Seção Temática: Loucura e Tempo Presente

Submissões até 28 de fevereiro de 2021

A segunda metade do século XX traz novas maneiras de se relacionar com a loucura. As reformas psiquiátricas, cujas densidades e especificidades são próprias de cada pais, possibilitaram o fechamento de muitos dos grandes hospitais e inauguraram outros serviços que visavam reduzir (ou eliminar) o internamento compulsório que em períodos anteriores poderia durar uma vida inteira. De forma geral, a sociedade ocidental experimenta a medicalização como forma de tornar os corpos dosséis, e com isso exigentes de menos lugares e menos gerência. Nada disso eliminou o estigma atrelado a doença, além de trazer à tona novos problemas e outras questões que seguem reverberado como heranças incomodas. A história da loucura no tempo presente é uma demanda social que coloca questões delicadas e variadas. Interessam-nos aqui reunir estudos sobre a loucura nos séculos XX e XXI, pensando diferentes aspectos e possibilidades: as instituições, a crises do diagnóstico e as terapêuticas, a assistência psiquiátrica, as reformas psiquiátricas, as relações de conflito, bem como os saberes expertos e informais, que se configuram como possíveis vetores de internamento, medicalização e judicialização da loucura. Cabe ainda pensar a loucura apreendida pela arte, a fronteira entre genialidade e loucura, a arte bruta e suas derivações e os saberes/poderes que instituem a arte doente, ou marginalizada.

 

Organizadores

Viviane Borges (Universidade do Estado de Santa Catarina)

Sandra Caponi (Universidade Federal de Santa Catarina)

Jorge Humberto Marquez Valderrama (Universidade Nacional de Colombia - Medelhin)