Painéis semânticos e o Atlas Mnemosyne: possíveis aproximações metodológicas
DOI:
https://doi.org/10.5965.25944630932025e7490Palavras-chave:
design, história da arte, painéis semânticos, Aby Warburg, atlas mnemosyneResumo
Durante o desenvolvimento do projeto de design, o painel semântico é apresentado como uma ferramenta criativa de inspiração visual, a qual possibilita a tradução de ideias e conceitos por meio de imagens. No entanto, há poucos estudos específicos sobre sua metodologia e construção. No campo da história da arte, Aby Warburg (1866-1929) investigou uma vasta documentação e reuniu mais de mil imagens organizadas em painéis visuais em sua obra Atlas Mnemosyne (1929). O artigo parte da hipótese de que é possível aproximar os painéis semânticos às pranchas do Bilderatlas. Propõe-se uma aproximação metodológica entre design e história da arte e, para isso, os painéis semânticos e as pranchas warburguianas foram apresentados, comparados, diferenciados e aproximados. Como resultados dessa análise, observou-se que diferentes fontes imagéticas, incluindo desde fontes primárias como imagens produzidas pelo próprio designer, assim como reproduções de obras acessadas em acervos de museus e coleções contribuem para resultados mais ricos e significativos. Outro aspecto revelado diz respeito à intencionalidade na organização das imagens no painel, as quais promovem múltiplas possibilidades de percursos de interpretação. Por fim, sugere-se que o painel não faça parte de somente uma etapa do processo de criação em design, mas que seja revisitado em diversos momentos do desenvolvimento do produto.
Downloads
Referências
BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2000.
CASSIDY, Tracy Diane. Mood boards: Current practice in learning and teaching strategies and students' understanding of the process. International Journal of Fashion Design, Technology and Education, Manchester, p. 43–54, 2009. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/263775523_The_Mood_Board_Process_Modeled_and_Understood_as_a_Qualitative_Design_Research_Tool. Acesso em: 14 mar. 2025.
CASSIDY, Tracy Diane. The Mood Board Process Modeled and Understood as a Qualitative Design Research Tool. Fashion Practice, v. 3, n. 2, p. 225–252, 2011. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/263775523_The_Mood_Board_Process_Modeled_and_Understood_as_a_Qualitative_Design_Research_Tool. Acesso em: 14 mar. 2025.
CAMPOS, Daniela Queiróz. O Atlas como método para o Design: O uso do Atlas e dos conceitos de montagem como ferramenta metodológica para pesquisa visual. e-Revista LOGO, v.4, n.1, p. 91-104, 2015. Disponível em: https://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/erevistalogo/article/view/3478/4101. Acesso em: 22 abr. 2025.
CAMPOS, Daniela Queiróz. O Atlas Mnemosyne e o painel semântico. A história da arte em diálogo com a pesquisa visual em design. Convergências: Revista de Investigação e Ensino das Artes. Vol. XIII, nº 25, p. 47-56, 2020. Disponível em: https://journals.opscidia.com/index.php/convergences/article/view/10/8. Acesso em: 22 abr. 2025.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Atlas: como levar o mundo nass costas. Texto de apresentação da exposição homônima em cartaz no Museu Reina Sofia (Espanha). Sopro - Publicação quinzenal da editora Cultura e Barbárie, n. 41, p. 1-7, dez. 2010. Disponível em: https://culturaebarbarie.org/sopro/n41.pdf. Acesso em: 21 de jun. 2025.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Atlas ou o Gaio Saber Inquieto: O olho da história, III. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Que emoção! Que emoção? São Paulo: Editora 34, 2016.
FERNANDES, Cássio da Silva. Aby Warburg entre a arte florentina do retrato e um retrato de Florença na época de Lorenzo de Medici. História: Questões & Debates, Curitiba, v. 41, n. 2, p. 131-165, 2004. Semestral.
GARNER, Steve; MCDONAGH-PHILIP, Deana. Problem Interpretation and Resolution via Visual Stimuli: The Use of 'Mood Boards' in Design Education. Journal of Art & Design Education, Singapore, v. 20, n. 1, p. 57-64, 2001. Disponível em: https://www.researchgate.org/publication/229611105_Problem_Interpretation_and_Resolution_via_Visual_Stimuli_The_Use_of_'Mood_Boards'_in_Design_Education. Acesso em: 24 ago. 2023.
GUERREIRO, António. Aby Warburg e a História Como Memória. Revista de História das Ideias, Coimbra, v. 23, p. 389-407, 2002. Anual.
MCDONAGH-PHILIP, Deana; STORER, Ian. Mood Boards as a Design Catalyst and Resource: Researching an Under-Researched Area. The Design Journal, p. 16-31, 2004. Disponível em: https://www.researchgate.org/publication/233713666_Mood_Boards_as_a_Design_Catalyst_and_Resource_Researching_an_Under-Researched_Area. Acesso em: 18 ago. 2023.
REIS, Marcos; MERINO, Eugenio. Painel semântico: revisão sistemática da literatura sobre uma ferramenta imagética de projeto voltada à definição estético-simbólica do produto. Estudos em Design. Rio de Janeiro, v.28, n. 1, p. 178 – 190, 2020. Disponível em: https://estudosemdesign.emnuvens.com.br/design/article/view/893. Acesso em: 12 jun. 2025.
RUIZ, Tartas; GARCIA, Rafael Guridi. Cartografías de la memoria, Aby Warburg y el Atlas Mnemosyne. EGA: Revista de Expresión Gráfica Arquitectónica, p. 226-235, 2013. Disponível em: https://capes-primo.ezl.periodicos.capes.gov.br/primo-explore/fulldisplay?docid=TN_cdi_webofscience_primary_000343837800028CitationCount. Acesso em: 25 abr. 2025.
WAIZBORT, Leopoldo. In: WARBURG, Aby. Histórias de fantasma para gente grande. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. Tradução de: Lenin Bicudo Bárbara.
WARBURG, Aby. Bilderatlas Mnemosyne: The Original. Berlin: Hatje Cantz, 2020.
WARBURG, Aby. Mnemosyne. In: BARTHOLOMEU, Cezar. Dossiê Warburg. Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, v. 19, n. 19, p. 118-143, 2009. Semestral. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/50819. Acesso em: 02 jun. 2025.
WARBURG, Aby. Histórias de fantasma para gente grande. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. Tradução de: Lenin Bicudo Bárbara.
WEDEKIN, L. M.; ARAUJO, G. C. Pathosformel do rapto: um percurso pelas imagens de assédio feminino na arte ocidental. Visualidades, Goiânia, v. 21, 2024. Disponível em: https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/78081. Acesso em: 04 set. 2025.
WEDEPOHL, Claudia. The making of Warburg’s Bilderatlas Mnemosyne. In: WARBURG, Aby. Bilderatlas Mnemosyne: The Original. Berlin: Hatje Cantz, 2020.
ZÖLLNER, Frank. Aby Warburg’s ‘Bilderatlas Mnemosyne’: systems of knowledge and iconography. The Burlington Magazine, n. 162, p. 1186-1191, 2020. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/348943735_Aby_Warburg's_'Bilderatlas_Mnemosyne'_systems_of_knowledge_and_iconography_in_Burlington_magazine_162_2020_pp_1078-1083. Acesso em: 06 ago. 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Giovanna Costa Araujo, Luana Maribele Wedekin

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 Internacional, que permite:
1. Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
2. Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.De acordo com os termos seguintes:
1. Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas . Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
2. Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita -
Plágio, em todas as suas formas, constitui um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. Esta revista utiliza o software iThenticate de controle de similaridade.