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Abordagem do Drama e as Tecnologias Educacionais:
potencialidades criativas para formação de
professoras(res) e crianças
Flávia Janiaski Vale
Thacio Fagundes Vissicchio
Para citar esta Resenha:
VALE, Flávia Janiaski; VISSICCHIO, Thacio Fagundes.
Abordagem do Drama e as Tecnologias Educacionais:
potencialidades criativas para formação de professoras(res)
e crianças.
Urdimento
Revista de Estudos em Artes
Cênicas, Florianópolis, v. 2, n. 55, ago. 2025.
DOI: 10.5965/1414573102552025e0105
A Urdimento esta licenciada com: Licença de Atribuição Creative Commons (CC BY 4.0)
Abordagem do Drama e as Tecnologias Educacionais:
potencialidades criativas para formação de professoras(res) e crianças
Flávia Janiaski Vale | Thacio Fagundes Vissicchio
Florianópolis, v.2, n.55, p.1-24 ago. 2025
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Abordagem do Drama e as Tecnologias Educacionais: potencialidades criativas para
formação de professoras(res) e crianças1
Flávia Janiaski Vale2
Thacio Fagundes Vissicchio3
Resumo
O presente artigo visa discutir sobre a abordagem do Drama e as tecnologias como
potencialidades educacionais pensadas na formação de professores e em processos
criativos com estudantes. Essa escrita tem como objetivo pensar sobre a palavra
tecnologia, bem como sua aplicação dentro do espaço escolar e como essa prática pode
ser relacionada ao Drama, refletindo sobre o contexto educacional e social vigente.
Palavras-chave
: Abordagem do Drama. Tecnologia educacional. Formação de
professores.
Process Drama and Educational Technologies: creative potential for training teachers and
children
Abstract
This article presents a discussion about process Drama and technologies as educational
potentialities considered in teacher training and creative processes with students. This
writing aims to reflect on the word technology, as well as its application within the school
and how this practice can be related to process Drama, reflecting on the current
educational and social context.
Keywords
: Process Drama. Education technology. Teacher training.
El enfoque dramático y las tecnologías educativas: potencial creativo para la formación
de profesores y niños
Resumen
El objetivo de este artículo es debatir el enfoque del teatro y las tecnologías como
potenciales educativos para la formación del profesorado y los procesos creativos con
los estudiantes. Este escrito pretende reflexionar sobre la palabra tecnología, así como
su aplicación dentro del espacio escolar y cómo esta práctica puede relacionarse con el
Arte Dramático, reflexionando sobre el contexto educativo y social actual.
Palabras clave
: Enfoque dramático. Tecnología educativa. Formación de los
profesionales.
1 Revisão ortográfica e gramatical do artigo realizada por Ana Eduarda Castaldeli de Almeida Souza. Graduação em
Letras/Língua Portuguesa e respectivas literaturas pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Professora
especialista em Língua Portuguesa e Literatura brasileira pela Faculdade Dom Alberto.
2 Doutorado em Artes Cênicas. Universidade Federal da Bahia (UFBA), com período sanduíche
em University of
Massachusetts Boston (UMASS) nos Estados Unidos. Mestrado em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC). Graduação em Educação Artística Habilitação em Artes Cênicas. Profa. Associada da Universidade Federal da
Grande Dourados (UFGD) no Curso de Licenciatura e Bacharelado em Artes Cênicas. Docente Permanente do Programa
de Pós-Graduação em Artes Mestrado Profissional da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
flajaniaski@hotmail.com http://lattes.cnpq.br/2394281053017478 https://orcid.org/0000-0003-0325-739X
3 Mestrado profissional em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Especialização em Arte-Educação
e Especialização em Educação Especial, ambas pela FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE (FAVENI). Graduação em
Artes Cênicas pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Professor efetivo da Secretaria de Estado de
Educação de Mato Grosso. thacio_fagundes@hotmail.com
http://lattes.cnpq.br/1662494567265391 https://orcid.org/0000-0003-3802-609X
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Introdução
O que palavras como ludicidade, escuta, autoexpressão, criatividade,
construção coletiva, trabalho em grupo, contexto ficcional, teatro etc., têm a ver
com palavras como tecnologia, inovação e digital? A resposta é simples: tudo.
Acreditamos que a abordagem do Drama pode ser apresentada como uma
tecnologia educacional, com grande potencial de inovação tecnológica e digital.
Mas vamos do começo: a abordagem do Drama tem sua origem nos países
anglo-saxônicos, a partir da inserção do drama na educação, tendo como pioneiros
os nomes de Dorothy Heathcote (1926-2011) e Gavin Bolton, seguidos por Cecily
O’Neil, Alan Lambert e a denominação de
Process Drama ou drama in education
.
No Brasil, este método de ensino chega na década de 1990 pelas mãos da
professora e pesquisadora Beatriz Ângela Cabral (carinhosamente conhecida como
Biange).
Interessante destacar que a própria Dorothy Heathcote nunca escreveu ou
sistematizou escritos sobre o seu trabalho, tudo que nos chega são pelos olhos e
palavras de outras pessoas que escreveram a partir do que vivenciaram,
presenciaram ou ainda ouviram ela dizer. Uma destas pessoas foi justamente
Beatriz Cabral.
O Drama como conhecemos no Brasil, tendo como referência o trabalho de
Biange e das pesquisas e processos atuais a partir dela, é um pouco diferente de
como ele é realizado na Inglaterra e em outros lugares do mundo. Especialmente,
porque nos países anglo-saxônicos este método de ensino nasceu para ser
desenvolvido no ambiente escolar, enquanto aqui no Brasil ele ganha força dentro
de um curso superior de formação de professoras e professores em teatro: “por
ser distinta da realidade onde nasceu este método (a Inglaterra) precisa ser
apropriado e adaptado para que seja funcional. Mas que sim, ele é possível de ser
realizado e pode mesclar distintas abordagens” (Janiaski, 2020, p. 449).
Diego Pereira (2021) também discorre sobre a diferença do Drama
apresentado por Beatriz Cabral no Brasil, que traz essa abordagem pela
perspectiva teatral:
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Algumas características tornaram-se peculiares à abordagem de Cabral.
