Ensino de História: políticas curriculares, cultura escolar, Saberes e práticas docentes

Autores

  • Roper Pires de Carvalho Filho Secretaria Municipal de Educação de São Paulo image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180304022012082

Palavras-chave:

currículo, reformas curriculares, ensino de história, práticas de professores, cultura escolar

Resumo

O texto aborda alguns aspectos do discurso curricular para o ensino de História escolar produzido a partir da década de 1970 do século XX, no qual se entrecruzam contribuições de saberes provenientes de diversos campos do conhecimento, e de como tal discurso é apropriado pelos professores e transformado em saberes ensináveis por meio da distribuição do currículo em conteúdos de ensino. Para isto, buscamos articular o saber histórico escolar a diferentes instâncias de produção: No âmbito das políticas educacionais, da qual sobressai o currículo como produção elaborada em diferentes esferas por processos de reinterpretação do texto curricular; da disciplina História como componente do currículo escolar e como saber simultaneamente construído para a escola e pela escola, nesse estudo analisados sob a perspectiva da cultura escolar. Noutra interface, abordamos algumas facetas das práticas dos professores, vistas nesse estudo como resultantes de um complexo processo, no qual comparecem tanto os saberes provenientes da sua formação acadêmica, quanto outros, advindos da sua experiência docente. Nessa perspectiva, consideramos a atuação do Estado como formulador de políticas públicas determinante para a concretização da(s) sua(s) proposta(s) curricular(es) no âmbito da escola por meio de diferentes mecanismos: seleção e organização dos conteúdos nos programas de ensino, prescrição de procedimentos de ensino, promoção de avaliações externas e processo de seleção do(s) livro(s) didático(s), entre outros. Entretanto concordamos com Marin e Sampaio (2004), quando estas afirmam ser fundamental inserir os professores no processo de formulação das reformas curriculares propostas pelo Estado para que estas sejam bem sucedidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roper Pires de Carvalho Filho, Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

Doutorando em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Professor do Centro Universitário Padre Anchieta: Rua Doutor Adoniro Ladeira, 94 – Jundiaí – CEP 13210-800. Fone: (11)3942-1389. E-mail: roperfilho@usp.br.

Referências

ABREU, Rudimar Serpa de. O ensino de História e sua historiografia. In: Ciência e Conhecimento: revista eletrônica da ULBRA São Jerônimo. São Jerônimo, v. 1, 2007. Disponível em: <http://www.cienciaeconhecimento.com>. Acesso em: 13 fev. 2011.

ABUD, Kátia Maria. A História nossa de cada dia: saber escolar e saber acadêmico na sala de aula. In: MONTEIRO, Ana Maria; GASPARELLO, Arlette Medeiros; MAGALHÃES, Marcelo de Souza (orgs.). Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas, pp. 105-117. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2007.

APPLE, Michael W. O que os pós-modernistas esquecem: capital cultural e conhecimento oficial. In: GENTILI, Pablo Antonio Amadeo; SILVA, Tomaz Tadeu da. Neoliberalismo, qualidade total e educação. Petrópolis/Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1999.

BERNSTEIN, Basil. A estruturação do discurso pedagógico: classe, códigos e controle. Rio de Janeiro/Petrópolis: Vozes, 1996.

_______________ Pedagogia, control simbólico e identidad. Madrid/Espanha: Ediciones Morata, 1998.

_______________ A pedagogização do conhecimento: estudos sobre recontextualização. Cadernos de Pesquisa, n. 120, pp. 75-110, novembro/2003.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Pátria, civilização e trabalho: O ensino de História nas escolas paulistas [1917-1939] São Paulo: Brasil, Ed. Loyola, 1990.

CARVALHO FILHO, Roper P ires de. Práticas de professores de História do 1º Ano/Ciclo II em relação a facetas da cultura escolar. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Educação, Política e Sociedade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2003.

CARVALHO FILHO, Roper P ires de. Livro didático e práticas de sua utilização por professores de História sob a perspectiva da cultura escolar. In: CARDOSO, Maria Abadia; FREITAS, Talita Tatiane Martins (Orgs.). Anais do XVII Encontro Regional de História: O lugar do conhecimento no mundo contemporâneo – Conhecer, pesquisar e ensinar História, ANPUH-MG, Uberlândia, de 18 a 23 de Julho de 2010. ISSN 2179-4685.

CASASSUS, Juan. A reforma educacional na América Latina no contexto da globalização. Cadernos de Pesquisa, n. 114, pp. 7-28, novembro/2001.

