“Uma festa de argentinos e brasileiros”: diálogos sonoros entre Pixinguinha, Francisco Canaro e a Orquestra Típica Andreoni na década de 1920
DOI:
https://doi.org/10.5965/2525530406012021e0024Parole chiave:
tango, música popular - Brasil, música popular - ArgentinaAbstract
Este artigo tem como foco o estudo de diálogos e trocas musicais entre Pixinguinha e músicos argentinos na década de 1920. Alinha-se com trabalhos recentes (BESSA, 2005; MENEZES BASTOS, 2005; COELHO, 2009) que têm procurado redimensionar a trajetória de Pixinguinha e seu papel na indústria fonográfica da primeira metade do século XX a partir de novos ângulos, colocando em relevo as múltiplas influências de um compositor e arranjador imerso em um sistema cosmopolita que exigia uma escuta diversificada e aberta a influências musicais estrangeiras. A primeira parte do artigo é focada na análise do tango La Brisa de Francisco Canaro, gravado pelo Grupo do Pixinguinha em 1922 e procura investigar evidências históricas que liguem os dois músicos neste período, além de realizar uma análise comparativa entre a gravação de Pixinguinha e outras gravações argentinas do mesmo ano. A segunda parte é dedicada ao estudo das relações entre Pixinguinha e a Orquestra Andreoni, orquestra que esteve no Rio de Janeiro no ano de 1928 e que realizou gravações de duas polcas e dois tangos argentinos do compositor brasileiro, além de apresentações em conjunto com a orquestra Os Batutas. Por meio destes dois estudos de caso, o artigo procura lançar novas luzes sobre gravações históricas pouco conhecidas que evidenciam processos de trânsito e de influências musicais múltiplas na carreira musical de Pixinguinha.
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