A primeira delas diz respeito ao trabalho com a linguagem teatral.
Enquanto fora do Brasil o Drama é trabalhado tanto por professores de
teatro quanto por profissionais de diversas áreas, sendo, em muitos
casos, utilizado como um meio para aquisição de conhecimentos das
disciplinas do currículo, no Brasil, o Drama foi introduzido como um
método para a experimentação teatral que contribua com a apropriação,
pelos participantes, das estruturas e conceitos teatrais (Pereira, 2021,
p.49).
Segundo o autor, por Beatriz Cabral ser professora de Teatro, todos os
processos realizados por ela e outros difundidos por sua prática estavam e estão
voltados ao universo teatral, com ênfase na construção de conhecimento sobre a
linguagem teatral:
Tem-se uma preocupação com a aquisição de conhecimentos acerca da
linguagem teatral. Constrói-se um processo com o intuito de que a
experiência dramática proporcionada pelo Drama faça com que os
participantes aprendam sobre teatro e conheçam uma maneira diferente
de construir conjuntamente uma narrativa dramática. Esse não é um
aspecto acentuado em muitas propostas de Drama fora do Brasil (Pereira,
2021, p. 50).
Desta forma, o Drama como abordagem no Brasil tem, como pressuposto, a
presença de teatralidade e o ensino de Teatro, de modo que sua execução se
apresenta como um recurso profícuo tanto nas graduações de teatro e/ou artes
cênicas, quanto para ser feito na educação básica e no ensino não formal, podendo
abrir diversos caminhos para trabalhos pedagógicos interdisciplinares,
colaborativos ou individuais.
De forma concisa, podemos dizer que a abordagem do Drama (como tem
sido chamado atualmente por pesquisadores da área da pedagogia das artes
cênicas)4 consiste na construção coletiva de uma narrativa cênica, que acontece
de forma processual, dividida em episódios; o ponto de partida para a realização
de um processo é o pré-texto, que irá definir um contexto de ficção para os
participantes que irão vivenciar papéis.
Ou seja, entendemos que o Drama no Brasil acontece a partir de cinco
convenções ou princípios básicos: pré-texto, processo, episódios, contexto de
ficção e vivência de papéis. Em cada episódio usamos uma série de estratégias ou
4 Menegaz (2020; 2025), Pereira (2021), Janiaski (2023)
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ferramentas para alcançar os objetivos do processo, como por exemplo
ambientação cênica, professor-personagem, estímulo composto, círculos
concêntricos, contação de história, improvisação, jogos, imagens congeladas,
cenas paralelas, entre tantas outras.
É por isso que o Drama - diferentemente de uma metodologia teatral, como,
por exemplo, os jogos teatrais e teatro do oprimido, que possuem uma
sistematização detalhada sobre seu processo (com proposição de sequência de
tarefas e atividades) - assume-se como abordagem, que pode abranger diferentes
caminhos e metodologias para chegar ao seu objetivo.
Não existe uma receita pronta ou específica para fazer um Drama, existem
as convenções e uma variedade de estratégias. O processo é construído a partir
das pessoas que participam dele, podendo ter diferentes contextos, interpretações
e percepções do que está posto e sempre com resoluções diferentes em cada
grupo. Cabe a coordenadora/professora/condutora, que está à frente do processo,
escolher, conduzir e mediar as ações, respeitando e aceitando as contribuições e
construções do grupo participante, para que juntos construam uma narrativa
dramática.
as Tecnologias Educacionais são ferramentas e materiais que podem ser
usados para potencializar o conhecimento, ou seja, são processos que irão ajudar
professoras(res), educadoras(res) e estudantes na construção do ensino e
aprendizado. Podem ser pensadas para formação continuada dos docentes e
também para o ensino com as crianças.
Apesar do nome gerar uma certa confusão, especialmente nos dias de hoje,
elas não se restringem a ferramentas digitais. Elas envolvem um conjunto de
experiências que acontecem também no ambiente
offlin
e e dialogam diretamente
com a sociedade contemporânea. Alguns exemplos de tecnologias educacionais
digitais são os ambientes virtuais de aprendizagem: lousas digitais,
softwares
,
aplicativos, realidade virtual, gamificação etc.; um exemplo de tecnologia
educacional que não seja digital são as ferramentas e metodologias que inovam o
ambiente escolar: jogos, livros, materiais moldáveis, tintas, quebra-cabeça, mapas,
instrumentos musicais etc.
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Segundo o dicionário virtual Dicio5, a palavra Tecnologia possui o significado
de teoria ou análises organizadas das técnicas, procedimentos, regras, ou campos
da ação humana (Dicio, 2022). Buscando sobre sua etimologia, a palavra Tecnologia
é formada por duas palavras gregas:
Techné
(arte, habilidade, técnica) e
logos
(raciocínio, razão, argumento), ou seja, a princípio tecnologia pode ser “traduzida”
como “estudo da técnica”.
Alguns filósofos, relacionam a palavra “Techné” com a ideia de produção
(poiesis) do grego antigo, significando arte, ofício e habilidade. Para os gregos, esta
palavra tinha o significado de trazer algo à luz, de revelar o que está oculto. Sendo
assim, “Techné” pode ser entendida como uma forma de produzir algo com
intenção e conhecimento, para que alguma coisa que esteja oculta seja revelado
ao mundo.
Desta maneira, o significado mais aceito do termo tecnologia, é que ela é um
conjunto de conhecimentos a respeito de determinado ofício. Ainda que, na
atualidade, ela esteja diretamente ligada aos avanços digitais, internet, Inteligência
Artificial, aparelhos eletrônicos, entre outros, em seu cerne, ela ainda está ligada à
ideia de produção para revelar algo.
