Quantificação do grau de dissonância cromático como ferramenta de planejamento composicional:

uma proposta pedagógica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530409022024e0104

Palavras-chave:

grau de dissonância, planejamento composicional em música, harmonia, composição musical

Resumo

O estudo da dimensão vertical ou harmônica da música envolve duas perspectivas fundamentais: a léxica e a sintática. No contexto léxico, lidamos com acordes, enquanto na perspectiva sintática, focamos nas relações entre esses acordes. Quando abordamos o léxico harmônico, encontramos duas dimensões fundamentais, uma de natureza quantitativa e outra qualitativa. A dimensão quantitativa diz respeito à contagem das notas que compõem os acordes, ou seja, sua cardinalidade. Enquanto isso, no âmbito qualitativo, adotamos a expressão “grau de dissonância” para descrever essa característica. Na primeira parte deste estudo, vamos explorar a construção de um léxico harmônico com acordes contendo três notas, usando combinações dos intervalos entre as diferentes notas da escala cromática. Na segunda parte, iremos analisar diversos fatores de natureza sintática, incluindo a tonalidade, a parcimônia, o grau de dissonância, aspectos estocásticos e o conceito de intertextualidade na música.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Liduino José Pitombeira de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Liduino Pitombeira é professor de composição na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro e integra o grupo de pesquisa MusMat (PPGM-UFRJ). Suas obras têm sido executadas por diversos conjuntos no Brasil e no exterior, entre eles o Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Pitombeira é doutor em Composição e Teoria pela Louisiana State University (EUA). Possui diversos artigos publicados em periódicos científicos e anais de congressos no Brasil. É membro da Academia Brasileira de Música, ocupando a cadeira nº 28.

Referências

ALDWELL, Edward e Carl Schachter. Harmony and Voice Leading. 2ª Ed. New York: Harcourt Brace Jovanovich, Publishers, 1989.

BACH, J. S. 371 Vierstimmige Choräle. Partitura (redução para piano). Alfred Dörffel, Ed. Leipzig: Breitkopf und Härtel, s.d.[1871]. Disponível em: https://ks15.imslp.org/files/imglnks/usimg/7/7b/IMSLP318117-SIBLEY1802.26185.dcca-39087032500649score.pdf. Acesso em 06.07.24.

BARTÓK, Béla. 44 Duos for 2 Violins, Sz.98. Partitura. Vienna: Universal Edition, 1933. Disponível em https://imslp.eu/files/imglnks/euimg/7/77/IMSLP631964-PMLP47288-44_Violin_Duos.pdf. Acesso em 07.07.24.

BILBAO, Stefan; DESVAGES, Charlotte; DUCCESHI, Michele; HAMILTON, Brian; HARRISON-HARSLEY, Reginald; TORIN, Alberto; WEBB, Craig. Physical Modeling, Algorithms, and Sound Synthesis: The NESS Project. Computer Music Journal, v.43, n.2/3, p. 15-30, 2019.

BLOOM, Harold. A Angustia da influência. Rio de Janeiro: Imago, 2002.

BOULEZ, Pierre. Relevés d’apprenti. Paris : Seuil, 1966.

BOULEZ, P. Apontamentos de aprendiz. São Paulo: Perspectiva, 1995.

COHN, Richard. Audacious Euphony: Chromaticism and the Triad’s Second Nature. Oxford: Oxford University Press, 2011.

COHN, Richard. Introduction to Neo Riemannian Theory: A Survey and a Historical

Perspective. Journal of Music Theory, 1998, v. 42, n. 2, p. 167-180.

FINEBERG, Joshua. Spectral music. Contemporary Music Review, 2000a, v.19, n.2, p.1-5.

FINEBERG, Joshua. Guide to the basic concepts and techniques of spectral music. Contemporary Music Review, 2000b, v.19, n.2, p. 81-113.

FINEBERG, Joshua. Musical examples, Contemporary Music Review. 2000c, v.19, n.2, p.115-134.

FINEBERG, Joshua. Bibliography, Contemporary Music Review. 2000d, v.19, n.2, p.135-143.

GAULDIN, Robert. Harmonic Practice in Tonal Music. New York: W. W. Norton & Company, 1997.

HELMHOLTZ, Hermann. On the Sensations of Tone. New York: Dover, 1954.

HINDEMITH, P. The Craft of Musical Composition. New York: Associated Music Publishers, 1945.

HINDEMITH, Paul. Curso condensado de harmonia tradicional, com predomínio de exercícios e um mínimo de regras. Tradução de Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, s/d [1949].

