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Dissecando o Teatro de Revista: um diálogo
entre França e Brasil
Sofia Fransolin Pires de Almeida
Para citar esta Resenha:
ALMEIDA, Sofia Fransolin Pires de. Dissecando o Teatro
de Revista: um diálogo entre França e Brasil.
Urdimento
Revista de Estudos em Artes Cênicas,
Florianópolis, v. 2, n. 55, set. 2025.
DOI: 10.5965/1414573102552025e0801
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Resenha da obra
PIANA, Romain.
La revue théâtrale de fin d’année en France au XIXe siècle
: Un
spectacle de l’ère médiatique. Paris: Hermann Éditeurs, 2024, 453p.
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Dissecando o Teatro de Revista: um diálogo entre França e Brasil1
Sofia Fransolin Pires de Almeida2
Resumo
Esta resenha visa apresentar à comunidade acadêmica e aos demais interessados no Teatro
de Revista um estudo inédito publicado pelo professor Romain Piana (UniversiSorbonne
Nouvelle - Paris 3) em novembro de 2024. Em seu livro, o autor destrincha o gênero teatral
francês, expondo suas principais características estruturais, dramatúrgicas e cênicas,
enfatizando a relação intrínseca entre o Teatro de Revista e o que Piana (2024) denomina
“era midiática". Tendo em vista a repercussão da Revista no Brasil, a obra de Piana se
apresenta como uma referência qualificada para adensar a compreensão sobre o gênero
teatral e estabelecer diálogos entre o Teatro de Revista francês e o brasileiro.
Palavras-chaves
: Teatro de Revista. Teatro brasileiro. Teatro francês.
Revue theater dissected: a dialogue between France and Brazil
Abstract
This critical review presents to the academic community and others interested in revue
theater the study by Professor Romain Piana (Université Sorbonne Nouvelle - Paris 3),
published in November 2024. In his book, the author carefully examines the French theatrical
genre, detailing its main structural, dramaturgical, and scenic characteristics, while
emphasizing the intrinsic link between revue theater and what Piana (2024) calls the “media
era.” Given the strong impact of the revue in Brazil, Piana’s study stands out as a qualified
reference that not only deepens the understanding of the theatrical genre, but also
encourages dialogue between the French and Brazilian traditions.
Keywords
: Revue theater. Brazilian theater. French theater.
Teatro de Revista disecado: un diálogo entre Francia y Brasil
Resumen
Esta reseña tiene como objetivo presentar a la comunidad académica y a otros interesados
en el teatro de revista el estudio inédito del profesor Romain Piana (Université Sorbonne
Nouvelle Paris 3), publicado en noviembre de 2024. En su libro, el autor analiza el género
teatral francés, describiendo sus principales características estructurales, dramatúrgicas y
escénicas, y resaltando el vínculo entre el teatro de revista y lo que denomina la “era
mediática” (2024). Dada la fuerte repercusión del género teatral en Brasil, el estudio de Piana
se consolida como una referencia clave para profundizar en su comprensión y fomentar el
diálogo entre las tradiciones francesa y brasileña.
Palabras clave
: Teatro de Revista. Teatro brasileño. Teatro Francés.
1 Revisão ortográfica, gramatical e contextual do artigo realizada por Bruna Caires Delgado, doutoranda em
Linguística pela Universidade Estadual de Campinas, mestrado em Linguística e graduação em Letras pela
Universidade Estadual de Maringá.
