Cidades, espaços teatrais e experiências artísticas: uma introdução
Evelyn Furquim Werneck Lima | Leonardo Munk
Leonardo Marques de Mesentier | Isabel Maria Gonçalves Bezelga
Florianópolis, v.3, n.45, p.1-9, dez. 2022
Segue-se, ainda, no campo dos espaços para performance no espaço público, o
texto do diretor de arte José Alencar de Melo e Natassia Oliveira (UFG), com o
artigo
Teatro que roda invade a cidade: Ensaio sobre o espetáculo Das Saborosas
Aventuras de Dom Quixote
. A investigação enfatiza a ocupação do espaço urbano
como espaço cênico, entendendo a rua como possibilidade dramatúrgica. Para a
análise, os autores consideram o conceito de teatro de invasão, proposto pelo
diretor André Carreira e inauguram a categoria de “organiCidade”, propondo
ampliar a noção de espacialidade no campo das Artes da Cena.
Segue-se o artigo
A carne fria - performance, espaços públicos e ativismo
político na cena contemporânea
, de Elizabeth Jacob (UFRJ), em que reflete sobre
a performance política do grupo
Anima Naturalis
em frente à Catedral de
Barcelona, Espanha. Ao buscar novas dimensões políticas, éticas e estéticas, a
autora analisa os discursos cênicos que operam no corpo e no espaço urbano.
Ainda, para investigar as relações entre corpo, espaço arquitetônico e cidade, tem-
se o artigo de Laila Padovan (UNICAMP), intitulado
Corpo, espaço arquitetônico e
cidade: experiências performativas no Centro Cultural São Paulo
onde são
discutidas as possibilidades de ação e ocupação dos espaços não reprodutores de
valores patriarcais, colonialistas e capitalistas presentes nas formas arquitetônicas
e em suas regras de uso. No próximo artigo do dossiê,
Cidade e experiência
estética: ocupar as ruas, para ocupar os currículos
, de Abimaelson Santos (UFMA),
há o debate e reflexão sobre as possibilidades formativas que a cidade pode
oferecer na construção de artefatos estéticos e, mais, algumas possíveis relações
entre currículo de pesquisadores acadêmicos, a cidade e a cultura na formação
artística.
Encerrando a seção de artigos do dossiê temático, no artigo
Sensorialidade
no espaço cênico: Vestido de Noiva, Roda Viva e Trate-me Leão
, de Delano Delfino
(UFRJ), Cêça Guimaraens (UFRJ) e Weber Schimiti (UFRJ), são retomadas três
peças encenadas no Rio de Janeiro em diferentes temporalidades nos edifícios do
Theatro Municipal em 1943, do Teatro Princesa Isabel em 1968 e do Teatro Dulcina
em 1977, discutindo a forma sob a qual a “sensorialidade” promoveu a quebra da
“quarta parede”. Os autores demonstram que, apesar de terem sido encenadas
em palcos italianos, as peças estudadas proporcionaram aos espectadores