Musicalidade comunicativa e senso de eu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530402022017133

Palavras-chave:

Musicalidade comunicativa, Senso de eu, Processos intersubjetivos

Resumo

Este artigo apresenta um estudo teórico sobre o conceito de musicalidade comunicativa proposto por Malloch (1999), Malloch e Trevarthen (2009), e o de senso de eu, conforme defende Daniel Stern (1992-2000), com o objetivo de aprofundar a compreensão sobre a natureza das relações que o ser humano estabelece com a música. A estratégia consiste em estabelecer um diálogo com alguns pesquisadores, articulando suas ideias na compreensão do tema proposto. Conclui-se que as relações intersubjetivas são o ponto comum que articula os dois conceitos. Na musicalidade comunicativa, elas são responsáveis pela estrutura emocional que garante a experiência musical compartilhada; na formação do senso de eu e sua contrapartida, eu com o outro criam possibilidades de aprendizagem, dentre elas, a possibilidade de um senso de eu musical ou uma possibilidade de identidade musical.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leda de Albuquerque Maffioletti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professora Associada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atuou como professora no curso de Pedagogia e Programa de Pós-Graduação. Especialista em Psicopedagogia Clínica no EPISIBA – Escuela de Psicopedagogia de Buenos Aires. Doutora em Educação pela UFRGS.

Referências

BARRETT, Margaret. Attending to “culture in the small”: A narrative analysis of the role of play, thought and music in young children’s world-making. Research Studies in Music Education, v. 38, n. 1, p. 41-54, 2016.

BEEBE, B.; ALSON, D.; JAFFE, J.; FELDSTEIN, S.; CROWN, C. Vocal Congruence in Mother-Infant Play. Journal of Psycholinguistic Research, v. 17, n. 3, p. 245-259, 1988.

DISSANAYAKE, Ellen. Ethology, interpersonal neurobiology, and play. Insights into the evolutionary origin of the arts. American Journal of Play, v.9, n. 2, p.143-168, 2017.

______. Antecedents of the temporal arts in early mother-infant interaction. In: NILS, L. Wallim; MERKER, Björn; BROWN, Steven (Eds.). The Origins of Music. Cambridge, MA: MIT Press, 2001. p. 389-410.

______. The earliest narratives were musical. Research Studies in Music Education, v. 34, n. 1, p. 3-14, 2012.

FERNALD, Anne; SIMON, Thomas. Expanded intonation contours in mothers' speech to newborns. Developmental Psychology, v. 20, n. 1, p. 104-113, 1984.

FERNALD, Anne. Four-month-old infants prefer to listen to “motherese”. Infant Behavior Development, v. 8, p. 181-195, 1985.

HARGREAVES, D. J.; MACDONALD, R.; MIELL, D. Musical identities mediate musical development. In: MCPHERSON, G & WELCH, G. (Eds.). Oxford Handbook of Music Education. V. 1. Oxford: Oxford University Press, 2012. p. 125-142.

IMBERTY, Michel. Narrative, splintered temporalities and the unconscious in 20th century music. Musicae Scientiae, Special Issue, p. 129-146, 2008.

KIRSCHNER, S.; TOMASELLO, M. Joint music making promotes prosocial behavior in 4-year-old children. Evolution and Human Behavior, v. 31, p. 354-364, 2010.

MALLOCH, S.; TREVARTHEN, C. (Eds.). Communicative musicality: Exploring the basis of human companionship. Oxford, UK: Oxford University Press, 2009.

MALLOCH, S. Mothers and infants and communicative musicality. Musicae Scientiae, Special Issue, p. 29-57, 1999-2000.

MAFFIOLETTI, L. A. Aprendizagens sociais propiciadas pela música na infância. In: SANTIAGO, D.; BROOCK, A.; CARVALHO, T. (Orgs.). Educação Musical Infantil. Salvador: PPGMUS-UFBA, 2011. p. 60-73.

MAFFIOLETTI, Leda de A. A música e as primeiras aprendizagens da criança. In: FLORES, Maria Luiza Rodrigues e ALBUQUERQUE, Simone (Orgs.). A implementação do PROINFÂNCIA no Rio Grande do Sul. Perspectivas politicas e pedagógicas. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2014. p. 119-126. Disponível em: <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0663-1.pdf>.

PAPAUŠEK, Hanuš. Musicality in infancy research: Biological and cultural origins of early musicality. In: DELIÈGE, I.; SLOBODA, J. (Eds). Musical Beginnings. Origins and development of musical competence. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 2000. p. 37-55.

STERN, Daniel. Diário de um bebê. O que seu filho vê, sente e vivencia. Tradução Daise Batista. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

STERN, Daniel. Forms of Vitality. Exploring dynamic experience in psychology, the arts, psychotherapy, and development. Oxford: Oxford University Press, 2010.

STERN, Daniel. O momento presente na psicoterapia e na vida cotidiana. Tradução Celimar de Oliveira Lima. Rio de Janeiro: Record, 2007.

STERN, Daniel. Putting time back into our considerations of infant experience: a microdiachronic view. Infant mental health journal, v. 21, n. 1-2, p. 21-28, 2000.

STERN, Daniel. O mundo interpessoal do bebê. Uma visão a partir da psicanálise e da psicologia do desenvolvimento. Tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artmed, 1992.

STILL face experiment. Dr. Edward Tronick. Vídeo. Duração: 2’49”.

Infant-Parent Mental Health Program. ZERO TO THREE.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=apzXGEbZht0&t=9s>.

Acesso em: 23 set. 2017.

TREVARTHEN, C.; DELAFIELD-BUTT, J. T. Intersubjectivity in the imagination and feelings of the infant: Implications for education in the early years. In: WHITE, Jaine; DALLI, Carmen (Eds.). Under-three year olds in policy and practice. New York: Springer, 2017. p. 17-40.

TREVARTHEN, C.; AITKEN, K. Infant Intersubjetivity, research theory, and clinical application. Journal of child psychology and psychiatry, v. 42, n. 1, p. 3-48, 2001.

Downloads

Publicado

2017-12-19

Como Citar

MAFFIOLETTI, Leda de Albuquerque. Musicalidade comunicativa e senso de eu. Orfeu, Florianópolis, v. 2, n. 2, p. 133–146, 2017. DOI: 10.5965/2525530402022017133. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/1059652525530402022017133. Acesso em: 4 nov. 2024.