Fontes para o estudo da Joalheria do Século XIX: As Exposições Universais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/25944630332019054

Resumo

Este artigo busca identificar as contribuições das Exposições Universais para a disseminação de padrões na joalheria da segunda metade do século XIX, posto que tais eventos foram palco para demonstrações dos ideais de progresso e avanços tecnológicos vigentes no século XIX, além de terem sido o espelho dos valores e gostos da elite da Europa oitocentista. Analisaremos, sob a perspectiva da Cultura Material, considerando a produção, circulação e usos dos objetos, documentos textuais e visuais das Exposições Universais realizadas em Londres em 1851 e 1862, bem como da Exposição de Paris de 1889. A partir dos relatórios do júri buscaremos identificar quais foram os critérios utilizados para a escolha das joias premiadas em cada Exposição, bem como quem eram os principais joalheiros expositores e suas características. A partir dos catálogos e jornais ilustrados das Exposições buscaremos compreender a visualidade das joias, formas e materiais. Ao utilizarmos as Exposições Universais como fonte para o estudo da joalheria, pretendemos contribuir para uma aproximação interdisciplinar do estudo da história da moda.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valesca Henzel Santini, Universidade de São Paulo / Doutoranda em História Social

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo-USP (2016), sob orientação da Profª Dra. Heloisa Maria Silveira Barbuy. Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos-UNISINOS (1996), graduação em Museologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2011) e mestrado em Comunicação e Informação, linha de pesquisa em Museologia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2012). Trabalha desde 2013 como Especialista em Pesquisa no Museu Paulista da Universidade de São Paulo, onde realiza atividades de pesquisa e documentação de coleções museológicas. Atua nas áreas de história da cultura, cultura material, museologia, gemologia. Linha de Pesquisa História da Cultura Material.

 http://lattes.cnpq.br/5413318365304530

Heloisa Barbuy, Faculdade de Direito da USP / Prof. Dra. Senior

Graduada em Direito pela Universidade de São Paulo (1981). Museóloga pelo Instituto de Museologia de São Paulo/Fundação Escola de Sociologia e Política (1987), com estágios em museus franceses (1988) e participação em programa de administração cultural do Ministério da Cultura da França para profissionais de Cultura da América Latina (Courant de lAmérique latine, 1995). Mestrado na linha de pesquisa de História da Cultura Material (FFLCH-DH-USP, 1995) e Doutorado na linha de História Urbana e Cultura Material (FAUUSP, 2001). Pós-doutorado como pesquisadora convidada do Centre André Chastel / Institut dart et darchéologie / Université de Paris IV-Sorbonne (2005). Foi museóloga e professora do Museu Paulista da USP (1990-2016) onde, entre outras funções, foi Vice-Diretora (mar.2007-mar.2011) e Supervisora do Museu Republicano "Convenção de Itu" (maio 2012- maio 2013). Atualmente é Professora Sênior no Museu da Faculdade de Direito da USP (desde 2017), professora dos Programas de Pós-Graduação em História Social (desde 2006) e do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia-USP desde a sua criação, em 2012. Pesquisadora Associada da Biblioteca Brasiliana "Guita e José Mindlin" (BBM-USP) desde 2015. Tem experiência nas áreas de História e Museologia, com ênfase em História da Cultura, atuando principalmente nos seguintes campos: cultura material, cultura visual; história dos museus, das coleções e das exposições (em interface com história das ciências e história da educação); exposições universais; patrimônio cultural, documentação de acervos; história de São Paulo (cidade), séculos XIX-XX. http://lattes.cnpq.br/8742815851577473


Referências

GERE, Charlotte; RUDOE, Judy. Jewellery at the 1862 Exhibition. In: The Journal of the Decorative Arts Society 1850 – the Present, N.38, Almost Forgotten: The International Exhibition of 1862 (2014), pp. 82-105.

JULIEN, Marie-Pierre. RUSSELIN, Céline. La culture matérielle. Éditions La Découverte, Paris, França. 2005.

MALLARMÉ, Stéphane. La Dernière mode: gazette du monde e de la famille. Paris, Editions Ramsy, 1874. Tradução de Izabel Haddad. In: Revista Dobras, v.9. n.20(2016). Disponível em https://dobras.emnuvens.com.br.

MENESES, Ulpiano Bezerra de. Memória e Cultura Material: documentos pessoais no espaço público. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, V.11, nº21, p.89-104, 1998.

ORY, Pascal. Les Expositions universelles, de 1851 à 2010: les huit fonctions de la modernité. In: MEI, Duanmu; TERTRAIS, Hugues (orgs.). Temps Croisés I. Paris: Maison des Sciences de l’homme, 2010. p.225-233. Tradução livre de Heloisa Barbuy para fins de ensino.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. Exposições Universais: espetáculos da modernidade do século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997.

SCHLERETH, Thomas J. Material Culture – A Research Guide. University Press of Kansas, EUA, 1985.

SCHROEDER-GUDEHUS, Brigitte; RASMUSSSEN, Anne. Les fastes du progrès: le guide des Expositions universelles, 1851-1992. Paris: Flammarion, 1992.

SOUZA, Gonçalo de Vasconcelos e. Percursos da joalheria em Portugal: século XVIII a XX. 2010.

Publicado

2019-11-28

Como Citar

SANTINI, Valesca Henzel; BARBUY, Heloisa. Fontes para o estudo da Joalheria do Século XIX: As Exposições Universais. Revista de Ensino em Artes, Moda e Design, Florianópolis, v. 3, n. 3, p. 054–067, 2019. DOI: 10.5965/25944630332019054. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/ensinarmode/article/view/15801. Acesso em: 19 nov. 2024.