Ambiguidades do tempo na maré dos Direitos Humanos

Autores

  • Nashla Dahas Gomozias Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180311272019509

Resumo

“Por que é tão difícil entender o passado assombroso e irrevogável na perspectiva da historiografia acadêmica e do pensamento histórico moderno ocidental em geral?” Esta é a pergunta que guia História, Memória e Violência de Estado: tempo e justiça, de Berber Bevernage (2018), no caminho da crítica à noção de tempo irreversível construída pela modernidade. Através do estudo de caso das Comissões da Verdade na Argentina nos anos de 1980, na África do Sul em fins da década seguinte, e em Serra Leoa a partir de 2001, a obra reconstroi o cenário de uma luta pelo tempo configurada pela insistência de movimentos sociais em um "passado que não passa", negligenciado epistemológicamente pela historiagrafia ocidental e ocidentalizada - com desdobramentos ético-morais e políticos. Resultado de uma tese de doutorado, o livro oferece leitura multidisciplinar com grande volume de referências e documentos transnacionais sobre os temas mais sensíveis daquilo que se convencionou chamar de Tempo Presente. Sua publicação em português é um convite intrigante e indispensável a uma produção historiográfica descentrada tecida de memória e subjetividade, e sustentada por noções de tempo nascidas da violência, do luto e do desaparecimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nashla Dahas Gomozias, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Pós-doutoranda e professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (PPGH-UDESC) entre setembro de 2017 e agosto de 2019, sob a supervisão da professora Mariana Joffily. O estágio pós-doutoral esteve nserido no PNPD e contou com financiamento da CAPES. Graduada (2007) em história pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pós-graduada (2008) em História do Brasil pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestra em História Política (2010) pela UERJ, e doutora em História Social (2015) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi professora substituta no Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) entre 2016 e 2017, e pesquisadora da Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN) entre 2011 e 2015. Pesquisa temáticas ligadas aos golpes, ditaduras e transições na América Latina contemporânea.

Referências

BEVERNAGE, Berber. História, memória e violência de Estado: tempo e justiça. Tradução de André Ramos, Guilherme Bianchi. Serra: Editora Milfontes – Mariana: SBTHH, 2018. 364p.

DELACROIX, Christian. A história do tempo presente, uma história (realmente) como as outras? Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 23, p. 39 ‐ 79, jan./mar. 2018. Titulo Original: L’histoire du temps présent, une histoire (vraiment) comme les autre.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Depois de 1945: latência como origem do presente. Trad. Ana Isabel Soares. São Paulo: Ed. UNESP, 2014.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013, 272 p.

MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Antígona, Lisboa, 2014.

Downloads

Publicado

2019-07-24

Como Citar

GOMOZIAS, Nashla Dahas. Ambiguidades do tempo na maré dos Direitos Humanos. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 11, n. 27, p. 509–516, 2019. DOI: 10.5965/2175180311272019509. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180311272019509. Acesso em: 29 mar. 2024.