Querelas e aquarelas do Brasil: o jazz na mira do nacionalismo musical (anos 1920-1960)

Autores

  • Adalberto Paranhos UFU/CNPq

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530405032020225

Palavras-chave:

jazz, tradição, modernidade, identidade nacional, nacionalismo musical

Resumo

É comum estabelecer-se uma associação imediata entre a propalada “influência do jazz” e a emergência e consolidação da Bossa Nova. Este artigo, no entanto, empreende uma viagem de volta no tempo e pretende documentar, de forma analítica, como as lutas de representações travadas entre setores que cultuavam a tradição e a brasilidade e outros que se apresentavam como modernizantes antecederam em muito aquela época. Para tanto, num apanhado geral, retrocede ao período pós-Primeira Guerra Mundial a fim de flagrar a eclosão das jazz bands, que na “era do jazz”, nos anos 1920, estenderam seu raio de alcance a diferentes pontos do Brasil, incluindo cidades interioranas. Em sua marcha ascendente, a penetração de elementos musicais estadunidenses prosseguiu, especialmente na década de 1930, num momento em que o fox-trot se converteu no gênero de música estrangeira mais gravado no país. Na esteira desse fenômeno, este texto objetiva, então, capturar as reações ao que foi entendido como um processo de desnacionalização da música popular brasileira, que culminaria com a preparação de terreno para a “desfiguração” do samba “autêntico” promovida pelo samba-canção e pela Bossa Nova.

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Biografia do Autor

Adalberto Paranhos, UFU/CNPq

Mestre em Ciência Política pela Unicamp. Doutor em História pela PUC-SP, com pós-doutorado em Música pela Unicamp. Professor titular do Instituto de Ciências Sociais e do Programa de Pós-graduação em História da UFU. Pesquisador do CNPq. Professor visitante da Universidade de Lisboa. Autor, entre outros livros, de Os desafinados: sambas e bambas no “Estado Novo” (São Paulo: Intermeios/CNPq/Fapemig, 2016) e de O roubo da fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil (2. ed. São Paulo: Boitempo, 2007). Editor de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte. Autor de artigos e capítulos de livros publicados na Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Estados Unidos, Inglaterra e Portugal. Ex-vice-presidente e ex-presidente da IASPM-AL (seção latino-americana da International Association for the Study of Popular Music). 

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Publicado

2020-12-16

Como Citar

PARANHOS, Adalberto. Querelas e aquarelas do Brasil: o jazz na mira do nacionalismo musical (anos 1920-1960). Orfeu, Florianópolis, v. 5, n. 3, 2020. DOI: 10.5965/2525530405032020225. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/18263. Acesso em: 26 nov. 2024.