em Taquaruçu e no grupo Renascença um "tempo alargado e sagrado", que transcende a cronologia linear. Essa abordagem sugere uma revisão da temporalidade histórica que orienta a história do tempo presente, introduzindo a noção de um "tempo eterno" — um presente contínuo e expansivo, como elaborado por Deleuze ao discutir a estrutura do acontecimento entre os tempos Cronos e Aion. Dessa forma, propõe uma ampliação da concepção de tempo histórico que orienta, via de regra, a noção temporal que serve de base epistemológica a história do tempo presente, tal como tem sido debatida e praticada na atualidade.

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Publicado

2024-12-18

Como Citar

RODRIGUES, Rogério Rosa. Presente eterno e história do tempo presente: encontros, controvérsias e possibilidades. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 16, n. 43, p. e0103, 2024. DOI: 10.5965/2175180316432024e0103. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180316432024e0103. Acesso em: 25 dez. 2024.