2 Doutoranda em Artes da Cena na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestrado em Artes da
cena e graduação em Artes Cênicas pela mesma Universidade. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (FAPESP), de processo: 2021/09296-6. s147928@dac.unicamp.br
http://lattes.cnpq.br/5417566856074837 https://orcid.org/0000-0002-6882-2815
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La revue théâtrale de fin d’année en France au XIXe siècle:
Un spectacle de
l’ère médiatique
,
livro de Romain Piana publicado em novembro de 2024 pela
Hermann Editions, fruto da tese de livre docência do autor, carrega em seu título
um território que não nos pertence. O autor visibilidade a essa questão, ainda
na capa, ao reiterar que as próximas 453 páginas serão destinadas à apresentação
e a um estudo aprofundado sobre o Teatro de Revista de Fim de Ano na França
ao longo do século XIX. Ao propor a resenha crítica de um livro que nem sequer
foi traduzido para o português, tenho como intuito incitar o interesse do público
brasileiro por uma obra que, ainda que tratando do Teatro de Revista a partir do
contexto francês, ecoa sobre a tradição revisteira nacional, explicitando a
genealogia deste gênero teatral.
Foi com alegria que recebi o manuscrito da obra de Romain Piana em janeiro
de 2024, antes mesmo de sua publicação, no intuito de adensar meus estudos
sobre o gênero teatral que, se nascido na França, encontrou no Brasil território
para se transformar e sobreviver. À época, o especialista em Teatro de Revista e
professor no Instituto de Estudos Teatrais da Université Sorbonne Nouvelle - Paris
3 indicou-me a leitura para iniciar minha pesquisa no exterior, na qual eu me
dedicaria à melhor compreensão dos gêneros teatrais franceses que influenciaram
a produção teatral carioca, numa época em que o Rio de Janeiro (sejamos justas,
a sua elite) mirava a capital francesa como modelo civilizatório a ser perseguido.
Aos que já estudaram um pouco da História do Teatro Brasileiro (ou, melhor,
a historiografia oficial fortemente embasada num recorte específico sobre o teatro
dramático de matriz europeia), não é novidade a circulação de um discurso que
afirma que a produção francesa (em especial, mas também a italiana e a
portuguesa) nos foi fortemente imposta como modelo ao longo do século XIX e
início do século XX. Afinal, se oficialmente não éramos mais uma colônia
europeia, culturalmente continuaríamos a ser por eles colonizados, mas também
aprenderíamos a antropofagiá-los.
Dentre os gêneros que povoaram os teatros e salões de espetáculo cariocas
no início do século XX, destacam-se: o
vaudeville,
a
operette,
as
féeries,
e as
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revues.
Se em um primeiro momento, ainda no século XIX, esses gêneros
chegaram ao público carioca através das turnês de companhias europeias, ao
longo do tempo, foram se transformando nacionalizando-se. Da
operette
nascem
as burletas, por exemplo, e as
revues de fin d’année
ganham em solo brasileiro
uma proporção magistral, bastante influenciada pelo Teatro de Revista Português,
através das companhias luso-brasileiras.
No Brasil, a prática do Teatro de Revista se estende até meados dos anos
sessenta do século XX, atravessando os palcos e chegando inclusive à televisão. E,
como estrela principal do fenômeno que foi a instauração do Teatro Ligeiro, a
Revista tornou-se sucesso de público e bilheteria, ainda que vista pela crítica
intelectualizada como gênero menor.
A pesquisadora Neyde Veneziano destaca-se no cenário nacional por suas
importantes contribuições ao estudo do Teatro de Revista no Brasil. Rompendo a
barreira acadêmica, Veneziano (1996; 2010; 2013) traçou em suas obras uma
história desse gênero teatral em nosso país, suas principais personalidades, obras
e convenções.
Veneziano, inclusive, enfatiza, em sua abordagem teórica, a influência do
Teatro de Revista português que, pela questão do idioma, adentrou o território
nacional com mais facilidade. A autora destaca que - nascida na França, a partir
das apresentações de artistas italianos de Commedia Dell’Arte, que radicados em
Paris começaram a fazer apresentações em feiras, afrancesando o gênero italiano
ainda no século XVII - a Revista chega à Portugal no meio do século XIX, sendo este
um dos primeiros países a recebe-la. No Brasil, o marco nacional viria apenas em
1884, com
O Mandarim
de Arthur Azevedo e Moreira Sampaio, mas a Revista
irrompe em nossas terras ainda em 1833 (Veneziano, 2013). Se o
Théâtre de
Revue
é o afrancesamento da Commedia Dell’Arte, a Revista continuidade a essa
interculturalidade ao chegar em território nacional e abrasileirar-se.
