Medo, intolerância, resignação: algumas leituras sobre a imigração contemporânea na Itália
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https://doi.org/10.5965/21751803ne2021e0103Resumen
Diversos estudos têm mostrado como o medo e a ansiedade são emoções que têm marcado a sociedade contemporânea, com novos e velhos detonadores desses sentimentos os sujeitos no mundo atual. O outro, a alteridade, tem sido no tempo objeto de preocupação, de medo, nas diferentes coletividades humanas. No que tange aos processos migratórios, observa-se como esse temor em relação ao diverso tem construído estereótipos, muros, intolerância, sentimentos que muitas vezes se escondem na ideia de “integração”, ou seja, na busca de anular aquilo que é característico do outro, ao interno da sociedade de acolhida. Por outro lado, no sujeito migrante, a busca de “integração” pode mostrar – diferentemente – a resignação que marca o esforço para obter aceitação e reconhecimento. O objetivo deste artigo é analisar – a partir da metodologia da história oral – o fenômeno da imigração contemporânea na Itália, com ênfase nos sujeitos provenientes da América Latina, procurando entender os recursos utilizados por esses indivíduos para serem “aprovados” no contexto da terra de chegada. Nesse sentido, a ruptura de uma corrente de desconfiança, construída como consequência de um medo compartilhado socialmente, permitiria um processo de inclusão, ou seja, de inserção do outro na comunidade de acolhida, sem a necessidade de despojar-se de si.
Palavras-chave: migração latino-americana; Itália contemporânea; sensibilidade; memória; inclusão social.
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