Acessibilidade documental e autoridade compartilhada: pela construção de uma história pública
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180309212017429Resumen
Focalizando a temática mais ampla acerca de abusos do esquecimento provocados por narrativas oficiais locais e, consequentemente, sobre a implicação disso em relação ao ofício dos historiadores e historiadoras, este artigo perscruta caminhos que reflitam sobre a construção de narrativas históricas que levem em conta a participação cidadã no seu processo de realização e divulgação. Para isso, o texto está dividido em duas partes. Inicialmente, a informação sobre a exígua quantidade de arquivos públicos municipais no Brasil é objeto de apreciação levando em conta tanto a legislação nacional que advoga pela acessibilidade, proteção e gestão pública documental, como as dificuldades e carências em relação à institucionalização e à manutenção de arquivos municipais, e também as orientações normativas e ações desenvolvidas pelo CONARQ no intuito de fomentar a implementação destas instituições. Num segundo momento, a discussão em torno dos esquecimentos e ocultamentos propiciados por narrativas oficiais locais é abordada em relação a um específico município do estado do Rio Grande do Sul, possibilitando a reflexão acerca da construção de narrativas locais que observem o princípio de uma autoridade compartilhada. Desenha-se, assim, uma análise que leva em consideração uma história pública em que historiadoras e historiadores contem com a atuação colaborativa de agentes locais que possam problematizar e recobrar vestígios sobre o passado obliterados por mecanismos públicos que, no tempo presente, intentam agir como vetores de uma determinada memória.
Palavras-chave: Arquivos Municipais. História Local. Documentos Públicos.
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