Segundo Oliveira (2023) tecnologia pode ter múltiplos significados e
interpretações no dia a dia:
Além das tecnologias digitais mais evidentes, existem outras formas de
tecnologia que foram criadas em tempos diversos e muitas vezes passam
despercebidas como produto que foi caracterizado como um avanço
tecnológico da época, como por exemplo, canetas, lápis, cadernos, entre
outros artefatos, conforme destaca Moran (2005). Além disso, Reis (1995)
amplia a definição de tecnologia, incluindo artefatos em geral, cultura,
atividades com objetivos específicos, processos de criação,
conhecimento técnico e seus produtos. Dessa forma, a tecnologia é um
processo intrinsecamente ligado ao desenvolvimento da humanidade
(Oliveira, 2023, p. 15).
O que nos leva a pensar que provavelmente no futuro aparelhos como
celular, tablet, smartwatch, não serão mais considerados como inovação
tecnológica. De acordo com os estudos da autora, a tecnologia faz parte do
processo de desenvolvimento da humanidade e desempenha papel fundamental
5 Disponível em: https://www.dicio.com.br/tecnologia/. Acesso em: 30 maio 2025.
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na história da sociedade. Ou seja, o seu significado vai se alterando de acordo com
as transformações sociais e culturais6 .
É certo que a discussão sobre tecnologias educacionais se iniciou bem antes
da pandemia, entre as décadas de 1980 e 1990 com a chegada da internet. Segundo
Kenski (2013) “o avanço tecnológico não caminhou conjuntamente com mudanças
estruturais na lógica do ensino básico e, consequentemente, nas estruturas
curriculares pensadas para a formação de professores” (Kenski apud. Santos et al.
2017, p. 1257), e podemos dizer que este avanço tecnológico ainda não caminha ao
lado destas mudanças.
Estudos da área da psicologia, por exemplo, apontam como essa quantidade
excessiva de informações afetam nosso psicológico e interferem intrinsecamente
no cotidiano escolar, tanto na vida de docentes, quanto de estudantes. Byung-Chul
Han (2015) traz que vivemos em uma “sociedade do cansaço”, na qual a pressão
por desempenho e a constante exposição a fluxos de dados promovem estados
de exaustão mental e emocional. O autor argumenta que a superexposição à
informação está diretamente relacionada a um colapso da atenção e a uma
crescente dificuldade em manter vínculos profundos e reflexivos com o
conhecimento.
Logo, por um lado a educação nos últimos anos vem sofrendo constantes
transformações influenciadas pelo avanço tecnológico e a forma que a sociedade
se organiza, principalmente após o período pandêmico, no qual as informações
“rolam” na ponta dos nossos dedos. Por outro, de modo geral, ainda estamos em
um modelo de escola do século XVIII (mesmo pós-pandemia), com carteiras
enfileiradas e professores praticando a educação bancária (Freire, 2017), ou seja,
“depositando” os conteúdos nos alunos.
É preciso mencionar que a mudança na educação já vinha sendo discutida e
apontada por diversos teóricos. Porém, somente na pandemia da Covid-19, com
6 É evidente que assim como a tecnologia, o teatro acompanha a história humana. Logo, inovações
tecnológicas estão presentes no fazer teatral desde a Grécia antiga com os maquinários criados para as
encenações, passando pelo uso da iluminação elétrica, telefonia, radio, audiovisual etc. até chegar no digital.
Ou seja, é evidente que a relação entre teatro e tecnologia não é recente, tão pouco novidade dentro da
abordagem do Drama, o que queremos destacar aqui é o Drama enquanto possibilidade de ser ou gerar
tecnologia educacional que amplia o fazer teatral dentro da escola.
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inúmeras tentativas frustradas em estabelecer “um novo normal”, ficou
escancarado para nós docentes que precisaríamos mudar nossa prática e essa
mudança em ritmo acelerado permeia em nosso meio. Acreditamos que, assim
como Nóvoa pontua, teremos um novo modelo de educação daqui alguns anos e
que precisamos ressignificar os conceitos de escola, estudante e professor, pois
“o modelo escolar está em desagregação” (Nóvoa, 2019, p. 02).
O autor acredita que, mais do que uma crise no modelo escolar vigente que
vem sendo anunciada por alguns teóricos desde a década de 2010, estamos
próximos, de fato, ao fim da escola como conhecemos e diante do “princípio de
uma nova instituição, que certamente terá o mesmo nome, mas será muito
diferente” (2019, p.02), passando por uma alteração e uma “complexa
metamorfose” em sua base fundadora.
Diante desse cenário de mudança anunciada, mas ainda em estado de
estagnação, pontuamos novas formas de fazer e discutir a abordagem do Drama
realizada pelos autores, na intenção de inovar e suprir as necessidades atuais, a
partir da criação de tecnologias educacionais, inclusive digitais.
Mas como nossa sociedade e os indivíduos que a compõem e a constroem
mudaram, ao passo que a visão de mundo que cada sociedade estabelece passa
pela educação, conjeturamos ser preciso que aconteça uma transformação da
escola, a partir de um novo posicionamento e um novo pensar que amplie o
repertório dos docentes para se aproximar das novas gerações.
Nesse sentido, as tecnologias educacionais se apresentam como prática
inovadora para que professoras(res) criem ferramentas e recursos didáticos para
usarem em suas aulas. Segundo Santos et al. (2017, p. 1253)
As tecnologias estão ao alcance do professor e do educando, mas o
processo do ensinar e do aprender deve ser repensado na orientação das
atividades, por exemplo, deve-se definir o que vale a pena ser feito com
o uso dessas tecnologias para que a aprendizagem seja significativa.
Gadotti (2007) traz que vivemos numa “sociedade aprendente” na qual as
informações e a redes estão em constante movimento, impactando diretamente
a escola, e cabe ao professor ser um “mediador do conhecimento, um
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problematizador” (Gadotti, 2007, p.13). Dessa forma, o uso das tecnologias e como
ela será utilizada em sala precisa ser mediada pela docente, sendo necessário
escolhas a partir do seu contexto, do seu público e da sua formação, o que soa
muito familiar com a abordagem do Drama.