CASSIANO, Célia Cristina de Figueiredo. Aspectos políticos e econômicos de circulação do livro didático de História e suas implicações curriculares. Revista História: revista de História da UNESP, Franca, v. 23, n. 1, pp. 33-48, 2004.

CERRI, Luiz Fernando. Uma proposta de mapa do tempo para artesãos do mapa do tempo: história do ensino de História e didática da História. In: MONTEIRO, Ana Maria;GASPARELLO, Arlette Medeiros; MAGALHÃES, Marcelo de Souza (orgs.). Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2007.

CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Porto Alegre: Teoria & Educação, n. 2, pp. 177-229, 1990.

CHEVALLARD, Y. La transposition didactique: du savoir savant au savoir enseigné. Paris, Ed. La Fenseé Sauvage, 1991.

CIAMPI, Helenice. A História pensada e ensinada: da geração das certezas à geração das incertezas. São Paulo: EDUC, 2000.

EZPELETA, Justa; ROCKWELL, Elsie. Pesquisa participante. São Paulo: Cortez, 1989.

FRANGELLA, Rita de Cássia Prazeres. Currículo como local da cultura: enunciando outras perspectivas em diálogo com Homi Bahba, p. 5. Disponível em: < http://www. anped.org.br/reunioes/32ra/arquivos/trabalhos/gt12-5785—Int.pdf>. Acesso em: 06 fev.2011.

FORQUIN, Jean Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: artes Médicas, 1993.

FENELON, Dea. Pesquisa em História: Perspectivas e abordagens. In: FAZENDA, Ivani (org.). Metodologia da pesquisa educacional, pp. 117-136. São Paulo: Cortez, 2000.

FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da História ensinada. 6 ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.

GOODSON, Ivor F. Currículo: Teoria e História. 5 ed. Petrópolis, RJ: Vozes,. 2002.

________________ As políticas de currículo e de escolarização. Petrópolis/Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

HAMILTON, David. Sobre as origens dos termos classe e curriculum. Teoria & Educação, n. 06, pp. 33-52. Porto Alegre: Pannonica. 1992.

LEITE, Miriam Moreira. O ensino de História no primário e no ginásio. São Paulo: Editora Cultrix, 1969.

LOPES, Alice Casimiro. Nota introdutória: reconfigurações nos estudos sobre políticas de currículo. Currículo sem Fronteiras, v. 6, n. 2, pp. 5-9, Jul/Dez 2006.

LOPES, Alice Casimiro. Currículo e epistemologia. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007.

MARIN, Alda Junqueira; SAMPAIO, Maria das Mercês Ferreira. A precarização do trabalho docente e seus efeitos sobre as práticas escolares. Educação e Sociedade, v. 25, n. 89, pp. 1203-1225, Set./Dez. 2004.

MARTINS, Maria do Carmo. A CENP e a criação do currículo: a descontinuidade de uma política educacional. Revista Brasileira de História, v. 18, n. 36, 1998.

NOVOA, Antonio. Formação de professores e profissão docente. In: NOVOA, Antonio. Os professores e a sua formação. Lisboa/Portugal: Publicações Dom Quixote, 1995.

PALMA FILHO, João Cardoso. A reforma curricular da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo para o ensino de 1º grau (1983-1987): uma avaliação crítica. Dissertação de Mestrado, São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1989.

RICCI, Claudia Sapag. Da intenção ao gesto: quem é quem no ensino de História. São Paulo: Anablume, 1999.

SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Orientações curriculares – Proposição de expectativa de aprendizagem para o Ensino Fundamental II. São Paulo:SME/DOT, 2007.

SILVA, Marcos. Além das coisas e do imediato: cultura material, História imediata e ensino de História.Tempo: revista do Departamento de História da UFF, v. 11, n. 21, pp. 82-96, 2007. Disponível em: <http://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/v11n21a07.pdf>. Acesso em: 05 set. 2011.

SILVA, Tomaz Tadeu da; MOREIRA, Antonio Flávio (orgs). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis, RJ: Vozes. 1995.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica. 2010.

VIÑAO FRAGO, Antonio e ESCOLANO, Augustín. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. 2 ed. DP&A Editora. Rio de Janeiro, RJ: 2001.

ZAMBONI, Ernesta (org.) Digressões sobre o ensino de História: memória, história oral e razão histórica. Itajaí: Editora Maria do Cais, 2007.

Downloads

Publicado

2012-12-13

Como Citar

CARVALHO FILHO, Roper Pires de. Ensino de História: políticas curriculares, cultura escolar, Saberes e práticas docentes. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 4, n. 2, p. 82–101, 2012. DOI: 10.5965/2175180304022012082. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180304022012082. Acesso em: 22 dez. 2024.