Inteligência artificial na fotografia: o esvaziamento do caráter documental na produção de imagens-fluxo
DOI :
https://doi.org/10.5965/25944630812024e4843Mots-clés :
fotografia , pós-fotografia, inteligência artificial, registro fotográficoRésumé
O presente artigo discute as relações estéticas que permeiam a produção fotográfica. Neste sentido, o trabalho provoca uma reflexão acerca das transformações técnicas e mecânicas que condicionam o papel da imagem fotográfica enquanto mecanismo de interpretação, registro, documentação, e – inevitavelmente - de construção da realidade. Com esta concepção, busca-se observar de que forma as estruturas digitais influenciam e impactam na percepção imagética do real. Nesta pesquisa, verificaremos que o caráter documental, evocado por meio dos processos da fotografia analógica, passa por uma dinâmica de esvaziamento a partir das apropriações digitais, de forma a propor um descolamento com relação ao conceito de registro. Na fotografia produzida por aplicativos de Inteligência Artificial, analisaremos de que forma a construção de imagens, por meio de processos generativos desencadeados como respostas às solicitações de usuários em linguagem comum, apropria-se de um repertório constituído das experiências de realidade de outras imagens, para criar uma janela para uma dimensão impossível. Assim, este trabalho busca vislumbrar o processo de rompimento da materialidade documental da imagem fotográfica, em meio às problemáticas contemporâneas da imagem digital.
Téléchargements
Références
BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulação. Lisboa: Relogio d'Agua, 1991.
BENJAMIN, Walter. Pequena história da fotografia. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987.
BUITONI, Dulcília. Fotografia e jornalismo: a informação pela imagem. São Paulo: Saraiva, 2011.
BURKE, Peter. Testemunha ocular: o uso das imagens como evidência histórica. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. São Paulo: Zahar, 2003.
COLLIER Júnior, John. Antropologia Visual: a fotografia como método de pesquisa. São Paulo: EPU/EDUSP, 1973.
DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Editora 34, 1998.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017.
FONTCUBERTA, Joan. A câmera de Pandora: a fotografi@ depois da fotografia. São Paulo: Ed. G. Gilli, 2012.
FONTCUBERTA, Joan. O beijo de Judas: Fotografia e verdade. São Paulo: Ed. G. Gilli, 2010.
NÖTH, Winfried. La muerte de la fotografia. De Signis, Barcelona, n. 10, Gedisa, pp. 105-116, 2006.
ROUILLÉ, André. A fotografia na tormenta das imagens. In: DOBAL, Susana; GONÇALVES, Osmar (org.). Fotografia Contemporânea: fronteiras e transgressões. Brasília: Casa das Musas, 2013. pp. 17-36.
TAGÉ, Matheus. Gamificação Fotográfica: a lógica das imagens-fluxo. In: A. Martins, D. Guimarães, L. Margadona, L. Bordim, N. Viola, & P. Freixa (Coords.), Sobre as Artes (pp. 185-202). Aveiro: Ria Editorial, 2022.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Matheus Tagé 2024

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
- Les auteurs conservent les droits d’auteur et concèdent à la revue le droit de première publication, l’œuvre étant simultanément mise à disposition sous la Licence Creative Commons Attribution 4.0 International, qui autorise:
1. Le partage — la copie et la redistribution de la matière sous toute forme ou support, pour toute utilisation, y compris commerciale.
2. L’adaptation — le remixage, la transformation et la création à partir du contenu, pour toute utilisation, y compris commerciale. Le concédant ne peut révoquer ces libertés tant que vous respectez les conditions de la licence.
Conformément aux conditions suivantes:
1. Attribution — Vous devez créditer de manière appropriée l’œuvre, fournir un lien vers la licence et indiquer si des modifications ont été effectuées. Cette attribution doit être faite dans toute circonstance raisonnable, sans toutefois suggérer que le concédant vous soutient ou soutient votre utilisation de l’œuvre.
2. Aucune restriction supplémentaire — Vous ne pouvez appliquer des conditions légales ou des mesures techniques qui restreindraient juridiquement autrui d’accomplir tout acte permis par la licence. - Le plagiat, sous toutes ses formes, constitue une pratique de publication contraire à l’éthique et est inacceptable. Cette revue utilise le logiciel de contrôle de similarité iThenticate.