Diante disso, como trabalhar o Teatro nessa perspectiva de uma sociedade
em que crianças e jovens não conseguem mais assistir a um filme sem olhar para
o celular ou visualizar notificações das redes sociais? Em que a dança, muitas
vezes, se tornou passos robotizados para vídeos curtos? Como trazer tecnologia
educacional para dentro das aulas de teatro, de forma a combinar as noções
tradicionais de teatro (que incluem um espaço/tempo da presença e
acontecimento, e a relação de troca entre ator-espectador) com o
desenvolvimento tecnológico e digital?
Hobi traz que a celeridade de informações e o avanço das tecnologias digitais
questiona a forma que conhecemos de se trabalhar com teatro, assim como quem
faz e quem assiste teatro.
O que ocorre na contemporaneidade, de dentro desse atual contexto em
que um turbilhão de informações e tecnologias digitais se atualiza em
uma velocidade vertiginosa, é uma ampliação dessas possibilidades,
possibilidades essas que irão questionar fatores determinantes na
constituição normativa do “elemento” teatro, a saber: texto, atuante,
espectador (Hobi, 2013, p. 50).
Este questionamento do uso ou não de tecnologias digitais no teatro
acontece a bastante tempo, mas foi acelerado com a pandemia em 2020.
Isaacsson (2021) coloca que a combinação teatro e ferramentas digitais vinha
sendo contida devido a “cultura teatral essencialista, na qual a afirmação da
identidade do teatro esteve muito arraigada a sua diferenciação da produção
audiovisual tecnológica” (Isaacsson, 2021, p. 8), uma vez que o teatro pressupunha
a presença física no mesmo espaço-tempo de atores, técnicos e espectadores.
Trazendo essa discussão para educação e para o ensino do teatro, o avanço
tecnológico no período pandêmico precisou dar um salto, fazendo com que
docentes e estudantes transformassem suas casas, suas redes sociais e aparelhos
eletrônicos como principal ferramenta de trabalho.
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Vale destacar que a tecnologia, desde os primórdios do teatro, possibilitou
recursos, inovação técnica e estabeleceu conexões no fazer teatral. Tanto
analógica, quanto digital (Menegaz, 2025), ela esteve presente em diferentes
momentos do teatro e continua se desenvolvendo. Ao mencionar o período
pandêmico, nos referimos ao método de trabalho em que necessariamente
precisamos utilizar recursos tecnológicos digitais, ressignificando o que
conhecíamos sobre o fazer teatral e o ensino do teatro, naquele período (Janiaski
& Vissicchio, 2021), isto na sala de aula e nas ‘salas’ de espetáculos.
Marta Isaacsson (2021), por exemplo, comenta que desde a década de 1990
os recursos digitais começaram ser inseridos no teatro, no entanto, foi com a
pandemia que todos voltaram suas atenções para essas novas possibilidades de
inserir o digital no teatro, de acordo com a autora:
faz aproximadamente trinta anos que artistas de teatro europeus e
americanos começaram a explorar em suas criações os espaços de
encontro da rede de comunicação, por meio de MUD, MOO, salas de chat,
ambientes VRML e, mais recentemente, a Second Life. A atual explosão
de iniciativas na rede de computadores, em decorrência das restrições
de contato físico, vem, na realidade, dar visibilidade a um movimento de
experimentações, concebidas como teatrais, no ambiente da rede de
computadores, cujo começo se deu no início dos anos de 1990. É bem
verdade que esse movimento demorou muito a ser percebido pela crítica
especializada. Na primeira versão (1999) de seu renomado livro Teatro Pós
dramático, Hans-Thies Lehman, por exemplo, não problematiza ainda o
emprego da internet pelo teatro, vindo a fazê-lo posteriormente, como
pode ser constatado na versão da obra traduzida no Brasil (Isaacsson,
2021, p. 9-10).
Ou seja, o teatro, que tinha no efêmero e na presença suas características
basilares, passa a ser também gravado, fixo no tempo e espaço, mediado por telas.
E, na educação não foi diferente:
Com a disseminação da pandemia da Covid-19 em todo o mundo,
medidas de isolamento foram adotadas levando as pessoas a
permanecerem em suas casas para evitar o contágio. Nesse contexto, o
uso da TDICs [Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação]
desempenhou um papel fundamental promovendo mudanças
significativas na forma como a educação era praticada. Diante das
restrições sanitárias e do distanciamento social, surgiram adaptações
emergenciais no processo de ensino, dando origem ao ensino remoto
emergencial (ERE), muitas vezes confundido com a modalidade de Ensino
a Distância (EaD) (Oliveira, 2023, p. 22).
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Esses efeitos pandêmicos não puderam ser revertidos quando o ensino e o
teatro voltaram a ser presenciais, mas, ao mesmo tempo, não sabemos lidar com
eles. A interação, o tocar, o olhar no olho sem uma tela deixou todos um pouco
perdidos e em busca de uma inovação que ao mesmo tempo era um retrocesso,
e ninguém sabia lidar com aquele ‘novo’.
Paralelo a este pensamento, quando falamos de teatro e do ensino do teatro
na educação formal e não formal, precisamos pensar em tecnologias da educação
que façam sentido e estejam aliadas ao desenvolvimento integral das crianças,
levando em conta o seu desenvolvimento cognitivo, imaginativo, criativo, cidadão,
científico e artístico. A contribuição do estado da arte tem relação direta com a
produção de novos conhecimentos, que estejam alinhados ao nosso tempo, e isso
passa pelo desenvolvimento científico e tecnológico.
Por isso, pensar em processos de ensino e aprendizagem estéticos que gerem
pesquisa científica e desenvolvimento cultural é basilar quando pensamos no
teatro dentro do ambiente escolar ou comunitário. E acreditamos que a
abordagem do Drama se apresenta como uma possibilidade de gerar as mais
diversas tecnologias educacionais, assim como ser uma, especialmente quando
pensamos em formação artística e pedagógica.