A leitura da obra de Piana surge portanto como um mergulho aprofundado
na matriz do gênero teatral que foi, por aqui, referenciado e transformado. O autor
propõe em sua obra um estudo bastante completo do
Théâtre de Revue de fin
d’année
, desde o seu surgimento, seu desenvolvimento, seus principais códigos e
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sua relação fortemente atrelada ao que aponta como o início da “era midiática".
Através da revisão “próxima da exaustão3” (Piana, 2024, p. 17) de 360 revistas
encenadas em Paris, entre os anos de 1798 e 1912, e da escolha por um
corpus
de
pesquisa que abarcasse 50% delas, Romain Piana apresenta as origens do Teatro
de Revista com as proto-revistas de caráter vaudevillesco ainda no século XVIII.
Período marcado, de acordo com o autor, pela transformação do
vaudeville
matrimonial, em que os espetáculos tendiam a ser curtos e com poucas
personagens, nas primeiras revistas de alegoria de fim de ano, com espetáculos
que apresentam em sua estrutura a ideia de revisar os principais acontecimentos
do ano anterior. O autor destaca que, entre 1798 e 1830, o fenômeno teatral da
Revue
ainda era pouco constante e não muito delineado.
A Revolução de Julho de 1830 é instaurada como marco para o
desenvolvimento de uma segunda fase do Teatro de Revista na França. Como
aponta Piana, entre os anos de 1830 e 1850, esse gênero teatral se desenvolve
imensamente, afastando-se de
vaudeville
e apostando na influência de outro
gênero teatral em voga no período, as
féeries,
e a sua clássica estrutura em
quadros
.
Se, na primeira década desse período, os espetáculos ainda resguardavam
uma forma sucinta, com poucos personagens e uma duração de
aproximadamente 45 minutos, compondo uma
soirée
com outras atrações, em
1841, a Revista sofre mais uma mudança estrutural, com o espetáculo
1841 et 1941
ou Aujourd’hui et dans cent ans,
dos irmãos Cogniard, que traz o formato de
“grande espetáculo" para uma peça com dois atos.
Em um período de vinte anos, o gênero que até então surgia nos teatros da
época de forma difusa e pouco constante, compondo noites com outras atrações,
tornou-se um espetáculo
per se.
Em sua era de ouro na França, o
Théâtre de
Revue
parisiense chegava a durar quatro horas e contava com dezenas de artistas
em seu corpo de cena.
É nesse momento que são instaurados muitos dos códigos que vieram a
3 L’étude se fonde sur une recension malgré tout assez large de près de 360 revues, entre 1798 et 1912, assez
proche de l’exhaustivité - hors petites salles de quartier - jusqu'en 1903.
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marcar o Teatro de Revista em outras regiões do mundo. Piana destaca entre eles:
a ritualização do ano que se passou através de alegorias; a prática da sátira fosse
ela social, política, de costumes, acontecimentos, ou de outras produções
artísticas da época; a exploração cada vez mais intensa de dispositivos do teatro
de
féeries,
aqui conhecido como “mágicas", explorando o gênero maravilhoso para
revelar cenários, apresentar personagens, e desenrolar a trama; e, por fim, a
instauração da ideia de viagem como dispositivo dramatúrgico fio condutor da
Revista, são muitas as revistas do período que acompanham o
compère
ou a
commère
numa viagem para um novo mundo, desconhecido e alegórico.
