A experiência estética com o uso didático do cinema nas aulas de Filosofia: uma perspectiva a partir de John Dewey

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/244712671122025126

Palavras-chave:

Cinema, Dewey, Educação, Ensino de Filosofia, Experiência Estética

Resumo

O presente artigo explora a experiência estética fornecida pelo uso do cinema como recurso didático nas aulas de Filosofia, a partir das ideias de John Dewey sobre arte e educação. Com base nas suas principais obras, como Arte como Experiência e Democracia e Educação, observamos que Dewey nos chama a atenção em perceber que o real sentido a que uma atitude estética pode proporcionar diz respeito a que seja uma atitude desinteressada, uma abertura, uma disponibilidade não tanto para a coisa ou o acontecimento “em si”, naquilo que ele tem de consistência, mas para os efeitos que ele pode produzir, de tal modo que a ideia de arte tenha se ampliado e ultrapassado os limites da inteligibilidade. Desta forma, a contribuição do pensamento deweyano se dirige na perspectiva de um enriquecimento de tais experiências sob um prisma formativo. O desafio posto está em desenvolver de forma fecunda, no cerne do ensino médio, as provocações que podem vir a surgir de diferentes expressões artísticas. A obra de arte sempre serviu como objeto de reflexão filosófico, de tal modo que possa ser compreendida como um importante instrumento para indagar e promover questões filosóficas. Isto se ratifica quando, observamos elementos, de modo particular, em produções cinematográficas, aspectos como consumismo, competição desenfreada, dificuldade em conviver com a pluralidade e as diferenças, separação entre arte e vida, fragmentação e mercantilização das relações humanas, entre outros, como reflexos dos dualismos que afetam, de forma marcante, a vida humana. Por esta razão, a obra Arte como Experiência tem um alcance extremamente atual para, pelo viés da experiência estética e do postulado da unidade entre arte e vida, pensarmos nessas e em outras questões que afetam a vida do homem contemporâneo. De modo especial, nosso intuito é analisar a forma como o cinema em diferentes produções reproduziram formas distintas de pensar o problema filosófico que, igualmente, pode vir a nos atingir, de modo particular ao modelo educacional e o ambiente escolar.

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Biografia do Autor

Flavio Honorio da Silva, Universidade Estadual de Londrina

Graduado em Licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2008), graduado em Bacharelado em Teologia pelo Instituto São Paulo de Estudos Superiores (2015). Concluiu o Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Londrina em 2020, na linha de Filosofia da Educação, com a Dissertação sob o título Linguagem, experiência e educação: ensinamentos de Dewey para a pandemia. Atualmente, está matriculado desde 2024 no Programa de Pós-Graduação - Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Leoni Maria Padilha Henning, Universidade Estadual de Londrina

Pós-Doutora em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Mestre em Educação pela Mississippi State University (MSU), Estados Unidos. Atualmente, desde a aposentadoria da Universidade Estadual de Londrina em 2019, tornou-se professora Sênior do Programa de Pós-Graduação em Educação da mesma instituição. 

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Publicado

26-09-2025

Como Citar

HONORIO DA SILVA, Flavio; HENNING, Leoni Maria Padilha. A experiência estética com o uso didático do cinema nas aulas de Filosofia: uma perspectiva a partir de John Dewey. Revista Apotheke, Florianópolis, v. 11, n. 2, p. 126–139, 2025. DOI: 10.5965/244712671122025126. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/apotheke/article/view/26939. Acesso em: 28 set. 2025.