Quando a violência é perpetrada pelo Estado: expondo a fratura do direito à manifestação pacífica
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724618372017194Resumo
O engajamento político em manifestações é um direito duramente conquistado em solo brasileiro e a violação dele configura-se como grave violência de Estado, sendo inadmissível em uma sociedade que se pretende justa, igualitária e democrática. O presente texto trata-se de uma cartografia clínico-política referente aos desdobramentos subjetivos decorrentes de um caso de violência física, psicológica e de negligência perpetrados por policiais militares contra um dos sujeitos envolvidos em manifestação pública realizada por cidadãos residentes em Florianópolis, em janeiro de 2014. A procura pelo serviço de atendimento psicológico ocorreu, por parte da vítima, após o episódio de violência. Foram realizadas onze sessões de acolhimento e apoio psicológico com o manifestante e coautor do presente trabalho, subsidiando a escrita de um parecer juntado ao processo judicial movido pela vítima. O trabalho psicoterapêutico buscou mapear elementos subjetivos vinculados ao episódio de violência, participando do processo de resiliência e ressisgnificação da experiência sofrida, configurando-se a dimensão ético-política da clínica. A coescrita do presente texto é um dos efeitos (re)inventivos resultantes da psicoterapia, inaugurando o lançamento dos autores no engajamento em uma nova e cara causa: a do direito à manifestação política.
Palavras-chave: Violência Policial. Manifestações Públicas. Subjetividade.
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