Características fermentativas de leveduras comerciais em mosto de uva

Autores

  • Angelo Gava Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Bento Gonçalves
  • Evandro Ficagna Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Bento Gonçalves
  • Simone Bertazzo Rossato Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Bento Gonçalves

DOI:

https://doi.org/10.5965/24473650312017001

Palavras-chave:

Torulaspora delbrueckii, Fermentação Alcoólica, Acidez Volátil, Parâmetros Cinéticos

Resumo

Na elaboração de vinhos as leveduras possuem papel fundamental na obtenção do produto final, sendo a inoculação de leveduras uma prática comumente utilizada na enologia. O objetivo deste estudo foi avaliar a cinética fermentativa, o grau alcóolico e a acidez volátil na fermentação de um mosto de uvas tintas V. americanas (Isabel e Bordô) por leveduras comerciais. Foram empregadas, Saccharomyces cerevisiae r.f. bayanus, Torulaspora delbrueckii, e três Saccharomyces c. r.f. cerevisiae. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições em cada ponto. As leveduras foram hidratadas, aclimatadas e adicionadas na dose de 30 g/hL. A cinética fermentativa foi monitorada pela liberação de CO2. Após cessada atividade fermentativa, foram avaliados grau alcóolico e acidez volátil. A maior diferenciação entre os tratamentos foi observada na duração da fase Lag, tendo a T. delbrueckii aproximadamente 100h, e S. cerevisiae X5 destacando-se positivamente pelo menor período, cerca de 12h. A velocidade máxima de fermentação (1,0 a 1,2 g/L/h), o grau alcoólico (11,2 a 11,3%) e a perda máxima de CO2 (21,7 a 22,8 g/L) não apresentaram diferenças significativas, entretanto, o momento onde ocorre a Taxa Máxima (h) foi o segundo fator com maior variância entre os tratamentos, variando de 50 h (S. c. X5) até 130 h (Torulaspora d.). Quanto à acidez volátil, a levedura Torulaspora delbrueckii destacou-se negativamente apresentando a mais elevada concentração no meio (0,8 g/L).

Referências

ARNEBORG, N., SIEGUMFELDT, H., ANDERSEN, G.H., NISSEN, P., DARIA, V.R., RODRIGO, P.J., e GLÜCKSTAD, J. Interactive optical trapping shows that confinement is a determinant of growth in a mixed yeast culture. FEMS microbiology letters, v. 245, n. 1, p. 155-159, 2005.

BELDA, I., NAVASCUÉS, E., MARQUINA, D., SANTOS, A., CALDERON, F., e BENITO, S. Dynamic analysis of physiological properties of Torulaspora delbrueckii in wine fermentations and its incidence on wine quality. Applied microbiology and

biotechnology, v. 99, n. 4, p. 1911-1922, 2015.

BISSON, Linda F.; JOSEPH, CM Lucy; DOMIZIO, Paola. Yeasts. In: Biology of Microorganisms on Grapes, in Must and in Wine. Springer, Cham, 2017. p. 65-101.

BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO. (2005) - Instrução Normativa n°24, de 8 de setembro de 2005. Brasília. Disponível em www.agricultura.gov.br. Acesso em 12/11/2017.

CHAVES LÓPEZ, C., BOSELLI, E., PIVA, A., NDAGHIJIMANA, M., PAPARELLA, A.,mSUZZI, G., e MASTROCOLA, D. Influence of quinoxyfen residues on Saccharomyces cerevisiae fermentation of grape musts. Food Technology and Biotechnology, v. 42, n. 2, p. 89-97, 2004.

CIANI, Maurizio; PEPE, Vincenzo. The influence of pre‐fermentative practices on the dominance of inoculated yeast starter under industrial conditions. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 82, n. 5, p. 573-578, 2002.

CONTRERAS, A., HIDALGO, C., HENSCHKE, P. A., CHAMBERS, P. J., CURTIN, C., e VARELA, C. Evaluation of non-Saccharomyces yeasts for the reduction of alcohol content in wine. Applied and environmental microbiology, v. 80, n. 5, p. 1670-1678,2014.

DEBASTIANI, G., LEITE, A.C., WEIBER JUNIOR, C.A. e BOELHOUWER, D.I. Cultura da Uva, Produção e Comercialização de Vinhos no Brasil: Origem, Realidades e Desafios. Revista Cesumar– Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v. 20, n. 2, 2016.

FLEET, Graham H. Yeasts in foods and beverages: impact on product quality and safety. Current opinion in biotechnology, v. 18, n. 2, p. 170-175, 2007.

FLEET, Graham. Spoilage yeasts. Critical reviews in biotechnology, v. 12, n. 1-2, p. 1-44, 1992.

HORNSEY, Ian Spencer. The chemistry and biology of winemaking. Royal Society of Chemistry, 2007.

HUANG, L. The USDA Integrated Pathogen Modeling Program. 2014. INSTITUTO BRASILEIRO DO VINHO (IBRAVIN), 2016.

INTERNATIONAL ORGANISATION OF VINE AND WINE (OIV). Compendium of international methods of wine and must analysis, 2009.

JULIEN, Anne Ortiz; SALMON, Jean-Michel. Mejora de la fermentación alcohólica en condiciones extremas. 2008.

KUTYNA, D. R., VARELA, C., HENSCHKE, P. A., CHAMBERS, P. J., e STANLEY, G. A. Microbiological approaches to lowering ethanol concentration in wine. Trends in Food Science & Technology, v. 21, n. 6, p. 293-302, 2010.

LAMBRECHTS, M. G.; PRETORIUS, I. S. Yeast and its importance to wine aroma. 2000.

O'NEILL, B., VAN HEESWIJCK, T., e MUHLACK, R. Models for predicting wine fermentation kinetics. Chemeca 2011: Engineering a Better World: Sydney Hilton Hotel, NSW, Australia, 18-21 September 2011, p. 1956, 2011.

PRETORIUS, Isak S. Tailoring wine yeast for the new millennium: novel approaches to the ancient art of winemaking. Yeast, v. 16, n. 8, p. 675-729, 2000.

RENAULT, Philippe-Emmanuel. Caractérisation phénotypique de l’espèce Torulaspora delbrueckii en conditions œnologiques. Application à la co-inoculation avec l’espèce Saccharomyces cerevisiae. 2010. Tese de Doutorado. Bordeaux2.

RINALDI, S., TIANO, A., SERBAN, S., PITTSON, R., LAJIC, Z., POLITI, H., EL MURR, N., ARMANI, A. e CAVAZZA, A. Monitoring wine quality and fermentation kinetics with innovative technologies. In: XXIX Congreso mundial de la viña y el vino: 4a asamblea general de la OIV. Madrid: Ministerio de agricultura, pesca y alimentación. 2006. p. 10.

SILVA, F. A. S. ASSISTAT-Assistência Estatística, versão 7.6. Universidade Federal de Campina Grande-PB. 2013.

ZOTT, K., MIOT-SERTIER, C., CLAISSE, O., LONVAUD-FUNEL, A., e MASNEUFPOMAREDE, I. Dynamics and diversity of non-Saccharomyces yeasts during the early stages in winemaking. International journal of food microbiology, v. 125, n. 2, p.197-203, 2008.

ZWIETERING, M. H., JONGENBURGER, I., ROMBOUTS, F. M., e VAN’T RIET, K. Modeling of the bacterial growth curve. Applied and environmental microbiology, v. 56, n. 6, p. 1875-1881, 1990.

Downloads

Publicado

2017-12-15