Arte e descolonização como um mecanismo de defesa na obra de Grada Kilomba
DOI :
https://doi.org/10.5965/1984724620442019011Résumé
Apresentação da obra Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano e da série audiovisual Illusions, especialmente, "Narcissus and Echo”, criados por Grada Kilomba. A artista, filósofa e psicanalista, ilustra as operações estético-sensíveis do seu corpus teórico, através de um testemunho crítico sobre a história e epistemologia do racismo − denominado racismo ontológico. Neste artigo, o trabalho subjetivo atua em diferentes campos, de forma interdisciplinar: na descolonização do conhecimento; na interseccionalidade entre questões de classe, gênero e raça; como também, no desejo de constituição de um sujeito da negritude. Sendo assim, este artigo pretende traçar um panorama argumentativo que destrinche o que é o racismo epistemológico e como ele afeta o cotidiano nas instituições e na psique social. Finalmente, através da obra e do pensamento de Grada Kilomba, perguntar como podemos operar novos meios de reparação histórica e criar novas sensibilidades, compondo assim um novo sujeito, ou ainda, uma existência além da redução ao silêncio, ilustrado pela máscara de Anastácia. São, portanto, temáticas diferentes que se entrecruzam para tentar dar conta da realidade social, que nos afeta no campo político, sensível e sentimental. Por isso, de antemão, a teoria se revela uma prática do pensamento ativista, como também, a arte se revela uma forma de pensar a vida e vice-versa, compondo uma ética que descoloniza o pensamento, a arte, a memória e que emancipa ao produzir outras maneiras de expressão do ser.
Palavras-chave: Descolonização estética. Afrossensibilidade. Racismo epistemológico. Feminismo intersecciconal
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