Na sequência, o autor desenvolve um capítulo intitulado
La fixation d’un code
(Petite Histoire du Compère et de la Commère),
em que explora com profundidade
o surgimento e desenvolvimento dessas duas figuras centrais do Teatro de Revista,
que guiam a dramaturgia através dos diferentes quadros, perpassando os
principais acontecimentos do ano precedente. Piana destaca que a dupla nasce a
partir de figuras presentes nas
féeries,
reiterando a forte ligação entre os dois
gêneros. De início a dupla consistia em um "ingênuo” (
niais
) e um "gênio” (
genie
), o
primeiro sendo a figura que embarca na viagem ao mundo desconhecido, o
segundo sendo seu guia. Com os anos, essas figuras ganham consciência de si,
como expõe o autor, e passam a comentar com mais propriedade os
acontecimentos da Revista.
Compère
e
Commère
são colocados como
espectadores profissionais que interpelam a fantasia da cena com a realidade do
público. Essa interação é realizada por meio de um jogo de interrogatório, no qual
o
compère
geralmente ocupa o papel de questionador, e a
commère
o papel de
solucionadora ou evocadora das atualidades do mundo externo para dentro da
narrativa da Revista.
Dando continuidade a lógica interna do livro que é, vale a ênfase, estruturada
sistematicamente, guiando de forma fluida os pensamentos, capítulo após
capítulo, Romain Piana aborda nos dois capítulos seguintes, primeiro a relação
entre o Teatro de Revista e as Atualidades, por meio de recursos como a
metateatralidade, e a paródia, para em seguida abordar mais detalhadamente a
dinâmica entre Teatro de Revista e a Mídia.
Em
Actualités en tout genre,
o foco está no desvelamento da característica
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fortemente metateatral que o Teatro de Revista carrega. Seja através das auto-
referências que o gênero faz a si mesmo, seja através do espelhamento paródico
de outros espetáculos teatrais da temporada ao qual a Revista se refere. Era
comum, na textualidade das Revistas, que cenas, personagens ou jargões
impactantes de outras peças fossem revisitados, reconstruídos e parodiados,
figuras emblemáticas da cena artística eram suscetíveis a ganharem imitações, e
músicas de sucesso eram constantemente recriadas nos quadros direcionados ao
próprio Teatro. O Teatro de Revista é encarado pelo autor como uma crônica
artística, que descreve, por meio de suas cenas, as atualidades do seu próprio
meio.
O olhar de Piana para o espetáculo estende-se para a própria representação
da cidade em um período de crescimento, modernização e progresso. A cidade de
Paris ocupa, naquele momento, no Ocidente, a função de símbolo de uma
civilização que evolui e se desenvolve por meio dos avanços tecnológicos,
científicos e comerciais. O Teatro de Revista assume, nesse sentido, a
representação máxima de Propaganda da
Belle Époque.
Romain Piana estende sua análise para a relação entre Teatro de Revista e
as mídias em
Revue et médias,
postulando que, para além do caráter Midiático da
revista, o gênero carrega em sua tessitura dramatúrgica e cênica uma relação
intermídia, dialogando diretamente com a Imprensa da época, propondo a ideia da
Revista como um jornal encenado. A alusão à imprensa reside nos títulos das
Revistas que, por vezes, se assemelham ou fazem referência aos principais jornais
da época, como também na ideia do Teatro de Revista se apresentar como uma
caricatura, uma sátira da atualidade.
Esse elemento caricatural está tanto no texto como na própria
mise-en-
scène
. A charge é transposta aos atores através de máscaras, figurinos, e
maquiagens cênicas; a instauração de alegorias e a referência direta a personas
públicas da época era uma prática recorrente, ainda que nem sempre bem quista.
Nesse sentido, o reconhecimento e a memória são apresentados por Romain
Piana como dois dos elementos principais na constituição dramatúrgica do Teatro
de Revista, assim como na construção de sua relação com o público. São esses
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dois elementos que - por meio da alusão e da paródia presentes, especialmente
nas canções que permeiam o espetáculo de Revista, mas também nas inúmeras
quebras da quarta parede e nos comentários autorreflexivos que geram o que
Piana denomina como um “Princípio de conivência4(Piana, 2024, p.237) entre o
palco e a plateia - fazem com que, em suma, o caráter metateatral seja tão
presente dentro do Teatro de Revista.
