Mulheres na tecelagem artesanal ´resencostense´: o que dizem os dados do censo demográfico de 2010

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984724623532022262

Palavras-chave:

tecelagem, Resende Costa, censo demográfico, trabalho feminino

Resumo

Este artigo buscou compreender as diferentes ocupações e o perfil das trabalhadoras e dos trabalhadores do setor artesanal têxtil em Resende Costa (MG), destacando a participação feminina na manutenção dessa práxis. Foram utilizados os dados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, por ser a única fonte possível de analisar o município de interesse. Entre os principais resultados, destaca-se que foram mapeadas pelo menos quatro ocupações ligadas ao setor do artesanato na Classificação de Ocupações para Pesquisas Domiciliares utilizadas pelo IBGE. O trabalho no setor artesanal no município é caracterizado por ser majoritariamente informal e com baixos salários. Apesar de as mulheres representarem 63% da força de trabalho nesse setor, seus rendimentos eram quase a metade dos recebidos pelos homens. Enquanto principal resultado, constata-se que o setor de artesanato têxtil é marcado por diferenciais de gênero importantes em Resende Costa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Glauber Soares Junior, Universidade Feevale

Mestre em Economia Doméstica, Universidade Federal de Viçosa - UFV. Doutorando em Processos e Manifestações Culturais na Universidade Feevale.

Angelita Alves de Carvalho, Universidade Federal de Viçosa

Doutora em Demografia, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Professora e pesquisadora da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE. Professora do Programa de Pós-Graduação em Economia Doméstica da Univ. Federal de Viçosa- UFV.

Referências

AGÊNCIA MINAS GERAIS. Artesanato mineiro chama atenção pela importância cultural e força econômica. Belo Horizonte: SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais, 16, ago. 2016. Disponível em: http://static.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/artesanato-mineiro-chama-atencao-pela-importancia-cultural-e-forca-economica. Acesso em: 22 jun. 2020.

AKILANDEESWARI, S. V.; PITCHAI, Dr. C. Cooperatives and the SDGs: focus on gender equity and women's empowerment on handicraft industry. GJRA: Global Journal for Research Analysis, [S.l.], v. 7, n. 12, p. 3-5, dez. 2018. Disponível em: https://www.worldwidejournals.com/global-journal-for-research-analysis-GJRA/article/cooperatives-and-the-sdgs-focus-on-gender-equityand-womens-empowerment-on-handicraft-industry/OTg4OA==/?is=1&b1=1&k=1. Acesso em: 15 maio 2020.

ANDRADE, M. O artista e o artesão: aula inaugural dos cursos de filosofia e história da arte, do Instituto de Artes, Universidade do Distrito Federal. [Distrito Federal: Universidade do Distrito Federal], 1938. Disponível em: http://www.usp.br/cje/depaula/wp-content/uploads/2017/03/O-Artista-e-o-Artes%C3%A3o_M%C3%A1rio-de-Andrade-ilovepdf-compressed.pdf. Acesso em: 9 set. 2022.

ALGRANTI, L. M. Famílias e vida doméstica. In: SOUZA, L. M, de. História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das letras, 1997. p.83-154.

BACCARINI, M. Mercado de artesanato movimenta R$50 bilhões por ano no Brasil. G1: Pequenas Empresas & Grandes Negócios, São Paulo, 25 mar. 2018. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/pme/pequenas-empresas-grandes-negocios/noticia/2018/03/mercado-de-artesanato-movimenta-r-50-bilhoes-por-ano-no-brasil.html. Acesso em: 22 jun. 2020.

BATISTA, F. E. A; JUNIOR, G. S. Tramas de minas: o artesanato como atrativo turístico e gerador de emprego e renda. RAEI: Revista americana de empreendedorismo e inovação, [S.l.], v. 3, n. 2, p. 107-115, nov. 2020. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/index.php/raei/article/view/3254/2317. Acesso em: 20 set. 2020.

BECK, U. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: Ed. 34, 2010. 368 p.

BLACK, S.; MILLER, C. F.; LESLIE, D. Gender, precarity and hybrid forms of work identity in the virtual domestic arts and crafts industry in Canada and the US. Gender, Place & Culture, [S.l.], v. 26, n. 2, p. 272-292, fev. 2019. DOI 10.1080/0966369x.2018.1552924. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/0966369X.2018.1552924?scroll=top&needAccess=true. Acesso em: 03 abr. 2020.

CARVALHO, V. C. de. Gênero e artefato: o sistema doméstico na perspectiva da cultura material – São Paulo, 1870-1920. São Paulo: Edusp, 2008.

