A equação da brasilidade em “Alegria, alegria”: panorama e aspectos formais

Autori

  • Pedro Henrique Martins Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530406012021e0020

Parole chiave:

Alegria, alegria, Tropicália, música popular - Brasil, brasilidade, análise musical

Abstract

O eixo central deste artigo é uma análise da canção “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso, com interesse em aspectos formais de certa representação da brasilidade na música comercial radiofônica local durante os anos sessenta. Apontamos como a canção, proponente no III Festival de Música Popular Brasileira, de 1967, e espécie de manifesto de primeira hora pelo programa estético da Tropicália, suspende uma interpretação consagrada da brasilidade ao tensionar os pares conceituais antitéticos arcaico/moderno e local/universal. Visando à exposição do argumento, percorremos, em detalhe, procedimentos que chamamos multidirecionamento e justaposição, realizados entre os estratos musical e poético. À luz dos elementos levantados, ressaltamos, enfim, como “Alegria, alegria” encampa, na própria estrutura, impasses que inflexionam o debate da brasilidade ante o influxo global da cultura de massas.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Biografia autore

Pedro Henrique Martins, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Doutor em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autor do livro A Canção Tropicalista (Fino Traço, 2017). Atuou nos núcleos de pesquisa Acervo de Escritores Mineiros (FALE-UFMG) e Projeto República (FAFICH-UFMG).

Riferimenti bibliografici

CALIL, Ricardo (org.); TERRA, Renato (org.). Uma Noite em 67: entrevistas completas com os artistas que marcaram a era dos festivais. São Paulo: Planeta, 2013.

CAMPOS, Augusto de. Balanço da Bossa: e outras bossas. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1993.

CICERO, Antonio. O Tropicalismo e a MPB. In: Finalidades sem fim. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 54-72.

DE CARLI, Ana Mery Sehbe. Caetano: ontem e sempre. In: DE CARLI, Ana Mery Sehbe (org.); RAMOS, Flávia Brocchetto (org.). Tropicália: gêneros, identidades, repertórios e linguagens. Caxias do Sul: Educs, 2008.

DUNN, Christopher. Brutality Garden: Tropicalia and the emergence of a Brazilian counterculture. Chapel Hill: University of California Press, 2001.

FAVARETTO, Celso. Tropicália: alegoria, alegria. 4. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.

FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Que acorde ponho aqui?. 2010. 817 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, Campinas, SP. Disponível em: http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/284967.

GUIMARÃES, Valéria. A Passeata Contra a Guitarra e a “Autêntica” Música Brasileira. In: RODRIGUES, Cristina Carneiro; LUCA, Tania Regina de; GUIMARÃES, Valéria (org.). Identidades Brasileiras: composições e recomposições. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014. p. 145-173. Disponível em: http://books.scielo.org/id/h5jt2/pdf/rodrigues-9788579835155-07.pdf.

LEITE, Carlos Augusto Bonifácio. Figurações da violência na estética tropicalista. O Eixo e a Roda, Belo Horizonte, v. 24, n. 2, p. 105-120, 2015. Disponível em: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/8567.

MILANI, Vinícius Tadeu. Entre o Som e a Cena: as afinidades tropicalistas na canção de Caetano Veloso e no teatro de José Celso Martinez Corrêa (1966-1968). 2020. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Setor de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/69566.

MONTEIRO, Walmir dos Santos. “Nada no bolso ou nas mãos”: influências do existencialismo sartreano na contracultura brasileira. 2007. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Severino Sombra, Vassouras. Disponível em: http://www.existencialismo.uerj.br/pdf/disserwalmir.pdf.

NAPOLITANO, Marcos. Tela em Transe: os festivais como polos de criação da MPB In: Seguindo a Canção: engajamento político e indústria cultural na MPB (1959-1969). São Paulo: Versão digital revista pelo autor, 2010. p. 148-182. Disponível em: https://www.academia.edu/3821530/SEGUINDO_A_CANCAO_digital.

OLIVEIRA, Leonardo Davino de. Alegrias, Esperas e Outras Críticas do Sujeito Cancional Censurado. Garrafa, Rio de Janeiro, v. 16, n. 46, p. 23-46, 2018. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/garrafa/article/viewFile/23941/13266.

ORTIZ, Renato. A Moderna Tradição Brasileira: cultura brasileira e indústria cultural. 5.ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

SANDRONI, Carlos. Adeus à MPB. In: CAVALCANTE, Berenice; STARLING, Heloisa. EISENBERG, José (org.). Decantando a República: inventário histórico e político da canção popular moderna brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. p. 24-35.

SCHWARZ, Roberto. Verdade Tropical: um percurso de nosso tempo. In: Martinha versus Lucrécia: ensaios e entrevistas. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 52-110.

SCHWARZ, Roberto. Cultura e Política, 1964-1969. In: O Pai de Família: e outros estudos. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

TATIT, Luiz. O Século da Canção. 2. ed. Cotia: Ateliê Editorial, 2008.

TATIT, Luiz. Análise Semiótica Através das Letras. 2. ed. Cotia: Ateliê Editorial, 2002.

VASCONCELOS, Gilberto. Música popular: de olho na fresta. Rio de Janeiro: Graal, 1977.

VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Pubblicato

2021-10-19

Come citare

MARTINS, Pedro Henrique. A equação da brasilidade em “Alegria, alegria”: panorama e aspectos formais. Orfeu, Florianópolis, v. 6, n. 1, 2021. DOI: 10.5965/2525530406012021e0020. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/20084. Acesso em: 18 mag. 2024.