"Desafinar pode ser um dano, mas é juridicamente irrelevante…"

considerações sobre música e trabalho no Brasil a partir das esferas legislativa e jurídica

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.5965/2525530409012024e0110

Mots-clés :

música e trabalho, legislação trabalhista, poder judiciário

Résumé

O presente artigo apresenta uma análise documental de dispositivos legislativos e jurídicos que se voltam para o tema das relações de trabalho no campo musical. As atenções se voltam inicialmente para a Lei nº 3.857/1960, que instituiu a Ordem dos Músicos do Brasil e conferiu a essa instituição tanto uma função regulamentadora quanto de valorização do trabalho da e do musicista. O texto acompanha, então, dois julgamentos no Supremo Tribunal Federal que determinaram se e em que medida a Lei de 1960 seria acolhida pela Constituição Federal de 1988. Assim, partindo dos argumentos apresentados pelos ministros do STF, foram tecidas reflexões críticas tanto em relação aos pressupostos quanto às implicações dessas construções discursivas.

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Biographie de l'auteur

Adelcio Camilo Machado, Universidade Federal de São Carlos

Docente responsável pela área de Música e Sociedade no Departamento de Artes e Comunicação da UFSCar. Possui Graduação em Música Popular pela UNICAMP, instituição em que também obteve os títulos de Mestre e Doutor com pesquisas voltadas para as relações entre a música popular, os conflitos simbólicos e a indústria cultural. É co-líder do “Grupo de Estudos da Canção Popular” (UFSCar) em parceria com a Profa. Dra. Thais dos Guimarães Alvim Nunes, no qual tem realizado pesquisas e orientado trabalhos de Iniciação Científica e de TCC que buscam compreender as relações entre o repertório da canção popular (em seus diversos gêneros e estilos) e seus respectivos contextos sócio-históricos de produção, recepção e circulação.

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Publiée

2024-11-14

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MACHADO, Adelcio Camilo. "Desafinar pode ser um dano, mas é juridicamente irrelevante…": considerações sobre música e trabalho no Brasil a partir das esferas legislativa e jurídica. Orfeu, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. e0110, 2024. DOI: 10.5965/2525530409012024e0110. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/25588. Acesso em: 27 nov. 2024.