CASTRO, A. M. Fios, tramas, repassos e inventabilidade: a formação de tecelãs em Resende Costa/MG. 2015. 230 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós Graduação em Educação, UNISINOS, São Leopoldo, 2015. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3686. Acesso em: 05 mar. 2020.

DINIZ, M. Trabalhador com menor escolaridade tem mais dificuldade para conseguir emprego. Agência Brasil. Brasília, jul. 2017. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-07/trabalhador-com-menor-escolaridade-tem-mais-dificuldade-para-conseguir. Acesso em: 15 jan. 2021.

FEDERICI, S. Calibã e a bruxa: mulheres, corpos e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2019

FERRO, F. C; LOPES, J. L; PONTILLI, R. M. Baixo nível de escolaridade x Pobreza x Emprego doméstico: no Brasil, a correlação entre estes dois fatores é direta? uma análise estatística. In: ENCONTRO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA, 8., 2013, Campo Mourão. Anais [...]. [S.l.]: FECILCAM, 2013. p. 1-13. Disponível em: http://www.fecilcam.br/nupem/anais_viii_epct/PDF/TRABALHOS-COMPLETO/Anais-CSA/ECONOMICAS/03-fferrotrabalhocompleto.pdf. Acesso em: 16 jan. 2020.

GIDDENS, A. As consequências da modernidade. Rio de Janeiro: Editora UNESP, 1991.

IBGE. Classificação de ocupações para pesquisas domiciliares - COD, 2010. [Rio de Janeiro]: IBGE, 2010. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/metodologia/anexos/anexo_7_ocupacao_cod.pdf. Acesso em: 06 out. 2020.

IBGE. Censo demográfico 2010: trabalho e rendimento: resultados da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/1075/cd_2010_trabalho_rendimento_amostra.pdf. Acesso em: 18 jul. 2020.

IBGE. Conheça o Brasil: população cor ou raça. [Rio de Janeiro]: IBGE, 2022. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18319-cor-ou-raca.html#:~:text=De%20acordo%20com%20dados%20da,1%25%20como%20amarelos%20ou%20ind%C3%ADgenas. Acesso em: 9 set. 2022.

IBGE. Resende Costa. [Rio de Janeiro: IBGE], 2017. 1 p. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/resende-costa/historico. Acesso em: 06 out. 2020.

IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira - 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. 149 p. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101629.pdf. Acesso em: 07 out. 2020.

IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira - 2019. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. 134 p. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101678.pdf. Acesso em: 07 out. 2020.

ITABORAÍ, N. R. Mudanças nas famílias brasileiras (1976-2012): uma perspectiva de classe e gênero. 1. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2017. Disponível em: http://ceres.iesp.uerj.br/wp-content/uploads/2016/05/Mudan%C3%A7as-nas-fam%C3%ADlias-no-Brasil-1976-2012-uma-perspectiva-de-classe-e-g%C3%AAnero-Nathalie-Reis-Itabora%C3%AD.pdf. Acesso em: 24 set. 2020.

JANSEN, M. Mulheres economistas: reflexões sobre os avanços e limites no século XXI. COFECON: Conselho Federal de Economia, [S.l.], mar. 2020. Disponível em: https://www.cofecon.org.br/2020/03/08/artigo-mulheres-e-a-economia/. Acesso em: 27 set. 2020.

KELLER, P. F. Trabalho e economia do artesanato no capitalismo contemporâneo. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 29., 2014, Natal. Anais [...]. Natal: UFRN, 2014. p. 1-20. Disponível em: http://www.29rba.abant.org.br/resources/anais/1/1400624044_ARQUIVO_KELLER-Paper-ABA-GT34.pdf. Acesso em: 22 out. 2020.

MAIA, K. et al. Discriminação salarial por gênero e cor no Brasil: uma herança secular. Espacios, [S.l.], v. 38, n. 31, p. 1-22, fev. 2017. Disponível em: https://www.revistaespacios.com/a17v38n31/a17v38n31p16.pdf. Acesso em: 17 jan. 2021.

MARIANO, S. A. O sujeito do feminismo e o pós-estruturalismo. Revista Estudos Feministas, [S.l.], v. 13, n. 3, p. 483-505, dez. 2005. DOI 10.1590/s0104-026x2005000300002. Disponível em:https://www.scielo.br/j/ref/a/8mFpyJkkjRyMxnsqxQBZ95z/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 28 ago. 2022.

MEDEIROS, P. B. de. A feminização do mercado informal: inserção precarizada e desigual. In: JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS, 8., 2017, Maranhão. Anais [...]. [S.l.]: UFMA, 2017. Disponível em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2017/pdfs/eixo6/afeminizacaodomercadoinformalinsercaoprecarizadaedesigual.pdf. Acesso em: 07 out. 2020.

