Entre o músico e o professor: o percurso do reconhecimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530406012021e0005

Palavras-chave:

profissionalização docente em música, formação de professores, profissionalização, reconhecimento profissional

Resumo

Este artigo se antepara em uma pesquisa de abordagem qualitativa que teve como sujeitos sociais músicos portugueses e brasileiros que se tornaram docentes. O trabalho assume como objetivo discutir o percurso e os processos pelos quais construíram o reconhecimento de si como professores de música, a partir de entrevistas narrativas, e refletir sobre as potencialidades desta estratégia de contar histórias da sua história de vida na investigação na área da educação musical. Os resultados interpretados alcançam um conjunto complexo de momentos e acontecimentos, desenhando caminhos para alguns inesperados e não desejados, que no conjunto vão proporcionando experiências nas quais percebem o sentido de ser na relação com o outro e nas quais constroem os saberes que mobilizam no seu cotidiano profissional, permitindo que o “saber docente” escape a exclusividade da formação acadêmica, sendo construído também por meio do constante deslocamento do passado e do futuro destes sujeitos sociais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Anderson Fabrício Andrade Brasil, Universidade Federal do Tocantins

Professor Assistente da Universidade Federal do Tocantins no curso de Educação do Campo - habilitação em Artes e Música, ensina as disciplinas Canto Coral, Violão Eletivo e Estágio Supervisionado. Doutor em Musica pela Universidade Federal da Bahia, possui Mestrado (2014) e Graduação (2008) em Música pela mesma instituição. Integrou como violonista e saxofonista a bicentenária Banda de Música da Polícia Militar da Bahia. Foi professor de Musicalização Infantil nas Extensões da Escola de Música da UFBA. Coordenou o projeto da Polícia Militar da Bahia: Música e Comunidade. Foi tutor de canto coral: no DETRAN/ BA, atuou como professor de música na Escola de Educação Percussiva Integral - EEPI, ensinado técnica vocal e teoria musical. Na Comunidade da Baixa Fria na cidade de Salvador ensinou violão clássico/popular por meio da Missão Nordeste. Foi professor no Colégio Militar atuando no ensino fundamental e médio por seis anos. Foi professor substituto em caráter de dedicação exclusiva das disciplinas Estágio Supervisionado, Prática de Ensino e Instrumento Suplementar Violão - II, III, IV na Universidade Federal da Bahia. Integra o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação do Campo - GEPEC/UFT e o Grupo de Estudo e Pesquisa Educação Musical - EMIC. Lançou em 2014 o CD autoral "Encanto do Sol" e em 2016 o seu livro "Batucando aqui, trabalhando ali", que retrata a profissionalização em música por meio de projetos sociais. Atualmente vem pesquisando sobre os seguintes temas: Educação Musical em Projetos Sociais e Música / Sociedade. Cantor, compositor e instrumentista, teve algumas de suas canções gravadas em CDs de alguns dos maiores festivais de música do Brasil.

Referências

ABREU, Delmary Vasconcelos de. Compreender a profissionalização de professores de música: contribuições de abordagens biográficas. Opus, Porto Alegre, v. 17, n. 2, p. 141-162, dez. 2011.

ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo de. Perspectivas atuais da pesquisa sobre docência. In: BUENO, Belmira; CATANI, Denice Bárbara; SOUSA, Cynthia Pereira de et al. Docência, memória e gênero: estudos sobre formação. São Paulo: Escrituras, 1997. p. 65-74.

AMADO, João (coord.). Manual de Investigação Qualitativa em Educação. Coimbra: Imprensada Universidade, 2014.

ARROYO, Miguel. Ofício de Mestre. Imagens e autoimagens. 15. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2013.

BELLOCHIO, Cláudia. A formação profissional do educador musical: algumas apostas. Revista Abem, Porto Alegre, n. 8, p. 17-24, mar. 2003.

BRASIL, Anderson. Música e periferia: o sonho e o real em um mundo negro chamado Bahia. Curitiba: APPRIS, 2019.

