Do encobrimento da memória e do outro: uma analítica acerca dos relatos da colonização
DOI :
https://doi.org/10.5965/1984724622482021010Mots-clés :
Povos nativo americanos, Colonialidade, EurocentrismoRésumé
O surgimento da América é marcado por controvérsias e pelo encobrimento da memória e do outro (nativos americanos). Nesta perspectiva, o presente artigo busca traçar uma analítica acerca dos relatos da colonização, a partir dos quais, cria-se a figura do índio e suas associações. Para isso o texto foi dividido em 5 eixos. Primeiramente, destaca-se o mito salvacionista do bom selvagem e a narrativa inicial da colonização. Após, evidencia-se a descaraterização do nativo ‘ameríndio’ de sua humanidade a fim de justificar sua exploração frente ao Novo Mundo, fato relacionado ao mito da modernidade e ao encobrimento da multiplicidade, que compõem o terceiro ponto de abordagem. No quarto ponto destaca-se a estratégica de dominação presente na nominação “índio” adotada pelos europeus para se referir aos nativos. No quinto ponto destacado ressalta-se o mito do encontro entre raças que mascara a violência e as estratégias de dominação do território. Por fim, encerra-se o texto, realizando um mergulho, submersão e emersão dos temas e pontos abordados. Conclui-se que a história dos povos americanos e a historiografia da colonização precisam ser revisitadas de forma a potencializar a percepção da outra face da chegada dos europeus e do encobrimento e desvalorização da memória dos povos originários da América.
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