Piana finaliza sua tese com o capítulo
La tentation du spectacle,
no qual
disserta sobre a espetacularidade no Teatro de Revista, enfatizando duas vertentes
que corroboram para isso. A primeira vertente é a forte influência das
féeries
na
composição cênica do Teatro de Revista, desde a construção dramatúrgica em
quadros, a presença das figuras do
compère
e da
commère,
os grandes corpos de
ballet, as apoteoses e todo o maquinário cenográfico e cenotécnico que sustenta
a magia que se desenrola aos olhos do público nesse gênero.
A segunda vertente é a relação entre o Teatro de Revista e o Erotismo,
assunto que o autor disserta com profundidade também em seu artigo
Paris-
voyeur: les dispositifs spectaculaires érotiques dans la revue
(2017). O potencial
erótico diretamente atrelado à objetificação do corpo feminino e ao
male gaze
-
através das danças, mas também dos diálogos repletos de duplos sentidos, do
jogo entre o implícito e o explícito, dos trocadilhos e dos figurinos que brincavam
com a sugestão de nudez - faz parte de um “pacto voyerista" que sustenta a
espetaculadidade do Teatro de Revista, e é ponto de convergência entre gêneros
irmãos, como o cabaré, os café-concertos e o
music-hall.
Romain Piana apresenta em seu livro um estudo de qualidade histórica e
analítica ímpares. Ainda que o contexto sobre o qual se repouse seja inteiramente
francês, a sua capacidade de destrinchar o gênero teatral e de apresentar, de
forma bastante minuciosa e até mesmo didática, os elementos que compõe a
tessitura do espetáculo de revista, garantem ao livro
La revue théâtrale de fin
d’année en France au XIXe siècle: Un spectacle de l’ère médiatique
um potencial
de diálogo profícuo com a cena revisteira de outros países, inclusive e
4 Cette implication des mémoires et des processus de reconnaissance allusive, fondamentalement
parodiques, s’appuie sur une dramaturgie et une esthétique spécifiques, qui reposent sur un principe de
connivence.
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especialmente do Brasil, território que não apenas abraçou o gênero teatral
francês como o transformou num fenômeno nacional.
A instauração do diálogo intercontinental, construído por meio de uma
tradução da obra de Piana para o português brasileiro, poderia gerar um
intercâmbio interessante de saberes entre as duas nações revisteiras e, quem
sabe, expandir a compreensão e a análise acerca da instauração e da prática desse
gênero teatral no Brasil.
Referências
PIANA, Romain. « Paris-voyeur » : les dispositifs spectaculaires érotiques dans la
revue. Études théâtrales, 65(2), p. 189-209, 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.3917/etth.065.0189. Acesso em: 24 fev. 2024
PIANA, Romain. La revue théâtrale de fin d’année en France au XIXe siècle : Un
spectacle de l’ère médiatique. Paris: Hermann Éditeurs, 2024, 453p.
VENEZIANO, Neyde.
Não adianta chorar
: Teatro de Revista Brasileiro… Oba!.
Campinas: Editora da UNICAMP, 1996.
VENEZIANO, Neyde.
O Teatro de revista no Brasil
: Dramaturgia e convenções. São
Paulo: SESI-SP Editora, 2013. 2ªEdição.
VENEZIANO, Neyde. É Brasileiro, Passou de Americano.
Revista Poiésis
, v. 11, n.
16, p. 52-61, 31 dez. 2010. Disponível em:
https://periodicos.uff.br/poiesis/article/view/26977. Acesso em: 03 mar. 2025.
Recebido em: 12/03/2025
Aprovado em: 21/05/2025
Universidade do Estado de Santa Catarina
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