Estudo clínico-epidemiológico da linfadenite caseosa em caprinos no estado de Pernambuco

Autores

  • Tamyres Izarelly Barbosa da Silva Universidade Federal do Acre https://orcid.org/0000-0002-2179-5055
  • Artur Cesar de Carvalho Fernandes Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
  • Luiz Carlos Fontes Baptista Filho Universidade Federal do Agreste de Pernambuco, Garanhuns, PE, Brasil.
  • Daniel Dias da Silva Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
  • Renata Gomes Revorêdo Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
  • Lúcio Esmeraldo Honório de Melo Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811711932020329

Palavras-chave:

caprinos, Corynebacterium pseudotuberculosis, reação em cadeia da polimerase

Resumo

A linfadenite caseosa (LC), doença infectocontagiosa ocasionada pelo Corynebacterium pseudotuberculosis, se destaca com grande relevância econômica para a caprinocultura no país por ser umas das principais causas de condenação de carcaças e intensa depreciação do couro de pequenos ruminantes. Objetivou-se realizar um estudo descritivo dos aspectos clínico-epidemiológicos da LC em caprinos no estado de Pernambuco e, adicionalmente, avaliar a detecção do C. pseudotuberculosis em amostras de leite, sangue e fezes por PCR em tempo real. Foram avaliados 643 caprinos, dos quais 76 (11,8%) apresentaram sinais clínicos sugestivos de LC. E 88,9% (24/27) das propriedades foram consideradas foco. Dentre os animais sintomáticos, 25 foram selecionados e submetidos à colheita de conteúdo de abscesso para isolamento bacteriológico. Amostras de leite, sangue e fezes foram analisadas para detecção do gene PLD pela reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real. Das 25 amostras de conteúdo de abscesso, 72% (18/25) resultaram positivas. O gene PLD foi detectado nas frequências de 8% (2/25) e 4% (1/25) em amostras de leite e sangue, respectivamente. A linfadenite caseosa possivelmente encontra-se disseminada nos rebanhos leiteiros de caprinos do estado de Pernambuco, sobretudo em animais adultos, com maior ocorrência de abscessos em linfonodos submandibulares. A detecção preliminar do C. pseudotuberculosis pelas vias mamária e hematógena pode contribuir para abordagens futuras sobre os mecanismos de disseminação orgânica realizados pelo patógeno, apesar de ser pouco relevante para diagnóstico da doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABREU SRO et al. 2008. Comparação genotípica de isolados de Corynebacterium pseudotuberculosis de caprinos e ovinos do sertão de Pernambuco. Pesquisa Veterinária Brasileira 28: 481-487.

ANDRADE JSL et al. 2012. Ocorrência e fatores de risco associados à infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis em caprinos e ovinos do semiárido paraibano. Pesquisa Veterinária Brasileira 32: 116-120.

ASHFAQ MK & CAMPBELL SG. 1979. A survey of caseous lymphadenitis and its etiology in goats in the United States. Veterinary Medicine, Small Animal Clinician 74: 1161-1165.

BAIRD GJ & FONTAINE MC. 2007. Corynebacterium pseudotuberculosis and its role in ovine caseous lymphadenitis. Journal of Comparative Pathology 137: 179-210.

BARRAL TD et al. 2019. A panel of recombinant proteins for the serodiagnosis of caseous lymphadenitis in goats and sheep. Microbial Biotechnology 12: 1313-1323.

BASTOS BL et al. 2011. Corynebacterium pseudotuberculosis: Immunological responses in animal models and zoonotic potential. Journal of Clinical and Cellular Immunology 4: 5.

BENHAM CL et al. 1962. Corynebacterium pseudotuberculosis and its role in diseases of animals. Bureau of Animal Health 32: 645-657.

BRASIL. 2008. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Relatório Setorial: indústria do couro, calçados e artefatos. Brasília: ABDI. 44p.

ÇETINKAYA B et al. 2002. Identification of Corynebacterium pseudotuberculosis isolates from sheep and goats by PCR. Veterinary Microbiology 88: 75-83.

DORELLA FA et al. 2006. Corynebacterium pseudotuberculosis: microbiology, biochemical properties, pathogenesis and molecular studies of virulence. Veterinary Research 37: 201-218.

DUNO AD et al. 2015. Caracterización epidemiológica de la linfadenitis caseosa en rebaños caprinos de la península de Paraguaná, Venezuela. Revista del Medicina Veterinaria 31: 35-45.

FARIAS AEM et al. 2019. Seroepidemiological characterization and risk factors associated with seroconversion to Corynebacterium pseudotuberculosis in goats from Northeastern Brazil. Tropical Animal Health and Production 51: 745-752.

FAO. 2019. Food and Agriculture Organization of the United Nations statistical databases [internet]. Available in: http://faostat.fao.org/. Accessed in: 10 sep. 2019.