MORGADO, D. P. Domesticidade e consumo: experiências modernizantes nas enciclopédias femininas da Abril Cultural (1967-1973). 2021. 277 f. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2021. Disponível em: https://www.udesc.br/arquivos/faed/id_cpmenu/6403/1_TESE_D_bora_Pinguello_Morgado_16363795172693_6403.pdf. Acesso em: 25 jan. 2022.

MOURA, M. D. A indústria artesanal de tecidos em Minas Gerais na 1ª metade do século XIX. In: SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA [proceedings of the 10th seminar on the economy of Minas Gerais], 10., 2002, Belo Horizonte. Anais [...]. [S.l.]: Cedeplar, 2002. p. 1-34. Disponível em: https://diamantina.cedeplar.ufmg.br/portal/download/diamantina-2002/D14.pdf. Acesso em: 9 set. 2022.

NEVES, M. A. de; PEDROSA, C. M. GÊNERO, FLEXIBILIDADE E PRECARIZAÇÃO: o trabalho a domicílio na indústria de confecções. Sociedade e Estado, Brasília, v. 22, n. 1, p. 11-34, abr. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/se/v22n1/v22n1a02.pdf. Acesso em: 07 out. 2020.

PREFEITURA MUNICIPAL DE RESENDE COSTA. ICMS cultural: dossiê de registro de bem cultural imaterial. Resende Costa: [s.n.], 2019.

PETRINI, J. C. Mudanças sociais e familiares na atualidade: reflexões à luz da história social e da sociologia. Memorandum: Memória e História em Psicologia, Ribeirão Preto, ed. 8, p. 20-37, 8 abr. 2005. Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/artigos08/artigo02.pdf. Acesso em: 14 set. 2020.

PINTO, G. Situação das mulheres negras no mercado do trabalho: uma análise dos indicadores sociais. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS (ABEP), 14., 2006, Caxambú – MG. Anais [...]. Caxambú: ABEP, 2006. Disponível em: http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/anais/article/view/1486/1451. Acesso em: 18 jan. 2021.

PNAD CONTINUA. Indicadores mensais produzidos com informações do trimestre móvel terminado em dezembro de 2019. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/0649bf9319de9f6b0f3f 75e26dbce06d.pdf. Acesso em: 9 set. 2022.

SANTOS, M. C. L.; SILVA, G. M. Tear: artesanato de Resende Costa. São João del Rei: Editora Funrei, 1996.

SEBRAE. Artesanato e a cultura brasileira: a importância da valorização. [S.l.]: Sebrae, 2014. Disponível em: https://respostas.sebrae.com.br/artesanato-e-a-cultura-brasileira-a-importancia-da-valorizacao. Acesso em: 13 set. 2020.

SEBRAE. Termo de referência: atuação do Sistema SEBRAE no artesanato. Brasília: Sebrae, 2010. 64 p.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, [S. l.], v. 20, n. 2, 2017. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721. Acesso em: 23 ago. 2022.

SENNETT, R. O artífice. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2009.

SOARES JUNIOR, G.; BATISTA, F. E. A. A manutenção de saberes artesanais por mulheres idosas: o caso da tecelagem manual da cidade mineira de Resende Costa. Longeviver, São Paulo, v. 2, n. 6, p. 6-14, jun. 2020. Disponível em: https://revistalongeviver.com.br/index.php/revistaportal/article/view/826/884. Acesso em: 25 jul. 2020.

SOUZA, C. N. de. Artesanato de tradição do tear em Resende Costa, MG: trabalho, produção e comércio. 2018. 266 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, PUC Minas, Belo Horizonte, 2018. Disponível em: http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/CiencSociais_SouzaCN_1.pdf. Acesso em: 15 maio 2020.

ZONA DA MATA – MG. Artesanato é tradição e fonte de renda em Resende Costa, MG. G1: Zona da Mata – MG [S.l.], 25 jun. 2014. Disponível em: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2014/06/artesanato-e-tradicao-e-fonte-de-renda-em-resende-costa-mg.html. Acesso em: 10 set. 2020.

Downloads

Publicado

2022-12-29

Como Citar

SOARES JUNIOR, Glauber; CARVALHO, Angelita Alves de. Mulheres na tecelagem artesanal ´resencostense´: o que dizem os dados do censo demográfico de 2010. PerCursos, Florianópolis, v. 23, n. 53, p. 262–289, 2022. DOI: 10.5965/1984724623532022262. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/view/22110. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Demanda Contínua