Bordado e subjetividade: o bordado como gesto cartográfico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175234611232019050

Palavras-chave:

bordado, subjetividade , cartografia, corpo, devir

Resumo

O presente artigo pretende discorrer sobre as relações entre o fazer poético e processual do bordado e a questão da subjetividade, percebendo como é possível valer-se do bordar como gesto cartográfico, como sugerido por autores pós-estruturalistas tais como Deleuze e Guattari, e também Rolnik. Para tal, são revisitados os processos poéticos envolvidos na fatura de um trabalho de conclusão de curso, denominado Os Avessos de Nós: Bordado na representação do corpo feminino. Este, relaciona os conceitos ao redor da subjetividade, em específico a subjetividade feminina, com os processos da fatura do bordado, atentando para quais são as contaminações entre o fazer manual e a representação do corpo como território afetivo. Desta forma, visa-se compreender de que forma a prática manual se relaciona com o corpo, tanto aquele representado como o agente da fatura, e como ele opera como meio de existencializar de devires, além de conotar a importância do uso de meios classificados como artesanais na manutenção das subjetividades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina de Aguiar Casali Dias, Universidade do Estado de Santa Catarina

Graduada em Bacharelado em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Produziu seu trabalho de conclusão de curso a partir de reflexões sobre a representação do corpo feminino da história da arte e suas relações com o bordado. Tem interesse nos estudos de gênero e suas relações políticas com a história da arte, já tendo apresentado trabalhos em congressos e eventos sobre o assunto. Tem experiência na área de Artes Têxteis, dedicando-se atualmente ao estudo das técnicas de bordado, trabalhando a partir da interlocução dos temas: corpo, feminismo e artes têxteis, e explorando as possibilidade de diálogo entre meios artísticos como a gravura, bordado, performance e o vídeo. Teve sua primeira exposição individual, denominada "Avessos de Nós" no ano de 2018, na Fundação BADESC, tendo sido contemplada pelo edital de Primeira Individual da instituição. Trabalhou como curadora e produtora de eventos artísticos e culturais na cidade de Florianópolis, participando da idealização e organização do evento Semana Feminista das Artes Visuais, ocorrido na UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina, e sendo curadora da mostra CORPO-TEXTO.

Referências

BRAIDOTTI, Rosi. Metamorfosis: Hacia una teoría materialista del devenir. Madrid: Akal, 2005. Tradução de: Ana Varela Mateos.

GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Cartografias do Desejo. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

GUIMARÃES, Mariana. O fio como paisagem na mediação casa, corpo e obra. In: Encontro da Associação Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas, ANPAP, 26., 2017, Campinas. Artigo. Campinas: [s.i.], 2017. v. 1, pp. 1 - 11.

PARKER, Rozsika. The Subversive Stitch: Embroidery and the Making of the Feminine. London: Tauris & Co Ltda, 2010.

MULVEY, Laura. Visual Pleasure and Narrative Cinema. In: MAST, Gerald. Film Theory and Criticism: Introductory Readings. Nova Iorque: Oxford Up, 1974. pp. 833-843.

ROLNIK, Suely. Subjetividade Antropofágica. 1998. Disponível em: <http://www.pu-csp.br/nucleodesubjetividade/suely rolnik.htm>. Acesso em: 18 fev. 2018.

____________. Uma insólita viagem à subjetividade: fronteiras com a ética e a cultura. 1998. Disponível em: <http://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/suely rolnik.htm>. Acesso em: 18 fev. 2018.

____________. Novas figuras do caos: mutações da subjetividade contemporânea. 1996. Disponível em: <http://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/suely rolnik.htm>. Acesso em: 18 fev. 2018.

____________. Toxicômanos de identidade: subjetividade em tempo de globalização. 1996. Disponível em: <http://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/suely rolnik.htm>. Acesso em: 18 fev. 2018.

____________. Pensamento, corpo e devir: Uma perspectiva ético/estético/política no trabalho acadêmico. 1993. Disponível em: <http://www.pucsp.br/nucleodesubjetivi-dade/suely rolnik.htm>. Acesso em: 18 fev. 2018.

____________. Cartografia ou de como pensar com o corpo vibrátil. 1989. Disponível em: <http://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/suely rolnik.htm>. Acesso em: 18 fev. 2018.

Downloads

Publicado

2019-01-11

Como Citar

DIAS, Marina de Aguiar Casali. Bordado e subjetividade: o bordado como gesto cartográfico. Palíndromo, Florianópolis, v. 11, n. 23, p. 50–61, 2019. DOI: 10.5965/2175234611232019050. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/13278. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos Seção aberta