Teatro, Tecnologia e Educação
Um ponto importante, mas geralmente polêmico no ensino da Arte, é a
dicotomia entre processo e produto. Gama indaga sobre se é “possível afirmarmos
que o processo e o produto podem se inter-relacionar de modo fértil no ensino
de teatro dentro da escola?” (2002, p. 269). Segundo o autor, professoras(res)
geralmente são influenciadas pela forma tradicional de ensino, em que se
acreditava que a sua transmissão era realizada pela docente e os estudantes
deveriam memorizar tais conceitos. Estas práticas ainda acontecem atualmente,
tanto na educação básica quanto na superior, quando o discente é submetido a
uma prova de determinado conteúdo, sendo ele avaliado por nota ou conceito a
partir do que ele lembra (decora) sobre determinado assunto.
Traçando um marco, na virada do século começou-se a discutir o ensino por
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habilidades e competências, sendo desenhado na educação brasileira ainda pelos
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN´s (1998) e implementado no currículo a
partir da Base Nacional Comum Curricular/BNCC (2018). Tal mudança deu espaço
para que professoras(res) deixassem de lado as práticas tradicionais, como por
exemplo, realizar peças, esquetes, cenas em datas comemorativas ou para
enfeitar eventos com a comunidade; e começassem a ressignificar e transformar
suas aulas pensando em questões como estética, criatividade, expressão e
ludicidade no ensino do teatro, dando ênfase ao processo, de forma que a
professora ou professor se aproximasse do estudante, criando ligação entre
ambos.
Nessa perspectiva, aprofundando o diálogo com Joaquim Gama, pensamos
ser possível relacionar processo e produto na abordagem do Drama.
Evidentemente o Drama acontece em processo, como o próprio nome inglês o
designa -
process drama
e, como dito acima, uma de suas convecções é o
processo. Menegaz afirma que o Drama se trata de uma investigação teatral que
se faz no coletivo e “que se em um processo em que todas as pessoas
envolvidas estão em jogo, assumindo papéis e explorando situações” (Menegaz,
2025, p. 105). Biange argumenta que “a palavra processo, quando definida em
drama, é posta em oposição a produto, o qual adquire conotação de algo findo,
concluído” (Cabral, 2006, p. 44).
No entanto, entendemos a palavra produto de forma um pouco diferente, e
defendemos que existem os produtos que são, como Biange coloca “algo findo,
concluído” e existem outras possiblidades de produtos que podem ser mais
variados, mas que são apresentados a alguém. Explicamos: apesar de no Drama
não existir um público externo, acontecem apresentações/improvisações para o
público interno. Participantes e coordenadores do Drama apresentam, por
exemplo, imagens congeladas, pequenas cenas ou improvisações uns para os
outros, por vezes usando elementos teatrais como acessórios, figurinos, objetos
de cena etc. Bowell & Heap colocam que é essencial no Drama ter um público
interno: “Abordagem do Drama é um termo usado para descrever um tipo de
teatro em que não existe apresentação para um público externo, mas para um
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público interno é essencial” (2013, p. 6)7.
No Drama é possível vivenciar experiências teatrais de diferentes formas.
Somos convidados a ser espectadores e personagens, entrar e sair dos papéis para
poder ter um olhar de fora da cena e discutir em pequenos ou nos grandes grupos
sobre os temas e possibilidades levantadas com um olhar distanciado do
momento do acontecimento da cena mas, ao mesmo tempo, imerso no contexto
ficcional da narrativa.
Ou seja, entendemos que durante o processo são gerados o que podemos
chamar de produtos, “na abordagem do Drama, os participantes, juntamente com
o professor, constituem o conjunto teatral [atores, escritores, diretor] e se
envolvem no drama para criar significado para si mesmos” (Bowell & Heap, 2013 p.
6)8.
Vale lembra ainda que Biange sugere que ao final de um processo de Drama,
o grupo organize materiais como cartazes, manifestos, poesias, desenhos, murais,
o que também consideremos como produto. Entendemos e reiteramos aqui que
o objetivo principal do Drama não é gerar um produto final, mas que “outros tipos
de produtos” podem ser gerados em processo e ao seu final. Ainda destacamos
que pesquisas recentes investigam o Drama como possibilidade para criar
personagem e mesmo um espetáculo teatral.
Um dos grandes aprendizados através da abordagem do Drama é a questão
social, do outro e da convivência com o outro e em sociedade. Se você ensina na
escola que eles precisam ficar sentados enfileirados e quietos, que tipo de
habilidade social irão aprender?
O aprendizado, ou a construção de um aprendizado, ou de uma habilidade
específica com a abordagem do Drama vem de um lugar de envolvimento
emocional dos participantes que irá enriquecer e qualificar aquele determinado
aprendizado ou habilidade. A título de exemplificação, levantamos aqui a questão
da escrita argumentativa, que de modo geral, na pedagogia tradicional, é ensinada
7 Process drama is a term used to describe the type of drama in which performance to an external audience
is absent but presentation to the internal audience is essential (Bowell & Heap, 2013, p. 6). (Tradução nossa)
8 In process drama the participants, together with the teacher, constitute the theatrical ensemble and engage
in drama to make the meaning for themselves. (Tradução nossa)
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de forma técnica nas escolas: as crianças precisam aprender a escrever e, em sua
maioria, os educadores fazem isso através da repetição e não da associação, o que
já é em si um problema.
Vejam, se a professora chega aos seus alunos e diz para abrirem o livro na
página 18, pede que façam a atividade 03, que consiste em copiar um texto ou
fazer algum exercício de repetição do livro didático ou de uma atividade impressa
e depois darem sua opinião sobre o assunto, se estão de acordo ou não. A partir
desta atividade, a professora terá determinado tipo de resposta e de
aprendizagem.
Agora se a professora pede que eles escrevam, por exemplo, uma carta para
o Rei, fazendo um jogo com eles de que são aldeões que precisam fazer uma
denúncia à corte, porque suas plantações estão sendo destruídas por uma praga,
ou que os soldados estão cometendo uma injustiça e prenderam um inocente da
aldeia e depende deles esclarecerem as coisas com o Rei, através da habilidade
de escrita. A professora joga com os alunos que se eles não escreveram esta carta
com argumentos e retórica, eles poderão perder suas terras ou um inocente pode
ser mandado à forca.
