A voz no blues: identidade, questões de gênero e racialização

Auteurs

  • Paola Menegat Delazzeri Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

DOI :

https://doi.org/10.5965/2525530403022018072

Mots-clés :

Racialização, Blues, Questões de gênero, Práticas vocais

Résumé

Este artigo depreende-se da pesquisa que desenvolvi no Mestrado em Música na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), que tratou dos significados atribuídos à prática do gênero musical blues na cidade de Caxias do Sul (RS) e, sobretudo, das práticas vocais ligadas a esse gênero musical. Nele, busco compreender como a voz se constrói a partir de valores identitários, de questões de gênero e de racialização. Objetivo, portanto, discutir, a partir da experiência etnográfica, realizada de agosto de 2017 a janeiro de 2018, a voz em performance como meio de desconstruir normatizações e binarismos ligados ao saber-fazer vocal.

 

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Paola Menegat Delazzeri, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Mestre em Música no Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Área de concentração: Etnomusicologia/Musciologia.

Références

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BISCARO, Bárbara. Gênero, sexo e escuta na voz em performance. Urdimento, v. 1, n. 22, p. 15-26, 2004.

BUTLER, Judith. Fundamentos contingentes: o feminismo e a questão do ‘pós-modernismo’. CadernosPagu, n.11, p. 11-42, 1998.

DAVIS, Angela. Blues, Legacies, and Black Feminism: Gertrud “Ma”Rainey, Bessie Smith, and Billie Holiday. New York: Vintage Books, 1998.

DAVIS, Angela.Mulheres, raça e classe. Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.

DOMINGUEZ, Maria Eugenia. Irreverência e tradição em uma orquestra de tango: a versão como transgressão. Ilha: Revista de Antropologia. v. 13, n.1-2, 2011.

EIDSHEIM, Nina. Synthesizing Race: Toward an analyses of the performativity of vocal timbre. Revista Transcultural de Música, n.13, 2009. Disponível em: <http://www.sibetrans.com/trans/articulo/57/synthesizing-race-towards-an-analysis-ofthe- performativity-of-vocal-timbre> Acesso em: 12 março de 2018.

FELD, Steven; FOX, Aaron A.; PORCELLO, Thomas; SAMUELS, David. Vocal anthopology: from the music language to the language of song. In: DURANTI, Alessandro (Ed.). A companion to linguistic anthopology. Oxford: Blackwell, 2004. p. 321-345.

FINNEGAN, Ruth. O que vem primeiro: o texto, a música ou a performance. In: MATOS, Cláudia Neiva de; TRAVASSOS, Elizabeth; MEDEIROS, Fernanda Teixeira de (Orgs.). Palavra cantada: ensaios sobre poesia, música e voz. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2008.p. 15-45.

FOUCAULT, Michel. Tecnologias delyo: y otros textos afines. Tradução: Mercedes Allendesalazar. Barcelona: Paidós Ibérica, 1990.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1997.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2016.

HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? In: SILVA, Tomaz T. da. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

HALL, Stuart. Que "negro" é esse na cultura negra. In:SOVIK, Liv (Org.). Da Diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003.p. 335-349.

HALL, Stuart. A identidade cultura na pós-modernidade. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.

LATOUR, Bruno.A esperança de Pandora. Bauru: EDUSC, 2001.

MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: ForenseUniversitária, 2000.

MARTIN, Denis-Constant. The musical heritage of slavery: From creolization to “world music”. In: WHITE, Bob W. (Org.). Music and Globalization: Critical Encounters. Bloomington: Indiana University Press, 2012.

MAUSS, Marcel. As Técnicas corporais. In: _____.Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac &Naify, 2003.

MATOS, Cláudia Neiva de; TRAVASSOS, Elizabeth; MEDEIROS, Fernanda Teixeira de (Orgs.). Palavra cantada: ensaios sobre poesia, música e voz. Rio de Janeiro: 7 letras, 2008.

MIDDLETON, Richard. Studying Popular Music. Buckingham: Open University Press, 1990.

MEYER, Leonard. El estilo em la música. Teoría musical, historia e ideología. Madrid: Piramide, 2000.

MONSMA, Karl. Racialização, racismo e mudança: um ensaio teórico, com exemplos do pós-abolição paulista. XXVII Simpósio Nacional de História, 2013.

SCHAEFFER, Pierre. Tratado dos objetos musicais: ensaio interdisciplinar. Tradução: Ivo Martinazzo.Brasília: Edunb,1966.

SCHUCMAN, LiaVainer. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulista. 2012.Tese (Doutorado em Psicologia Social). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Racismo no Brasil. São Paulo: Publifolha, 2001.

SEEGER, Anthony et al. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. In: OLIVEIRA FILHO, J.P. (Org.). Sociedades indígenas e indigenismo no Brasil.Rio de Janeiro: UFRJ/Marco Zero, 1979.p. 11-29.

TRAVASSOS, Elizabeth. Um objeto fugido: voz e “musicologias”. In: MATOS, Cláudia Neiva de; TRAVASSOS, Elizabeth e MEDEIROS, Fernanda Teixeira de (Orgs.). Palavra cantada: ensaios sobre poesia, música e voz. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2008. p. 199-123.

VASSE, Denis. El ombligo y la voz. Buenos Aires: Amorrortu, 2001.

VILAS, Paula Cristina. Vozes entre festas: a performance vocal, da etnografia à cena. In: MATOS, Cláudia Neiva de; TRAVASSOS, Elizabeth; MEDEIROS, Fernanda Teixeira de (Orgs.). Palavra cantada: ensaios sobre poesia, música e voz. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2008.p. 278-297.

Téléchargements

Publiée

2018-12-19

Comment citer

DELAZZERI, Paola Menegat. A voz no blues: identidade, questões de gênero e racialização. Orfeu, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 73–95, 2018. DOI: 10.5965/2525530403022018072. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/1059652525530403022018072. Acesso em: 3 juill. 2024.