Tecnologia da sobrevivência: saberes e novos usos na ocupação Cidade Locomotiva em Ribeirão Preto/SP
DOI :
https://doi.org/10.5965/1984724623512022105Mots-clés :
periferia urbana, ocupação urbana, Ribeirão Preto/SPRésumé
No artigo propõe-se um diálogo com a teoria do espaço geográfico elaborada por Milton Santos incorporando a ideia, discutida pela autora, de tecnologia da sobrevivência como uma junção entre saberes ancestrais, conhecimentos, técnica e tecnologia para a construção cotidiana da periferia urbana. Compreendida como espaço opaco, a periferia é concomitantemente rugosidade, resistência e atualização da modernização seletiva do espaço urbano. Sugere-se, a partir disso, que a sobrevivência nesses lugares exige uma racionalidade alternativa para sua construção diária. A partir da ocupação denominada Cidade Locomotiva, construída na cidade de Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo, analisa-se como a população que nela reside construiu e constrói esse lugar por meio da tecnologia da sobrevivência. A metodologia aplicada para a realização dessa pesquisa foi revisão bibliográfica, consulta a fonte de dados secundários e acesso a dados primários por meio de visitas técnicas com o poder público local, as lideranças e moradores/as da ocupação, além de trabalhos de campo durante o período de dois anos. Busca-se, assim, demonstrar o conhecimento que essa população possui sobre os vetores da modernização e os limites impostos à sua vida diariamente. Além de compreender como a tecnologia da sobrevivência, uma modernidade alternativa constituída no cotidiano do lugar, é resistente, ainda que também reprodutora, da urbanização corporativa brasileira.
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