Criança não é Propriedade, é Responsabilidade: A Voz da Fotografia na Defesa das Infâncias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/244712671032024127

Palavras-chave:

Adultocentrismo, Crianças Brasileiras, Fotografia, Infâncias, Violação de Direitos

Resumo

Este estudo, centrado na exposição fotográfica Criança na Mídia: "Criança não é propriedade, é responsabilidade," investiga como a apropriação e multiplicação das imagens de crianças na cultura midiática contemporânea contribui para a violação de seus direitos. A pesquisa explora de que maneira essas representações podem reforçar a subalternidade infantil e como a arte fotográfica pode atuar como uma ferramenta interventiva para questionar e criticar essas construções simbólicas, levando à reflexão sobre o lugar das infâncias em nossa sociedade. Metodologicamente, o trabalho adota uma abordagem qualitativa, fundamentada na pesquisa-intervenção, que se desenvolve em três fases subsequentes: (1) brainstorming e pré-produção, focados na definição de atributos visuais e soluções conceituais para a criação das imagens; (2) produção fotográfica, etapa dedicada à elaboração das fotografias conforme o planejamento elaborado; e (3) pós-produção, que abrange o tratamento das imagens e a formulação de uma estratégia de divulgação da exposição. A análise revela que a fotografia, ao desafiar representações estabelecidas, pode atuar como uma ferramenta poderosa na promoção da cidadania e na conscientização sobre questões sociais e culturais ligadas à infância.

Downloads

Biografia do Autor

Alissom Roberto Brum, Universidade Feevale

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Univerasidade Feevale. Mestre e doutorando em Diversidade Cultural e Inclusão Social na mesma instituição. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Publicidade e Propaganda e Fotografia.  Atua desde 2014 no desenvolvimento de atividades de integração da pesquisa e extensão, tendo como foco a relação mídia, educação e imagem. Atualmente desenvolve pesquisas sobe infâncias e mídias, tendo como foco central Direitos Humanos e Alfabetização Midiática-Visual. 

Caroline Luiza Willig, Universidade Feevale

Mestre e Doutoranda em Processos e Manifestações Culturais pela Universidade Feevale (RS), Jornalista e licenciada em Letras - Língua Portuguesa.

Saraí Patrícia Schmidt, Universidade Feevale

Doutora em Educação (UFRGS). Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social e Processos e Manifestações Culturais na Universidade Feevale (RS).

Referências

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Pólen, 2019.

ALVES, Nilda Guimarães; CAETANO, Marcio; SOARES, Maria da Conceição Silva. Imagens: Resistências e Criações Cotidianas. REMEA, [S.l.], v. 37, n. 2, p. 04–07, 2020.

ALVES, Thaisy Cristina Honorato et al. Fatores associados a sintomas de transtornos alimentares entre escolares da rede pública da cidade de Salvador, Bahia. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, [S.l.], v. 61, n. 2, p. 55–63, 2012.

ARANTES, Otilia Beatriz Fiori. Klee, a utopia do movimento. Revista Filosófica São Boa Ventura, [S.l.], v. 12, n. 1, p. 21–42, 2018.

BAUMAN, Zygmunt. Vidas para consumo: A Transformação das Pessoas em Mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1960.

BITTAR, Eduardo C. B. Educação e metodologia para os direitos humanos: cultura democrática, autonomia e ensino jurídico. In: SILVEIRA, Rosa Maria Godoy et al. Educação em Direitos Humanos: Fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa: Editora Universitária, 2007.

BONI, Daniela. O direito de proteção da imagem da criança na era digital. 2023. 25 f. Artigo (Bacharelado em Direito) – Sociedade Educacional de Santa Catarina – UniSociesc, Blumenau, 2023.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidente da República, [2016].

BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Lei nº 8.069, 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União. ano 1990, Disponível em:https://cutt.ly/yECVBmB. Acesso em: 09 jul. 2023.

CAVALCANTE, Emanuel Bernardo Tenório. O conceito de adultocentrismo na história: diálogos interdisciplinares. Fronteiras, [S.l.], v. 23, n. 42, p. 196–215, 2021. DOI: 10.30612/frh.v23i42.15814. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/FRONTEIRAS/article/view/15814. Acesso em: 30 set. 2024.

CORDEIRO, Kelly Maia; SOUZA, Izadora Martins da Silva de; COSTA, Renato Pontes. Mídias e Educação em Direitos Humanos: novos tempos, novos desafios. Education Policy Analysis Archives, [S.l.], v. 30, p. 41-51, 2022.

FARAH, Angela Maria. As representações visuais da criança na imprensa: uma análise dos jornais Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo. 2008. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Linguagens) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2008.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.

LACERDA, Nara. Brasil tem 124 denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes por dia. Brasil de Fato, [S.l.], 18 maio 2024. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/05/18/brasil-tem-124-denuncias-de-abuso-sexual-contra-criancas-e-adolescentes-por-dia#:~:text=Dados%20levantados%20pela%20Funda%C3%A7%C3%A3o%20Abrinq,n%C3%BAmeros%20subiram%20ano%20a%20ano. Acesso em: 26 ago. 2024.

MARÔPO, Lidia. Jornalistas e fontes de informação: constrangimentos e oportunidades para o agendamento dos direitos das crianças em Portugal e no Brasil. Estudos em Comunicação, Covilhã, n. 9, p. 81-102, 2011.

MENTZ, Marina. Quando a pauta é silenciada: um estudo sobre a violência sexual contra crianças no jornalismo online brasileiro. Dissertação – Mestrado em Processos e Manifestações Culturais, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, 2017.

ROCHA, Marisa Lopes; AGUIAR, Katia Faria. Pesquisa-Intervenção e a Produção de Novas Análises. Psicologia, Ciência e Profissão, [S.l.], v. 4, n. 23, p. 64-73, 2003.

SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Cia. das Letras, 2004.

SOUZA, Kleyne Cristina Dornelas de. Nessa rua, nessa rua, têm educandos da EJA com narrativas fotográficas para nos contar. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação – Universidade de Brasília, Brasília, 2019.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.

STEINBERG, Shirleiy R.; KINCHELOE Joe L. Cultura Infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

TEIBEL, Érica Nayla Harrich; ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire. Quarentena com crianças: os memes e as representações sociais sobre as crianças na crise da covid-19. Revista Educação e Cultura Contemporânea, v. 19, n. 58, p. 112-138, 2022.

TOMÁS, Catarina. Paradigmas, imagens e concepções da infância em sociedades mediatizadas. Media & Jornalismo, [S.l.], v. 11, p. 119-134, 2007.

TRIGO, Luciano. ‘A Arte existe porque a vida não basta’, diz Ferreira Gullar. G1, [S.l.], 7 ago. 2010. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/flip/noticia/2010/08/arte-existe-porque-vida-nao-basta-diz-ferreira-gullar.html. Acesso em: 15 jan. 2024.

Downloads

Publicado

28-01-2025

Como Citar

BRUM, Alissom Roberto; WILLIG, Caroline Luiza; PATRÍCIA SCHMIDT, Saraí. Criança não é Propriedade, é Responsabilidade: A Voz da Fotografia na Defesa das Infâncias . Revista Apotheke, Florianópolis, v. 10, n. 3, p. 127–145, 2025. DOI: 10.5965/244712671032024127. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/apotheke/article/view/26396. Acesso em: 11 fev. 2025.