A produção da encenação a partir da música na ópera “Otello”, de Verdi-Boito
DOI:
https://doi.org/10.5965/2525530406012021e0028Palabras clave:
ópera, Othello, Orquestração, teoria dos afetos, doutrina do ethosResumen
O presente artigo pretende investigar a relação entre música e teatro na ópera Otello, de Verdi e Boito, o emprego da orquestração musical na produção de possíveis sentidos cênicos ou, em outras palavras, a música fazendo teatro, na fusão desses gêneros artísticos, dando origem a um terceiro que se materializa na referida ópera. Para tanto, a investigação articula o conceito de obra de arte total, de Trahndorff-Wagner, como ponto de partida para abordar o campo híbrido entre as artes que a ópera representa; em seguida, reflete sobre a doutrina do êthos, herdada do mundo helênico, e a teoria dos afetos, que atinge o ápice no período Barroco, como sendo teses dedicadas a pensar a ação da música no indivíduo; na sequência, observam-se os ideais de reforma da ópera, segundo Metastasio, como uma iniciativa destinada a construir um léxico operístico; e, por fim, sintetiza tais conceitos, confrontando a partitura e o libreto, de Otello. O trabalho justifica-se a pela escassez de propostas dessa natureza envolvendo a obra verdiana, em especial, Otello, na língua portuguesa; proporcionar o estudo da música em conexão com outras artes; e porque o estudo das relações dos elementos que compõem a ópera enriquece a pedagogia desse gênero artístico.
Descargas
Citas
ABBIATI, F. Giuseppe Verdi. Milano: Ricordi, v. II, 1963.
ARISTÓTELES. Política. Trad. de Mário da Gama Kury. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985.
ARISTÓXENO. Harmonica. In: MACRAN, H. S. (ed.). The Harmonics of Aristoxenus. Oxford: Clarendon Press, 1902, p. 165 – 222.
BARKER, A. Did Aristoxenus Write Musical History? In: HUFFMAN, C. A. (ed.). Aristoxenus of Tarentum: discussion. New Jersey: 2012, v. 17, p. 1 – 28.
BOITO, A. Otello: dramma lirico in 4 atti. Milano: G. Ricordi & C., 1886.
CAGE, J. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HypmW4Yd7SY. Acesso em: 11 nov. 2020.
CHOCIAY, R. Teoria do Verso. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1974.
CREESE, D. Instruments and Empiricism in Aristoxenus’ Elementa Harmonica. In: HUFFMAN, C. A. (ed.). Aristoxenus of Tarentum: discussion. New Jersey: 2012, v. 17, p. 29 – 64.
CONATI, M. Carteggio Verdi-Boito. Parma: Istituto Nazionale di Studi Verdiani, 2015.
FUBINI, M. Piero Metastasio: Opere. Milano: Riccardo Ricciardi Editore, 1968.
GATTI, P. A expressão dos afetos em peças para cravo de François Coupeirin (1668-1733). Universidade Estadual de Campinas – Instituto de Artes.
GBOPERA. Disponível em: https://www.gbopera.it/2018/01/pietro-metastasio-roma-3-gennaio-1698-vienna-12-aprile-1782-a-320-anni-dalla-nascita/. Acesso em: 29 set. 2021.
GUARNERIO, P. E. Manuale de versificazione italiana. Milano: Casa Editrice Dottor Francesco Vallardi, 1893.
HELLER, W. Music in the Barroque. New York: W.W. Norton and Company, 2014.
MATTHESON, J. Das neueröffnete Orchestre. Trad. de Lucia Carpena e Renati Sudhaus (Nov./2000). Hamburgo,1713.
MESSA in scena: Otello. Milano: R. Stabilimento Musicale Ricordi, 1886.
NASCIMENTO, J. P. C.; SILVA, M. G. História e Crítica Musical: da Antiguidade ao Barroco. Batatais: Claretiano, 2016.
NATALI, G. La vita e le opere di Pietro Metastasio. Livorno: Raffaello Giusti Editore, 1923. Opera.it. Disponível em: http://www.operait.org/wp-content/uploads/2013/04/7storiaopera.doc. Acesso em: 11 nov. 2020.
PIANIGIANI, G. Giuseppe Verdi. Otello. Pisa: ETS, 2010.
PLATÃO. A República. Trad. de Carlos Alberto Nunes. 3a. ed. Belém: EDUFPA, 2000.
PLUTARCO. De Musica. In: DUBNER, F (ed.). Plutarchi scripta moralia – Græce et Latine. Paris: Editore Ambrosio Firmin Didot, 1841, v.2, p. 1382 – 1402.
ROCCONI, E. Aristoxenus and Musical Ethos. In: HUFFMAN, C. A. (ed.). Aristoxenus of Tarentum: discussion. New Jersey: 2012, v. 17, p. 91 – 128.
TRAHNDORFF, K. F. E. Ästhetik oder Lehre von Weltanschauung und Kunst. Berlin: Maurer, 1827.
TOMAS, L. Música e Filosofia - Estética Musical. São Paulo: Ed. Irmãos Vitale, 2004.
VIAGRANDE, R. Verdi e Boito “all’arte dell’avvenire”: storia di un’amicizia e di una collaborazione artistica. Milano: Casa Musicale Eco, 2013.
WAGNER, R. Die Kunst und die Revolution. Leipzig: Otto Wigand Verlag, 1849.
WAGNER, R. Das Kunstwerk der Zukunft. Leipzig: Otto Wigand Verlag, 1850.
WEISS, P. L’Opera italiana nel’700. Roma: Astrolabio, 2013.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Carlos Eduardo Silva

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
 
							




 Este site está licenciado sob uma licença
 Este site está licenciado sob uma licença 