LATIF NA et al. 2015. Isolation and detection of Corynebacterium pseudotuberculosis in the reproductive organs and associated lymph nodes of non-pregnant does experimentally inoculated through intradermal route in chronic form. Veterinary World 8: 924-927.

LOPES FB et al. 2012. Spatialization of climate, physical and socioeconomic factors that affect the dairy goat production in Brazil and their impact on animal breeding decisions. Pesquisa Veterinária Brasileira 32: 1073-1081.

LU CD & MILLER BA. 2019. Current status, challenges and prospects for dairy goat production in the Americas. Asian-Australasian Journal of Animal Sciences 32: 1244-1255.

MAROTTI J et al. 2008. Amostragem em pesquisa clínica: Tamanho da amostra. Revista de Odontologia 20: 186-194.

MEGID J et al. 2016. Doenças infecciosas em animais de produção e de companhia. Rio de Janeiro: Roca. 1296p.

MELO LEH et al. 2010. Monitoramento clínico-epidemiológico relacionado ao diagnóstico diferencial entre tuberculose caprina e linfadenite caseosa. In: Seminário Nacional sobre Brucelose e Tuberculose Animal. Anais… Belo Horizonte: UFMG.

MOTTA RG et al. 2010. Infecções por Corynebacterium pseudotuberculosis em animais de produção. Veterinária e Zootecnia 17: 200-213.

NABIH AM et al. 2018. Corynebacterium pseudotuberculosis mastitis in Egyptian dairy goats. Veterinary World 11: 1574-1580.

NOZAKI CN et al. 2000. Extirpação cirúrgica dos abscessos da linfadenite caseosa em caprinos. Arquivos do Instituto Biológico 67: 187-189.

ODHAH MN et al. 2019. Clinico-pathological responses and PCR detection of Corynebacterium pseudotuberculosis and its immunogenic mycolic acid extract in the vital organs of goats. Microbial Pathogenesis 135: 1-11.

PACHECO LGC et al. 2007. Multiplex PCR assay for identification of Corynebacterium pseudotuberculosis from pure cultures and for rapid detection of this pathogen in clinical samples. Journal of Medical Microbiology 56: 480-486.

POINTON A et al. 2019. Comparison of postmortem inspection procedures for detecting caseous lymphadenitis of Australian sheep and goats. Veterinary Record 185: 54.

RADOSTITS OM et al. 2007. Veterinary Medicine: A textbook of the diseases of cattle, horses, sheep, pigs, and goats. 10.ed. Philadelphia: W.B. Saunders. 2180p.

RIBEIRO MG et al. 2001. Punção aspirativa com agulha fina no diagnóstico do Corynebacterium pseudotuberculosis na linfadenite caseosa caprina. Arquivos do Instituto Biológico 68: 23-28.

RIET-CORREA F. 2007. Linfadenite caseosa. In: RIET-CORREA F et al. Doenças de Ruminantes e Equídeos. 3.ed. Santa Maria: Pallotti. p.347-352.

SANTIAGO LB et al. 2013. In vivo evaluation of antiseptics and disinfectants on control of Caseous Lymphadenitis: clinical, haematological, serological and microbiological monitoring. Arquivos do Instituto Biológico 80: 273-280.

SEYFFERT N et al. 2010. High seroprevalence of caseous lymphadenitis in Brazilian goat herds revealed by Corynebacterium pseudotuberculosis secreted proteins-based ELISA. Research in Veterinary Science 88: 50-55.

SILVA JB et al. 2014. A comparative study of production performance and animal health practices in organic and conventional dairy systems. Tropical Animal Health and Production 46: 1287-1295.

SOARES SC et al. 2012. PIPS: Pathogenicity island prediction software. PLoS ONE 7: e30848.

SOUZA MF et al. 2011. Linfadenite caseosa em ovinos deslanados abatidos em um frigorífico da Paraíba. Pesquisa Veterinária Brasileira 31: 224-230.

THRUSFIELD MV. 2004. Epidemiologia Veterinária. 2.ed. São Paulo: Roca. 556p.

VALLI VEO & PARRY BW. 1993. Caseous lymphadenitis. In: JUBB KVF et al. Pathology of Domestic Animals. 4.ed. San Diego: Academic Press. p.238-240.

WINDSOR PA. 2011. Control of caseous lymphadenitis. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice 27: 193-202.

Downloads

Publicado

2020-09-30

Como Citar

SILVA, Tamyres Izarelly Barbosa da; FERNANDES, Artur Cesar de Carvalho; BAPTISTA FILHO, Luiz Carlos Fontes; SILVA, Daniel Dias da; REVORÊDO, Renata Gomes; MELO, Lúcio Esmeraldo Honório de. Estudo clínico-epidemiológico da linfadenite caseosa em caprinos no estado de Pernambuco. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 19, n. 3, p. 329–336, 2020. DOI: 10.5965/223811711932020329. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/14352. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência de Animais e Produtos Derivados