Um panorama nublado: a atividade musical como reconstrução identitária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530406012021e0018

Palavras-chave:

identidade, memória, futuro, atividade musical

Resumo

O futuro se revela como uma entidade cada vez mais nebulosa e incerta para a sociedade contemporânea. Diversos fenômenos contemporâneos estão na gênese da desesperança, no olhar limitado ao futuro, intrinsecamente modificando as formas de vivência social e de atitudes presentes. Na busca por esse futuro, a memória surge como uma ferramenta que, alicerçada na atividade musical, permite a ressignificação do presente e do passado, permitindo novos sentidos sobre o futuro. O presente artigo propõe uma análise de como diversas áreas do conhecimento agregam nessa correlação de memória, atividade musical e sentido, e de como esse diálogo é essencial para gerar reconfigurações identitárias possíveis para construir novos hori-zontes sobre o futuro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriel Barth da Silva, Universidade do Porto

Gabriel Barth da Silva é mestrando em Sociologia pela Universidade do Porto em Portugal e graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná no Brasil. Atua principalmente nas temáticas da sociologia da arte e da música, da música popular e dos estudos culturais.

Paula Guerra, Universidade do Porto

Paula Guerra é professora no Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É investigadora do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território, do CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» e do DINÂMIA’CET – IUL, Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território do ISCTE-IUL. É Professora Adjunta do Griffith Center for Social and Cultural Research na Austrália. Coordena e participa em vários projetos de investigação nacionais e internacionais no âmbito das culturas juvenis, da sociologia da arte, da cultura e da música. É, igualmente, supervisora de diversos projetos de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento nas referidas disciplinas.

Referências

AUGÉ, Marc. Para onde foi o futuro?. São Paulo: Papiro, 2012

BERGER, Peter L., LUCKMANN, Thomas. Modernity, pluralism and the crisis of meaning. Gütersloh: Bertelsmann Foundation Publishers, 1995.

CANDAU. Joël. Memória e Identidade. São Paulo: Contexto, 2019.

CONNERTON, Paul. How societies remember. Cambridge University Press, 1989.

DENORA, Tia. Music as a technology of the self. Poetics, 27, 1, 31-56,1999.

DRAAISMA, Douwe. Why life speeds up as you get older: How memory shapes our past. Cambridge University Press, 2004.

FERNANDES, Adriana et al. Música, sociabilidade e memória. Sociedade e cultura, v. 11, n. 2, p. 155-157, 2008.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Lisboa: Edições 70, 2014.

GUERRA, Paula. A instável leveza do rock: gênese, dinâmica e consolidação do rock alternativo em Portugal (1980-2010). Porto: Afrontamento, 2013.

HALBWACHS, Maurice. On collective memory. University of Chicago Press, 1992.

HALL, Stuart. Who needs identity. Questions of cultural identity, 16(2), 1-17, 1996.

HENNION, Antoine. Pragmática do gosto. Desigualdade & Diversidade–Revista de Ciências Sociais da PUC-Rio, 8, 253-277, 2011.

JACOBSEN, Jörn-Henrik et al. Why musical memory can be preserved in advanced Alzheimer’s dis-ease. Brain, v. 138, n. 8, p. 2438-2450, 2015.

JARDIM, Maria Helena de Agrela Gonçalves. Juventude! Que futuro neste mundo imprevisível e de incertezas? Ansiosa!?! Depressiva!?!... Como prevenir?. Tese de Doutorado. Universidad de Extre-madura. 2002.

JUSTEL, Nadia; O’CONOR, JAIME; RUBINSTEIN, Wanda. Modulación de la memoria emocional a través de la música en adultos mayores: Un estudio preliminar. Interdisciplinaria, v. 32, n. 2, p. 247-259, 2015.

NASCIMENTO, Adriano Roberto Afonso; MENANDRO, Paulo Rogério Meira. Memória social e sau-dade: especificidades e possibilidades de articulação na análise psicossocial de recordações. Memo-randum, v. 8, p. 5-19, 2005.

NASCIMENTO, A. R. A. do; MENANDRO, P. R. M. Reinações de menino: a memória saudosa da infân-cia na música popular brasileira. Memorandum: Memória e História em Psicologia, [S. l.], v. 9, p. 9-27, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/memorandum/article/view/6743. Acesso em: 23 nov. 2020.

PICCHIA, Paulo Menotti Del. Por que eles ainda gravam? Discos e artistas em ação. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 2013.

QUINTELA, Pedro; GUERRA, Paula. Ciências sociais, arquivos e memórias: considerações a propósito das culturas musicais urbanas contemporâneas. Sociologia, v. 33, p. 155-181, 2017.

REILY, Suzel Ana. “A música e a prática da memória – uma abordagem etnomusicológica”. Salvador: Música e Cultura, 9, 2014.

ROVELLI, Carlo. A ordem do tempo. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2018.

SACKS, Oliver. Musicophilia: Tales of music and the brain. Vintage Canada, 2010.

SHERMAN, Edmund. Reminiscentia: Cherished objects as memorabilia in late-life reminiscence. The International Journal of Aging and Human Development, v. 33, n. 2, p. 89-100, 1991.

VAN DIJCK, José. Record and hold: Popular music between personal and collective memory. Critical Studies in Media Communication, v. 23, n. 5, p. 357-374, 2006.

VIEIRA, Maria Manuel; FERREIRA, Vitor Sérgio; ROWLAND, Jussara. Retrato da Juventude em Portu-gal: traços e tendências nos censos de 2001 e 2011. Revista de Estudos Demográficos, v. 54, p. 5-25, 2015.

WERTSCH, James V. Voices of collective remembering. Cambridge University Press, 2002.

WISNIK, José Miguel. (2017). O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2017.

Downloads

Publicado

2021-09-11

Como Citar

SILVA, Gabriel Barth da; GUERRA, Paula. Um panorama nublado: a atividade musical como reconstrução identitária. Orfeu, Florianópolis, v. 6, n. 1, 2021. DOI: 10.5965/2525530406012021e0018. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/19490. Acesso em: 20 nov. 2024.