BURNIER, Suzana et al. História de vida dos professores: o caso da educação profissional. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 12, n. 35, p. 343-358, maio/ago. 2007.

CAVACO, Carmen. Experiência e Formação experiencial: a especificidade dos adquiridos experienciais. Educação Unisinos, São Leopoldo, v. 13, n. 3, p. 220-227, 2009.

CHAGAS NETO, Antônio. Interações sociais construídas no ensino particular de violino e flauta doce: estudos de caso sobre relações de ensino e aprendizagem com crianças de dois e três anos. 2018. 163 f. Tese (Doutorado em Música) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2018.

CONNELLY, Michael; CLANDININ, Jean. Stories of experience and narrative inquiry. Educational Researcher, Washington, v. 19, n. 5, p. 2-14, jun./jul. 1990.

DOMINICÉ, Pierre. O que a vida lhes ensinou. In: NÓVOA, António; FINGER, Mathias (org.). O método (auto)biográfico e a formação. Lisboa: Ministério da Saúde, Departamento de Recursos Humanos da Saúde, Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional, 1988. p. 131-153.

HARARI, R. Uma introdução aos quatro conceitos fundamentais de Lacan. Campinas: Papirus, 1990.

JOSSO, Marie-Christine. História de vida e projeto: a história de vida como projeto e as “histórias de vida” a serviço de projetos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 25 n. 2, p. 11-23, jul./dez. 1999.

JOSSO, Marie-Christine. Transformação de si a partir da narração de histórias de vida. Educação, Porto Alegre, v. 30, n. 3, p. 413-438, set./dez. 2007.

JOSSO, Marie-Christine. Experiências de vida e formação. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2010.

JOVCHELOVITCH, Sandra; BAUER, Martin. Entrevista narrativa. In: BAUER, Martin; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 90-113.

KRAEMER, Rudolf-Dieter. Dimensões e funções do conhecimento pedagógico-musical. Em Pauta, Porto Alegre, v. 11, n. 16/17, p. 49-73, abr./nov. 2000.

LACAN, Jaques. A angústia. O Seminário, livro 10. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

LATOUR, Bruno. Ciência em ação. Como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Unesp, 2000.

NÓVOA, António (org.). Vidas de Professores. Porto: Porto Editora, 2000.

NÓVOA, António. Os professores e as Histórias da sua vida. In: NÓVOA. António (org.). Vidas de professores. Portugal: Porto Editora, 1992.

NÓVOA, António; FINGER, Mathias. O método (auto)biográfico e a formação. Lisboa: MS/DRHS/CFAP, 1988.

PASSEGGI, Maria da Conceição. A experiência em formação. Educação, Porto Alegre, v. 34, n. 2, p. 147-156, 2011.

PASSEGGI, Maria da Conceição (org.). Tendências da Pesquisa (auto) biográfica. Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2008.

RICOEUR, Paul. Memória, a história, o esquecimento. Campinas: Unicamp, 2007.

RICOEUR, Paul. O percurso do reconhecimento. São Paulo: Loyola, 2006.

RICOEUR, Paul. Da metafísica à moral. Rio Tinto: Piaget, 1997.

RICOEUR, Paul. O si-mesmo como um outro. Trad. Luci Moreira Cesar. Campinas: Papirus, 1991.

SALDANHA, Fernando Acílio Maia. Do Sujeito capaz ao sujeito de direito: um percurso pela filosofia de Paul Ricoeur. 2009. 367 f. Tese (Doutoramento em Filosofia) – Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2009.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.

Downloads

Publicado

2021-06-17

Como Citar

BRASIL, Anderson Fabrício Andrade; CAETANO, Ana Paula; PAZ, Ana. Entre o músico e o professor: o percurso do reconhecimento. Orfeu, Florianópolis, v. 6, n. 1, 2021. DOI: 10.5965/2525530406012021e0005. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/19207. Acesso em: 22 dez. 2024.