O arquivo, esse monstro temível e sedutor, é transparente e opaco: as histórias de aprendizagem da artista plástica Voluspa Jarpao

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175234612262020227

Palavras-chave:

Voluspa Jarpa, arquivos, ditaduras, tecnologias digitais, visibilidades

Resumo

O artigo investiga a instalação “Histórias de aprendizagem” da artista plástica chilena Voluspa Jarpa Saldías, que empreende a leitura do arquivo e sua desconstrução, articulando uma nova interpretação do passado, mas, sobretudo, uma leitura diversa da concepção da História, compreendida como uma descontinuidade perpassada pelo esquecimento e pelo apagamento, pois o que está em jogo é o próprio conceito de verdade histórica. A pesquisa empreende a perquirição dos sentidos do silêncio como algo que significa e que se distingue do implícito, que precisa do “dito” para colocar-se sob o sentido, sendo possível pensar o silêncio e a borradura como agentes da censura que dizem respeito ao que não pode ser enunciado em determinadas circunstâncias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ramsés Albertoni Barbosa, Federal University of Rio de Janeiro

Professor de literatura. Mestre em Poética pela UFRJ. Mestrando em Comunicação pelo PPGCOM-UFJF.

Referências

ARENDT, H. Ensayos de comprensión: 1930-1954. Madrid: Caparrós editores, 2005.

CRARY, J. Suspensões da percepção: atenção, espetáculo e cultura moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

DERRIDA, J. Mal de arquivo – uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2001.

DIDI-HUBERMAN, G. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto; Museu de Arte do Rio, 2013.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 2007.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

FOUCAULT, M. Qu'est-ce que la critique? Critique et Aufklärung. Conferência proferida em 27 de maio de 1978. Tradução de Gabriela Lafetá Borges e revisão de Wanderson Flor do Nascimento. Bulletin de la Société Française de Philosophie, vol. 82, n. 2, p. 35-63, avr/juin, 1990. Disponível em: http://portalgens.com.br/portal/images/stories/pdf/critica.pdf. Acesso em: 3.4.2018.

GIANVECCHIO, A. Presença na ausência: amnésias políticas e resistências poéticas na memória da ditadura civil-militar brasileira (1964-1981). Tese de Doutorado. 197 p. São Paulo: FAUUSP, 2015.

JARPA, V. Historia, archivo e imagen: sobre la necesidad de simbolizar la historia. Contra Corriente, v. 12, n. 1, 2014, p. 14-29. Disponível em: https://acontracorriente.chass.ncsu.edu/index.php/acontracorriente/article/download/1295/2219/. Acesso em: 20.10.2018.

JARPA, V. Diálogos de la memoria. Archivos para La Paz. Seminario Internacional. Centro de Memoria Historia. Disponível em: http://centrodememoriahistorica.gov.co/descargas/dialogos-memoria/ponencias/011-VoluspaJarpa.pdf. Acesso em: 20.10.2018.

KOSELLECK, R. A configuração moderna do conceito de História. In: KOSELLECK, R. O conceito de História. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

ROLNIK, S. Furor de arquivo. Disponível em: https://www.ppgav.eba.ufrj.br/wp-content/uploads/2012/01/ae22_Suely_Rolnik.pdf. Acesso em: 20.4.2019.

Downloads

Publicado

2020-01-01

Como Citar

BARBOSA, Ramsés Albertoni. O arquivo, esse monstro temível e sedutor, é transparente e opaco: as histórias de aprendizagem da artista plástica Voluspa Jarpao. Palíndromo, Florianópolis, v. 12, n. 26, p. 227–239, 2020. DOI: 10.5965/2175234612262020227. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/15186. Acesso em: 20 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Seção aberta