Empresariado, ditadura e transição política: reflexões sobre o regime empresarial-militar no contexto do governo Ernesto Geisel (1974-1979)
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180316412024e0101Palabras clave:
Empresariado, Ditadura empresarial-militar, Transição políticaResumen
O objetivo deste artigo é contribuir para o debate sobre o papel do empresariado na transição política brasileira, particularmente durante o governo de Ernesto Geisel (1974-1979). A perspectiva analítica central é a de que os representantes da empresa privada, independentemente da origem de seus capitais, atuaram em defesa de seus negócios, agindo politicamente para garantir a estabilidade dos países sob a influência do capital e assegurar sua dominação de classe. A pesquisa se baseia em análise teórica e empírica sobre a relação entre empresariado e ditadura, partindo do debate historiográfico sobre a produção acerca do tema, sugerindo o reconhecimento desses estudos como uma linha historiográfica consolidada na última década. A partir das produções dessa linha, o artigo desdobra a análise acerca da configuração do regime instaurado em 1964 como empresarial-militar. A interpretação se divide em dois movimentos distintos. Primeiramente, aborda a dimensão teórica, explorando os desdobramentos do período iniciado com o golpe empresarial-militar de 1964 e sua relação com o sistema capitalista e os Estados Unidos. Além disso, examina o papel dos empresários no regime político brasileiro, com foco especial na conjuntura do governo Geisel e no processo de transição política. O segundo movimento é empírico, utilizando documentos dos acervos pessoais de Ernesto Geisel e Antônio Azeredo da Silveira para fornecer exemplos concretos que sustentem a interpretação apresentada. A pesquisa utiliza a metodologia qualitativa de análise de conteúdo em fontes primárias para interpretar os dados da documentação.
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