Neste caso, muito mais em jogo do que aprender a escrever e argumentar,
eles estão tentando salvar um inocente, ou suas terras, ou suas vidas, ou
convencer a diretora de que nenhum professor deve passar tarefa as sextas feiras.
Mais do que saber juntar letras, eles precisam pensar e construir argumentos, ser
criativos, trabalhar em grupo etc.
Aprender através do vivenciar uma história, aprender a partir do envolvimento
emocional, aprender a trabalhar coletivamente, aprender de forma colaborativa é
ser nutrido enquanto ser humano. A abordagem do Drama proporciona esta outra
forma de construção de aprendizagem, e com ela é possível aprender qualquer
conteúdo, uma vez que um processo de Drama pode ter qualquer temática,
inclusive as previstas nos currículos escolares, abrangendo o fazer teatral, pois
como destaca O´Neil “a aprendizagem sobre o teatro ocorre através do
engajamento na experiência” (1995, p. XIV).
Mas para isso é preciso um tempo que, em geral, não existe nas escolas, um
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tempo de preparo e planejamento, que devido a carga horária docente, aliada a
falta de parceria e incentivo, e a falta de espaço físico adequado, se torna difícil.
Para realizar um processo de Drama, precisamos de tempo e um tempo de
qualidade que não cabe neste modelo educacional arcaico, engessado, que não
permite o ócio e que condena o brincar, o jogar, o criar, o fantasiar. É esta uma
das maiores dificuldades de se trabalhar com a abordagem do Drama no ensino
formal.
Evidente que temos muito exemplos de sucesso de processos de Drama
realizados no ensino formal, em distintos lugares no Brasil, experiências pontuais,
particulares e em geral, realizadas com parcerias. A dificuldade que ressaltamos é
a seguinte: como um docente que tem 40 horas/aulas semanais, com cerca de 16
turmas diferentes, vai pensar e realizar processos distintos para suas turmas e
conseguir arquitetar uma ambientação cênica, materialidades e adereços, para
realizar esses processos dentro dos 45 a 50 minutos de cada aula, sem um
intervalo de tempo entre as turmas; sem uma sala específica de teatro; sem a
ajuda de outras pessoas. Ainda devemos nos preocupar com as mazelas
encontradas na educação básica no que tange o ensino de Arte, como a falta de
professores específicos da área e entendimento sobre o que é o ensino do Teatro
na escola.
Daí a importância de produzirmos materiais didáticos que sejam tecnologias
educacionais em diferentes formatos, que possam servir de inspiração, criação e
divulgação. Neste sentido, a abordagem do Drama é inovadora ao trabalhar com
uma pluralidade de propostas e com a transdisciplinaridade a partir do fazer
artístico, que por vezes pode funcionar como ferramenta para determinado
aprendizado pedagógico, mas ainda assim, mesmo nestes casos, ainda será o
aprendizado do fazer teatral. Assim, o Drama tem o potencial de produzir novas
tecnologias educacionais a partir de uma formação estética, pedagógica e artística,
de docentes e crianças.
A grande questão é não nos prendermos nestas tecnologias como fórmulas
ou receitas imutáveis, mas sim, como base para experimentação, pensando em
uma construção de conhecimento alicerçado em uma pedagogia contemporânea
que supere a escola tradicional, tecnicista, escola nova etc., e pense em materiais
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que levem em conta as realidades dos alunos e contextualize os conhecimentos,
pois o aprendizado acontece quando está associado à realidade da criança, por
isso, na abordagem do Drama o contexto de ficção está conectado ao contexto
real dos participantes, e alicerçado na temática que a coordenadora/professora
quer trabalhar.
Por vezes, nós docentes não temos ideia de como impactamos a formação
de uma pessoa, e você refletir sobre esse ‘poder’ é uma maneira de pensar que,
apesar das crianças serem imaginativas, a imaginação precisa ser exercitada, e
uma maneira de fazer isso é colocá-las imersas em uma situação de ficção que
as convoquem a tomar decisões que vão para além de tocar uma tela, pois a
criação parte da imaginação.
De maneira geral, nosso sistema educacional ignora as questões do
desenvolvimento cognitivo e social, mas quando falamos de construção de
aprendizado, isto não pode ser ignorado, pois naturalmente, ao decorrer do seu
desenvolvimento a criança irá criar de forma natural suas fantasias, seus mundos
imaginários, imitar ações e atitudes dos adultos, e a professora que coloca a
criança como centro do aprendizado, verá estas qualidades ‘naturais’ como
oportunidades, porque é no mundo do faz de conta que você desenvolve o
humano.
Nessa ruptura entre o ensino tradicional, a virada de chave acontece a partir
de três pontos: o ensino por competências e habilidades; a nova forma de
aprender e ensinar; uma pandemia que assolou o mundo. Estas novas formas de
aprendizado surgiram na prerrogativa de atender as demandas presentes na
sociedade. Nos últimos anos, por exemplo, o termo ‘metodologias ativas’ foi
temática para várias secretarias de educação, forçando professoras(res) a refletir
sobre sua prática escolar, na intenção de auxiliá-las nessa metamorfose da escola
(Nóvoa, 2019) que questiona o ensino que conhecemos como não sendo suficiente
para sociedade que estamos.
Paulin Romanowski
et al
(2022) traz que novos desafios foram acrescidos
para o ser docente e que tais mudanças afetam nossa realidade.
novos desafios são atribuídos à profissão do professor. Entre esses
desafios o professor se diante da superação individualização para uma
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prática docente coletiva valorizando a solidariedade e o diálogo. Um
segundo desafio, são mudanças provocadas quanto à organização do
ensino, pois as TICs e as mídias sociais se inserirem na vida cotidiana das
pessoas transformando as formas de relação, interação e aprendizagem
(Paulin Romanowski et al. 2022, p. 197-198).
