Entre mundos: a colonialidade no rompimento da barragem de fundão em Mariana/MG. Sentidos e percepções dos Krenak
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724622482021233Palavras-chave:
Índios Krenak, Impacto Ambiental, Civilização moderna, IndígenasResumo
O rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, no município de Mariana/Minas Gerais, em novembro de 2015, contaminou o rio Doce e atingiu drasticamente o povo Krenak, que vive às margens desse rio. Este trabalho propõe a análise dos depoimentos publicados de lideranças e intelectuais Krenak sobre o rompimento da barragem, através das discussões sobre modernidade e colonialidade desenvolvidas por autores do pensamento decolonial latino-americano. A metodologia utilizada é de cunho qualitativo, com aporte na análise bibliográfica e com elementos da análise de conteúdo (BARDIN, 2016), sendo o recorte temporal os anos de 2015 a 2020. A análise demonstrou a construção das narrativas pelos Krenak sobre o desastre, não como um fato isolado, mas como mais uma violência dentro do histórico de violações de direitos a que foram submetidos desde o início da colonização e que persiste nos dias atuais. Os sentidos e percepções do povo Krenak convergem para uma crítica profunda ao modo de produção capitalista, à narrativa colonial, à visão da natureza como recurso e à crise dos valores éticos. Entre mundos antagônicos, o pensamento indígena Krenak converge com os elementos e categorias do movimento decolonial para a possibilidade de outro modo de viver.
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