Ambiguidades do tempo na maré dos Direitos Humanos
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180311272019509Resumen
“Por que é tão difícil entender o passado assombroso e irrevogável na perspectiva da historiografia acadêmica e do pensamento histórico moderno ocidental em geral?” Esta é a pergunta que guia História, Memória e Violência de Estado: tempo e justiça, de Berber Bevernage (2018), no caminho da crítica à noção de tempo irreversível construída pela modernidade. Através do estudo de caso das Comissões da Verdade na Argentina nos anos de 1980, na África do Sul em fins da década seguinte, e em Serra Leoa a partir de 2001, a obra reconstroi o cenário de uma luta pelo tempo configurada pela insistência de movimentos sociais em um "passado que não passa", negligenciado epistemológicamente pela historiagrafia ocidental e ocidentalizada - com desdobramentos ético-morais e políticos. Resultado de uma tese de doutorado, o livro oferece leitura multidisciplinar com grande volume de referências e documentos transnacionais sobre os temas mais sensíveis daquilo que se convencionou chamar de Tempo Presente. Sua publicação em português é um convite intrigante e indispensável a uma produção historiográfica descentrada tecida de memória e subjetividade, e sustentada por noções de tempo nascidas da violência, do luto e do desaparecimento.
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Citas
BEVERNAGE, Berber. História, memória e violência de Estado: tempo e justiça. Tradução de André Ramos, Guilherme Bianchi. Serra: Editora Milfontes – Mariana: SBTHH, 2018. 364p.
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