A arte fotográfica de Pierre Verger: a decolonialidade na cultura afro-brasileira como território de resistência na Bahia

Autores

  • Mariana Brazil UFBA

DOI:

https://doi.org/10.5965/24471267712021254

Palavras-chave:

Verger, identidade cultural, sincretismo

Resumo

Este trabalho trata de uma abordagem descritiva sobre a arte fotográfica de Pierre Verger focalizada no seu olhar sobre a cultura afro-brasileira na Bahia. Discute-se aqui o olhar etnográfico de Verger direcionado para a população afro-brasileira, trazendo uma linguagem de interseção entre a fotografia e a etnologia. As imagens que traduzem o recorte do sincretismo religioso nos rituais do Candomblé são entendidas como uma linguagem visual própria e não limitado à um simples documentário. Entende-se as imagens como uma das formas de manifestação da arte afro-brasileira a qual representa uma estratégia de resistência dos escravos africanos na Bahia, através de seus elementos culturais vindos de um regime servil, com valores que emergiram no novo ambiente. Pretende-se, assim, contribuir para o conhecimento da interface entre a identidade cultural/ancestralidade afrodescendente e a arte das fotografias de Verger, na perspectiva do processo de fortalecimento da identidade cultural da comunidade afrodescendente na Bahia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

DANTAS, Carolina Vianna. Mobilização negra nas primeiras décadas republicanas. In: ____________, Hebe Mattos, Martha Abreu (orgs.). O negro no Brasil: Trajetórias e lutas em dez aulas de história. Rio de Janeiro. Objetiva, 2012. p. 85 - 98.

GAGLIANONE, Isabela. Pierre Verger, “50 anos de fotografia 1932-1982”. O Benedito: Resenhas e ensaios literário-filosóficos. Fotografia, Resenhas. Marcado com a tag Pierre Verger, em 03/09/2014. 2014. Disponível em: <https://obenedito.com.br/pierre-verger-50-anos-fotografia/>. Acesso em: 29 nov. 2020.

GATTI, José. Dialogismo e sincretismo: (re)definições. Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso, São Paulo, v.11, no 3, p.59-79, dez, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-45732016000300059&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 29 nov. 2020.

GOMES, Laurentino. Escravidão: do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares. 1ª. Edição. Rio de Janeiro. Globo Livros. 2019. 479 p.

GÓMEZ Pedro Pablo, MIGNOLO, Walter. Estéticas decoloniales. Sentir, pensar, hacer en abya yala y la gran comarca [recurso electrónico] https://adelajusic.files.wordpress.com/2012/10/decolonial-aesthetics.pdf. Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas. 2012. 92p.

HALL, Stuart. Cultural identity and cinematic representation. Framework: The Journal of Cinema and Media. London, n. 36, 1989, p. 68-82. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/44111666. Acesso em: 20 abr. 2019.

LÜHNING, Angela. Pierre Fatumbi Verger e sua obra. Afro-Asia, Salvador, n. 21-22 (1998-1999), p.315-364. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/20971/13574. Acesso em: 29 jul. 2019.

MALDONADO-TORRES, Nelson. El arte como territorio de re-existencia: una aproximación decolonial. Iberoamérica Social: revista-Red de estudios sociales VIII: 26-28. 2017. Disponível em: http:// iberoamericasocial.com/arte-territorio-re-existencia-una-aproximacion-decolonial. Acesso em: 29 nov. 2020

MARTINI, Gerlaine Torres. A fotografia como instrumento de pesquisa na obra de Pierre Fatumbi Verger. 1999. Dissertação de Mestrado. Progr. Pós-graduação, Faculdade de Comunicação. Universidade de Brasília. Brasilia. 1999. 184pp

MUNANGA, Kabengele. Entrevista de Kabengele Munanga - A difícil tarefa de definir quem é negro no Brasil. Estudos Avançados, São Paulo, Universidade de São Paulo, no 18 (50), p. 51-56, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v18n50/a05v1850.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.

MUNANGA, Kabengele. Kabengele Munanga, 2000. Arte afro-brasileira. O que é afinal? In: Histórias afro-atlânticas (vol 2) Antologia. PEDROSA, Adriano, CARNEIRO, Amanda, MESQUITA, André (organização editorial). São Paulo: MASP. 624 p. 2018. p 113 - 124

QUINTERO Pablo, FIGUEIRA Patricia, ELIZALDE, Paz Concha. Uma breve história dos estudos decoloniais. 2019. MASP Afterall. Arte e descolonização. Disponível em: https://masp.org.br/uploads/temp/temp-6b4An9oil56DP0KVnRBC.pdf. Acesso em: 09 jul. 2019.

SONTAG, Susan. Sobre a fotografia. Tradução Rubens Figueiredo. 1a. Edição. São Paulo. 10a. Impressão. Companhia das Letras, 2004. 223 p.

SOUTY, Jérôme. Em busca do olhar virgem: a propósito das fotografias de Pierre-Verger em torno do mundo, 1932-1946. Revista Poiésis, Niterói, Rio de Janeiro. no 12, p.209-221. 2008. Disponível em: https://periodicos.uff.br/poiesis/article/view/26975. Acesso em: 18 jul. 2019.

TAVARES, Luís Henrique Dias. História da Bahia. Editora UNESP. Salvador, Bahia. 10ª Edição (revista e ampliada). 2001.542p.

WOLFENSON, Bob. Bob Wolfenson: cartas a um jovem fotógrafo. O mundo através das lentes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 223 pp.

Downloads

Publicado

2021-04-01

Como Citar

BRAZIL, Mariana. A arte fotográfica de Pierre Verger: a decolonialidade na cultura afro-brasileira como território de resistência na Bahia. Revista Apotheke, Florianópolis, v. 7, n. 1, 2021. DOI: 10.5965/24471267712021254. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/apotheke/article/view/19615. Acesso em: 28 mar. 2024.