A quem interessar possa: cartas como estratégia confessional e ficcional em escritos como processos artísticos
DOI:
https://doi.org/10.5965/244712671032024081Palavras-chave:
escrita epistolar, produção artística, processos artísticosResumo
O presente artigo busca refletir a respeito da escrita epistolar como escrita para processos que possuem características ligadas a pessoalidade em narrativas confessionais e ficcionais. A pesquisa se constitui a partir da produção poética autobiográfica com cartas endereçadas a artistas referência ou a personificações criadas. Dialogando com artistas como Leonilson e Bispo do Rosário e tendo como base teórica os escritos de Leonor Arfuch e Jorge Larrosa sobre o espaço biográfico e o ensaio como modo de escrita. A carta, aqui entendida como ficção que performa um diálogo, permite explorar os afetos e divergências de modo íntimo e em consonância com as intenções emocionais dos trabalhos. A comunicação contínua, somada aos elementos que usualmente constituem as correspondências, como o registro datado, vocativos, despedidas e assinaturas, possibilitam uma maior liberdade performativa e ficcional. A experimentação da escrita epistolar como processo artístico possibilitou a exploração das demandas teóricas e afetivas de uma produção essencialmente intimista.
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