HURON, David. Interval-Class Content in Equally Tempered Pitch-Class Sets: Common Scales Exhibit Optimum Tonal Consonance. Music Perception, v. 11, n. 3, 1994, p. 289-305.

HUTCHINSON, William; KNOPOFF, Leon Knopoff. The Acoustic Component of Western Consonance. Interface, v.7, n.1, 1978, p. 1-29.

KLEIN, Michael L. Intertextuality in Western Art Music. Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press, 2005.

KOELLREUTTER, Hans Joachim. Harmonia Funcional: introdução à teoria das funções harmônicas. 3ª Ed. São Paulo: Ricordi, 1986.

KORSIN, Kevin. Toward a New Poetics of Musical Influence. Music and Analysis, v. 10, n. 1/2, p. 3-72, 1991.

KOSTKA, Stefan; PAYNE, Dorothy. Tonal Harmony: with an Introduction to Twentieth-Century Music. 3ª Ed. New York: McGraw-Hill, Inc.,1995.

KOSTKA, Stefan. Materials and Techniques of Twentieth-Century Music. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1999.

KRISTEVA, Julia. Introdução à semanálise. Tradução: Lúcia Helena França Ferraz. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.

McHOSE, Allen Irvine. The Contrapuntal Harmonic Technique of the Eighteenth Century. New York: F.S.Crofts & Company, 1947.

MENEZES, Flo. Apoteose de Schoenberg. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.

PACHELBEL, Johann. Canon and Gigue in D major, P.37. Partitura (3 violinos e baixo contínuo). Leipzig: Kistner & Siegel, n.d.[1929]. Disponível em https://vmirror.imslp.org/files/imglnks/usimg/e/e1/IMSLP44549-PMLP04611-Pachelbel-KanonundGigueFS.pdf. Acesso em 07.07.24.

PARNCUTT, Richard; REISINGER, Daniel; FUCHS, Andreas; KAISER, Fabio. Consonance and Prevalence of Sonorities in Western Polyphony: Roughness, Harmonicity, Familiarity, Evenness, Diatomicity. Journal of New Music Research, v.48, n.1, 2019, p.1-20.

PERSICHETTI, Vincent. Twentieth-Century Harmony: Creative Aspects and Practice. New York: W.W. Norton, 1961.

PISTON, W.; DEVOTO, M. Harmony. 5th ed. New York: Norton, 1987.

PITOMBEIRA, Liduino. Formal Design, Textural Profile, and Degree of Harmonic Endogeny as modeling factors. Anais do II Congresso da TeMA. Florianópolis: UDESC, 2017, p.42-51.

PITOMBEIRA, Liduino. Um exercício de paráfrase estrutural a partir da análise do Quarteto Op. 22 de Anton Webern. Claves, v. 5, 2008, p. 88-100

PLOMP, R.; LEVELT, W. J. M. Tonal consonance and critical bandwidth. The Journal of the Acoustical Society of America, 38, 1965, p. 548–560.

ROADS, Curtis; WIENEKE, Paul. Grammar as Representations for Music. Computer Music Journal, v.3, n.1, 1979, p.48-55.

SCHNEIDER, A. (1997). ‘Verschmelzung’, tonal fusion, and consonance: Carl Stumpf revisited. In: Marc Leman (Ed.), Music, Gestalt, and computing. Berlin: SpringerVerlag, 1997, p.115–143.

STRAUS, Joseph N. Remaking the Past: Musical Modernism and the Influence of the Tonal Tradition. London: Harvard University Press, 1990.

STRAUS, Joseph N. Introdução à Teoria Pós-tonal. Ricardo Bordini, Trad. Salvador: EDUFBA, 2013.

TCHAIKOVSKY, Peter. Guide to the Practical Study of Harmony. Leipzig: P. Jurgenson, 1900.

TELESCO, Paula. Enharmonicism and Omnibus Progression in Classical-era Music. Music Theory Spectrum, v.20, n.2, 1998, p. 242-279.

TEMPERLEY, David. A Statistical Analysis of Tonal Harmony. Disponível em: http://davidtemperley.com/kp-stats/ Acesso em: 26 de junho de 2021.

TYMOCZKO, Dmitri. A Geometry of Music: Harmony and Counterpoint in the Extended Common Practice. Oxford: Oxford University Press, 2011.

Downloads

Publicado

2024-09-19

Como Citar

OLIVEIRA, Liduino José Pitombeira de. Quantificação do grau de dissonância cromático como ferramenta de planejamento composicional:: uma proposta pedagógica. Orfeu, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. e0104, 2024. DOI: 10.5965/2525530409022024e0104. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/25478. Acesso em: 26 set. 2024.