Tradição estética e tradução intersemiótica — seria Homero o primeiro cineasta?
DOI:
https://doi.org/10.5965/1808312907092012162Palavras-chave:
artes visuais, tradução intersemiótica, arte ocidental, literatura, traduçãoResumo
Este artigo trata da tradição estética ocidental e da tradução intersemiótica sob a luz de novas teorizações sobre a tradução, como as de Benjamin, Valéry, Eliot e Campos. O ato tradutório é entendido como um processo mais amplo de relacionamento entre as obras, conferindo-lhe uma dimensão autônoma, crítica e criativa. A tradição estética ocidental não é entendida como uma via de mão única, onde as obras do passado são traduzidas pelas obras posteriores, mas que, na medida em que pressupõe intercruzamentos, promove um diálogo ativo, que torna possível as obras do passado influenciarem as obras do presente e vice-versa. Ela deve ser vista como um processo constante de traduções, onde a tradução não deve ser compreendida nos moldes das teorias tradicionais, mas a partir da problematização das categorias de original e cópia. A história da recepção da Odisséia homérica no terreno das artes visuais, a saber, no âmbito das artes plásticas e do cinema, é paradigmática, pois permite-nos vislumbrar uma série de leituras e de olhares lançados sobre o poema, que modificam e enriquecem nossa percepção tanto das obras do passado, quanto das obras do presente.
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