A história que Bacurau nos ensina a ensinar para ser “gente”
DOI :
https://doi.org/10.5965/2175180315382023e0102Mots-clés :
saber e poder, ensino de história, Bacurau, literacia históricaRésumé
O artigo tem o filme “Bacurau” como possibilidade de uso para o ensino de História partindo de um tempo distópico para pensar uma história do tempo presente, não desvinculado de seu passado. Entendemos que essas dimensões de tempo que se intercruzam podem ser trabalhadas nas práticas de ensino e de aprendizagem a partir do conceito de letramento histórico. Compreendendo-se a trama do filme como um artefato cultural, entende-se que, a partir de suas diversas narrativas, tempos e espaços interseccionados pelos habitantes e forasteiros de Bacurau, é possível identificar e problematizar os fios que conduzem a uma compreensão de conceitos historiográficos que favoreçam uma aprendizagem histórica fundada na complexidade do pensamento e da consciência histórica para estudantes da Educação Básica. Entendemos esses estudantes como parceiros de sala de aula que podem partilhar entre si e com o professor conhecimentos prévios identificados na vida prática dos personagens do filme e refletir sobre suas próprias identidades, sobre o exercício de cidadania e sobre as experiências cotidianas historicamente constituídas para construir novas estratégias de vida e resistência ao pensamento histórico eurocêntrico que continua a nos colonizar os corpos, mentes e hábitos. Espera-se que, ao trabalhar com o filme, professores e seus parceiros de sala de aula assumam uma condição de investigadores da história com vistas a elaboração de um conhecimento histórico próprio relacionado à cognição histórica.
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