Para que esses desafios sejam superados, a formação docente também
necessita de mudanças para acompanhar essa transformação. Nóvoa acrescenta
ainda que, nessa nova forma de ensino que estamos presenciando, é necessário
mudar a forma de formar os docentes:
Do mesmo modo que a metamorfose da escola implica a criação de um
novo ambiente educativo (uma diversidade de espaços, práticas de
cooperação e de trabalho em comum, relações próximas entre o estudo,
a pesquisa e o conhecimento), também a mudança na formação de
professores implica a criação de um novo ambiente para a formação
profissional docente. Fazer essa afirmação é reconhecer, de imediato,
que os ambientes que existem nas universidades (no caso das
licenciaturas) ou nas escolas (no caso da formação continuada) não são
propícios à formação dos professores no século XXI. Precisamos
reconstruir esses ambientes, tendo sempre como orientação que o lugar
da formação é o lugar da profissão (Nóvoa, 2019, p.7).
No entanto, a educação tem seu viés político e econômico, e justamente por
isso, as docentes precisam criar fissuras neste sistema capitalista e mercantil que
vem adentrando cada vez mais o ambiente escolar, com o objetivo de formar mão
de obra. É que entra a potência do Drama em desenvolver habilidades para a
vida, como o pensamento criativo, empatia e pensamento crítico. Não existe mais
sentido em pensar uma educação que coloca a criança sentada, estática ouvindo
uma série de conteúdos que ela precisa decorar para uma prova que não tem um
significado para ela.
Com a abordagem do Drama, ao invés de ficarem sentadas em suas carteiras
enfileiradas sem interação umas com as outras, elas irão trabalhar em grupo,
dramatizar, criar e resolver problemas etc., e isto em qualquer idade, não apenas
crianças, pois o Drama está enraizado no brincar, no jogar, no faz de conta,
características que são naturais do ser humano em todas as idades.
Vale destacar que, na abordagem do Drama, os objetivos artístico-
pedagógicos das coordenadoras irão definir as estratégias que serão usadas, uma
vez que existem inúmeras possibilidades. Saber o que eu quero ensinar, aprender
e explorar com os participantes do processo dará o direcionamento de ações e
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estratégias que eu vou usar, e por ele acontecer em episódios, permite que eu
dilate o tempo da criação da narrativa que envolve o processo de construção
dramática.
Possibilidades e estratégias
Queremos agora trazer dois exemplos de tecnologias educacionais a partir da
abordagem do Drama, o primeiro são as estruturas de processos e o segundo é o
Pod-Drama.
Quando montamos um processo de Drama, partimos da escolha de uma
temática ou de um pré-texto (um pode inclusive definir o outro), a partir daí
criamos o contexto ficcional e delimitamos quais papéis serão usados no jogo, em
seguida escolhemos as estratégias. Para tanto, desenhamos e criamos o primeiro
episódio, que aqui iremos chamar de estrutura. Estas estruturas podem ser
consideradas uma tecnologia educacional que temos a partir da abordagem do
Drama. Elas podem servir de inspiração e exemplo para que outros docentes (ou
quem tiver interesse) montem seus processos dramáticos.
Talvez possa parecer um contrassenso fazer estruturas de Drama para que
outras pessoas possam fazer estes processos, dado seu caráter de construção
coletiva em que os participantes irão construir e criar juntos aos coordenadores.
No entanto, pensando na formação de professores, todos precisam começar em
algum lugar, e é difícil ser criativo sem uma base.
Os professores que irão utilizar estas estruturas como base para trabalharem
com a abordagem do Drama, chegarão a resultados diferentes e proporcionarão
aos estudantes e/ou participantes a experiência de um processo artístico. Aos
poucos eles irão adquirir confiança para criarem seus próprios processos a partir
destes exemplos criados por outros.
Outra tecnologia educacional que citamos como exemplo é o arquivo de
áudio digital que foi denominado de Pod-Drama -
Podcast de Drama
, apresentado
como proposta pedagógica no Mestrado Profissional em Artes9, criado para que,
9 Pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional em Artes, campus Universidade Federal de Uberlândia- UFU,
intitulada: Prática docente no ensino de Teatro: de que aula de Arte estamos falando?, no qual foi realizado
discussão dos documentos norteadores da educação básica federal e estadual do Mato Grosso a partir do
Drama Seja Gentil, realizado com estudantes do ensino fundamental, anos finais. Para além da dissertação,
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de forma rápida e prática, por meio de uma tecnologia digital, pudesse chegar a
professoras(es) e licenciandas(os) em Teatro.
Em 2020, ainda no contexto da pandemia, o podcast ganhou destaque nas
mídias digitais, alcançando repercussão tanto no Brasil quanto em outros países.
Embora esse formato de comunicação – que pode assumir a forma de conversas
ou transmissões de informações exista no país desde meados dos anos 2000,
foi durante a pandemia que ele ganhou impulso significativo (Cardoso; Villaça,
2022). Hoje, o podcast se consolida como uma ferramenta de comunicação digital
que oferece praticidade no acesso e na difusão de conteúdos, permitindo que as
pessoas o ouçam em diferentes dispositivos e contextos, otimizando o tempo
disponível.
A proposta do
Pod-Drama
10 foi criar um material artístico didático que fosse,
para além de um manual ou uma narrativa expositiva do processo de Drama que
havia sido realizado na escola, uma ferramenta pedagógica. Enquanto tecnologia
educacional, o podcast sintetiza a abordagem do Drama e a exemplifica, utilizando
uma plataforma digital, que potencializa seu alcance.
Interessante destacar, que o
Pod-Drama
foi pensado para refletir
semelhanças entre ele e um processo de Drama, por isso, ele foi idealizado a partir
de episódios, ambientação sonora e imersão dos ouvintes, apresentando aos
interessados o processo realizado na escola, assim como as convenções e
estratégias que foram utilizadas para a sua realização. Por isso, ele foi dividido em
passagens, que correspondem a cada episódio realizado do Drama, ou seja, o Pod-
Drama apresenta tanto os episódios do podcast, sequenciando cada diálogo ou
apresentação, quanto os episódios do Drama, que apresentam o processo
realizado.
Ao todo são seis episódios produzidos: um episódio introdutório, explanando
sobre o podcast e seu propósito, e cinco outros, apresentando o trabalho realizado
com comentários sobre o processo. Muito importante salientar que, como o
como material didático, foi apresentado o podcast do processo executado. Ano de execução: 2021-2022.
