A margem da margem: o lugar do feminino na literatura periférica paulista
DOI :
https://doi.org/10.5965/1984724622502021145Mots-clés :
literatura periférica, feminismo, racismo, Slam, sarauRésumé
O ensaio analisa o protagonismo das escritoras negras de territórios periféricos na literatura marginal, a partir do entrelaçamento entre literatura, política e movimentos insurgentes na cena paulista contemporânea. Para tanto, o texto busca contextualizar a contribuição desse importante acervo poético para os círculos literários femininos, na interlocução entre o biográfico e o político. Trata-se de refletir, ademais, como esses movimentos poéticos-periféricos femininos redefinem identidades e representações, por meio de coletivos de resistência articulados em torno do slam, dos saraus e da poesia ambulante. Para isso, além da revisão bibliográfica, são analisados documentários e videoclipes produzidos por mulheres implicadas com as lutas desses movimentos, considerando o cenário literário dividido em três momentos: a literatura marginal dos anos 2000; a literatura periférica, a partir de 2005; e a literatura periférica feminina, produzida desde 2013, e seus desdobramentos. Por fim, o ensaio tematiza o memoricídio e o apagamento da literatura feminina no Brasil, especialmente da literatura feminina periférica paulista, e as estratégias atuais de denúncia e de resistência que são forjadas por escritoras negras paulistanas, ressignificando não só o espaço público, mas também a potência política de corpos e de territórios marginalizados.
Téléchargements
Références
BALBINO, Jéssica (dir.). Pelas margens: vozes femininas na literatura periférica. São Paulo, 2016. 1 vídeo. (ca. 66 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nHm4cennyyw&t=1507s. Acesso em: 02 dez. 2020.
CARNEIRO, Sueli. Mulheres em Movimento. Estudos Avançados, São Paulo, v. 17, n. 49, p. 117-32, 2003.
CASTRO, Carla; MOURA, Gildênia. Mulheres escritoras: as pioneiras no século XIX. In: NETTO, Raimundo (org.). Curso Literatura Cearense. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2020.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
DELBONI, Carolina. A literatura de mulheres periféricas. Revista Trip, São Paulo, jun. 2020. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/a-literatura-de-mulheres-perifericas. Acesso em: 04 jan. 2020.
DUARTE, Constância Lima. Arquivos de mulheres e mulheres anarquivadas: historias de uma historia mal contada. Gênero, Niterói, v. 9, p. 11-18, 2009.
DUARTE, Constância Lima. Escritoras nordestinas do século XIX: resgate e história. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, v. 59, p. 177-184, 2018.
EVARISTO, Conceição. Escrevivências da afro-brasilidade: história e memória. Releitura, Belo Horizonte, n. 23, n.p., nov. 2008.
FAUSTINO, Carmen; SOUZA, Elizandra (org.). Pretextos de mulheres negras. Ilustrações de Renata Felinto. São Paulo: Coletivo Mjiba, 2013.
FERRÉZ. Capão Pecado. São Paulo: Labortexto Editorial, 2000.
FERRÉZ. Literatura marginal talentos da escrita periférica. Rio de Janeiro, Agir, 2005.
FERRÉZ. Manual prático do ódio. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2003.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje (ANPOCS), [São Paulo], p. 223–244, 1984.
HOOKS, bell. Intelectuais negras. Estudos feministas, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 464-478, ago./dez. 1995.
JESUS, Carolina Maria de. Antologia pessoal. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 8. ed. São Paulo: Ática, 2005.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LOHMANN, Tatiana; ESTRELA D’ALVA, Roberta (dir.). Slam: voz de levante. São Paulo, 2017. 1 DVD (105 min).
PELLEGRINI, Tânia. No fio da navalha: literatura e violência no Brasil de hoje. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 24, p. 15-34, jul./dez. 2004.
PÉRES, Maria de Fátima Moreira. Falas femininas em Pretextos de Mulheres Negras. Resenha. Portal Literafro – UFMG, Belo Horizonte, 2016. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/literafro/arquivos/resenhas/poesia/CarmenFaustinoeElizandraSouza-PretextosdeMulheresNegras.pdf. Acesso em: 05 jan. 2021.
REIS, Diego dos Santos. Estéticas afro-decoloniais e narrativas de corpos negros: arte, memória, imagem. Revista da ABPN, [São Paulo], v. 12, n. 34, p. 774-801, set./nov. 2020.
RIBEIRO, Esmeralda. Ressurgir das cinzas. In: RIBEIRO, Esmeralda; BARBOSA, Marcio (org.). Cadernos negros. São Paulo: Quilombhoje, 2004. p. 63.
SACOLINHA. Graduado em marginalidade. São Paulo: Scortecci, 2005.
SANTIAGO, Ana Rita. O tear de memórias poéticas de Carolina Maria de Jesus. Revista Fórum Identidades, Itabaiana, v. 21, n. 21, p. 193-214, maio/ago. 2016.
SOUZA, Elizandra. Na literatura periférica a mulher não é reconhecida. [Entrevista cedida a] coletivo Nós, Mulheres da Periferia, São Paulo, 30 mar. 2017. Disponível em: http://nosmulheresdaperiferia.com.br/noticias/dentro-da-cultura-literaria-periferica-a-mulher-nao-e- reconhecida-diz-escritora/. Acesso em: 20 nov. 2020.
SÜSSEKIND, Flora. Objetos verbais não identificados. O Globo, Rio de Janeiro, Prosa & Verso, 2013. Disponível em: https://glo.bo/2MOzdap. Acesso em: 05 jan. 2021.
WOOLF, Virginia. The common reader. London: Mariner Books, 2002.
WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. Disponível em: http://lelivros.love/book/baixar-livro-um-teto-todo-seu-virginia-woolf- em-pdf-epub-mobi-ou-ler-online. Acesso em: 04 dez. 2019.
VAZ, Sérgio. ‘Para nós, a periferia é um país’, diz poeta Sérgio Vaz. [Entrevista cedida a] Rede Brasil Atual, São Paulo, 2016. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/cultura/2016/08/2018e-hora-da-caca-contar-um-pouco-da-historia2019-diz-sergio-vaz-sobre-cultura-na-periferia-934/. Acesso em: 05 jan. 2021.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés PerCursos 2021
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.