História e memória do teatro pernambucano: a genealogia de uma memória coletiva
DOI :
https://doi.org/10.5965/2175180313342021e0303Résumé
O artigo analisa o auditório da Secretaria de Saúde e
Neste artigo, analisamos a constituição de uma memória coletiva a partir da contribuição de obras consagradas como fundamentais para a compreensão da trajetória do teatro pernambucano. As obras selecionadas foram: O teatro moderno em Pernambuco, de Joel Pontes; O teatro em Pernambuco, de Alexandre Figueirôa; Por um teatro do povo e da terra, de Luís Maurício Carvalheira e TAP – sua cena e sua sombra, de Antonio Cadengue. Com a análise desses textos, procuramos mostrar de que forma algumas teses sobre o teatro pernambucano foram se consolidando pela regularidade com que foram enunciadas ao longo de cinco décadas. Essas teses foram enquadradas numa narrativa consagrada, através da qual diferentes sujeitos e grupos de teatro foram nomeados e desafiados a comprovarem uma função específica na memória organizadora constituída por essa narrativa, sob pena de caírem no esquecimento por falta de relevância. Neste sentido, a constituição de uma memória coletiva, como estudamos aqui, não tem como tema principal uma correspondência entre os discursos analisados e o “real”, mas a coerência interna de uma narrativa consagrada e suas ideias sobre o teatro pernambucano.
Palavras-chave: história; memória; teatro pernambucano; genealogia.
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