Orientação: Wellington Menegaz. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/36734.
10 Link do Podcast: https://open.spotify.com/show/28IC5x9WxlhnLY98wlFs1e?si=Or4mvrkwRr6toH_CVePAiA.
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podcast foi pensando como uma ferramenta artística pedagógica, e a abordagem
do Drama é construída em processo e em grupo, em cada decisão do grupo, que
leva o processo por determinado caminho, é levantado aos ouvintes possiblidades
de outras ações que poderiam ser seguidas a partir de comentários e sugestões
do autor, o que ele denominou de ´possíveis desdobramentos´.
Outra semelhança que destacamos é sobre a ambientação, que se apresenta
em ambos os trabalhos. No Drama, a ambientação cênica é primordial para a
construção do contexto ficcional promovendo a imersão das participantes no
processo criativo. no podcast, era necessário criar uma ambientação sonora
para que os/as ouvintes também fossem levados/as para outro espaço/tempo que
não fosse apenas a escuta de uma narrativa sobre algo que aconteceu.
Para tanto, cada episódio contou com vinheta de abertura, efeitos sonoros
específicos para marcar pausas ou transições, buscando estabelecer uma
atmosfera própria ao
Pod-Drama
, distinta do que se costuma esperar de um
podcast “convencional” e promovendo assim uma relação mais envolvente para
os ouvintes.
De forma estratégica e concisa, o
Pod-Drama
propôs ampliar o leque de
possibilidades de trabalho em sala de aula na educação básica, otimizando a
melhoria do tempo
versus
formação continuada de professoras e licenciandas em
Teatro, aproveitando das ferramentas digitais e utilizando das tecnologias para
inovar.
Desta maneira, o Pod-Drama tem se apresentado como um recurso
tecnológico profícuo, sendo usado em grupos de pesquisas e em formação de
professoras(res). Até o momento ele foi acessado por mais de 230 pessoas, em
quatro países diferentes.
Estes são exemplos da potencialidade de se trabalhar com abordagem do
Drama, seja na formação continuada de professoras(res), seja com a educação
básica. Ambas com possibilidades que vão reverberar nas participantes e que
podem servir como base a outras diversas formas de envolver o Drama com a
tecnologia educacional.
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Considerações Finais
A partir das reflexões propostas, compreendemos que a abordagem do
Drama pode ser e gerar tecnologias educacionais, revelando-se como uma
estratégia pedagógica capaz de responder aos desafios da formação docente e da
educação escolar no século XXI.
Entendemos que a tecnologia não envolve apenas dispositivos digitais, mas
também procedimentos, saberes e práticas culturais tornando-se, no contexto
educacional, um campo fértil para a criação de abordagens e metodologias
inovadoras, sensíveis e integradas à realidade dos sujeitos envolvidos no processo
de ensino-aprendizagem.
O Drama, pelo seu caráter formativo, criativo, imersivo, capaz de congregar
diferentes estratégias, conteúdos e elementos teatrais, pode ser utilizado em
diferentes contextos educacionais, podendo ser desenvolvido com públicos
distintos e de idades distintas. Quando realizado na escola, pode se apresentar
como uma potente tecnologia educacional.
Ao associar o Drama com o conceito ampliado de tecnologia, torna-se
possível romper com o modelo tradicional e engessado de escola, desenvolvendo
competências cognitivas, expressivas e sociais, ampliando o repertório de
possibilidades dentro da educação, trazendo o fazer artístico como possibilidade
de mudança para a educação.
Acreditamos ser necessário ressignificar a escola como espaço de criação,
investigação e experimentação. Nesse movimento, o Drama vem ao encontro de
promover habilidades para a vida, como o pensamento criativo, empatia e
pensamento crítico, deixando que a “metamorfose da escola” (Novoa, 2019)
aconteça, começando pelos estudantes.
Importante ressaltar que existe uma diferença entre o currículo que
estabelece o que uma criança deve aprender e o como uma criança pode
aprender. Por vezes os professores de Arte ficam focados em conteúdos e
“brigando” com a BNCC e/ou os referenciais estaduais e municipais de educação,
e se esquecem que estes documentos estabelecem uma lista de habilidades e
conteúdos que as crianças precisam para sua formação, mas em nenhum
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momento ou documento oficial está especificado como as crianças devem
construir estes aprendizados.
É necessário que professoras se fortaleçam com seus planejamentos e
referenciais teóricos para que possam proporcionar aos seus estudantes uma aula
voltada ao conhecimento artístico, a partir das brechas dos documentos vigentes.
Garantir que a fruição, expressão e criação sejam realizadas em sala de aula é
papel fundamental da docente e isso é previsto nos documentos oficiais.
Menegaz (2025) reflete que as tecnologias digitais como, por exemplo,
smartfones podem contribuir para “tecerem relações”, mas também, podem ser
um fator que favorece a distância entre as pessoas e levanta o questionamento
de como “o professor que está aberto ao trabalho com as novas mídias digitais
pode mensurar essas perspectivas na sua prática pedagógica?” (Menegaz, 2025, p.
191).
Acreditamos que é preciso estar aberto ao novo, a inovação que a tecnologia
traz, ao universo em que se encontram nossos estudantes em seu cotidiano, para
que dessa forma, cada uma de nós, professoras e professores de Arte, possamos
criar estratégias eficazes para romper com o engessamento do currículo, o ensino
tradicional e dialogar de forma mais direta com os educandos.
A partir disso, entendemos que o Drama e as tecnologias educacionais se
tornam aliados para criação de processos criativos na educação, podendo ser uma
forte abordagem de ensino, com grande potencial de inovação e estabelecendo
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Acesso em: 17 maio 2025.
Recebido em: 10/06/2025
Aprovado em: 12/07/2025
Universidade do Estado de Santa Catarina
UDESC
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas
PPGAC
Centro de Arte, Design e ModaCEART
Urdimento
Revista de Estudos em Artes Cênicas
Urdimento.ceart@udesc.br