Escritas aprisionadas: fontes (im)possíveis para a História do Tempo Presente
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180316432024e0109Palavras-chave:
escritos de presos, história do tempo presente, história públicaResumo
Este artigo trata de produções escritas por prisioneiros comuns no século XX. A primeira parte do texto problematiza como estas fontes podem servir para pensar as diferentes camadas que compõem as práticas institucionais, possibilitando a ampliação do olhar a respeito da história das prisões. A análise perpassa as disputas pela memória que se entrelaçam à dicotomia binária “presos políticos” e “presos comuns”. Por fim, o artigo explora como a pesquisa, a partir dessas fontes, pode ter seus resultados transmutados em produtos que visam alcançar um público mais amplo, focando no processo de criação de podcasts baseados em vidas atravessadas pela experiência institucional. A proposta, toma história das prisões como um tema movediço e incontornável para a história do tempo presente.
Downloads
Referências
ALVAREZ, Marcos. Prefácio. In: BORGES, Viviane; SALLA, Fernando. Prisões: introdução à pesquisa. Rio de Janeiro: Mórula, 2023. p. 09-14.
ANTONACCI, Giovanna de Abreu. Os presos comunistas nos cárceres da Ilha Grande (1930-1945). 2014. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014.
ARTIÈRE, Philippe. La prisión de finales del siglo xix: una máquina grafómana. In: CASTILLO GÓMEZ, Antonio; SIERRA BLAS, Veronica (eds.). Letras bajo sospecha: escritura y lectura en centros de internamento. Gijón: Trea, 2005. p. 135-146.
ARTIÈRES Philippe. Crimes écrits: la collection d'autobiographies de criminels du professeur A. Lacassagne. Genèses, [França], v. 19, p. 48-67, 1995. Número temático Incriminer.
ARTIÈRE, Philippe. Entretien avec Philippe Artières. [Entrevista concedida a] Alice Aterianus-Owanga, Nora Greani and Philippe Artières. Gradhiva, [s. l.], v. 24, p.190-205, 2016.
BENEDITO, Vanessa Oliveira. Percepções da prisão: presos políticos e presos comuns enquadrados na Lei de Segurança Nacional no Instituto Penal Cândido Mendes durante a ditadura militar. 2017. Dissertação (Mestrado em História Social) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
BORGES, Viviane; DE WIT, Carolina. Histórias marginais. São Paulo: Letra & Voz, 2022.
BORGES, Viviane. A muralha cinzenta e o pórtico majestoso: o processo de patrimonialização do Complexo Penitenciário do Carandiru. Tempo, [Niterói], v. 28, n. 3, p. 241-62, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/TEM-1980-542X2022v280312. Acesso em: 12 nov. 2023.
BORGES, Viviane; SALLA, Fernando. Prisões: introdução à pesquisa. Rio de Janeiro: Mórula, 2023.
BORGES, Viviane. Produções textuais de presos comuns (século XX). Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, Rio Grande, v. 15, n. 31, p. 345-368, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.14295/rbhcs.v15i31.15915. Acesso em: 12 nov. 2023.
GALEANO, Diego; CORRÊA, Larissa; PIRES, Thula. Prefácio. In: GALEANO, Diego; CORRÊA Larissa; PIRES, Thula (orgs.). De presos políticos a presos comuns: estudos sobre experiências e narrativas de encarceramento. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2021. p. 7-22.
CHAUVAD, Frédéric; PETIT, Jacques-Guy. L’histoire contemporaine et les usages des archives judiciaires (1800-1939). Paris: H. Champion, 1998.
DOSSE, François. A história em migalhas: dos Annales à Nova História. São Paulo: Ed. UNESP, 2013.
FANON, Frantz Fanon. Les damnés de la Terre. Préface de Jean-Paul Sartre. Paris: Maspéro, 1961.
FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos IV: estratégia, poder-saber. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.
GÓMEZ, Antonio Castillo. Grafias no cotidiano: escrita e sociedade na história (séculos XVI a XX). Rio de Janeiro: EDUFU, 2021.
GÓMEZ, Antonio Castillo. Escrito en prisión. Las escrituras carcelarias en los siglos XVI y XVII. Península. Revista de Estudos Ibéricos, Porto, n. 0, p. 147-170, 2003.
OLIVEIRA, Priscila. Um olhar para os presos comuns nas memórias
dos presos políticos da Era Vargas. In: GALEANO, Diego; CORRÊA Larissa; PIRES, Thula (orgs). De presos políticos a presos comuns: estudos sobre experiências e narrativas de encarceramento. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2021. p. 61-92.
ONU. ONU: impunidade por tortura nas prisões é regra no Brasil. Brasil: ONU, 23 jan. 2017. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/75556-onu-impunidade-por-tortura-nas-pris%C3%B5es-%C3%A9-regra-no-brasil. Acesso em: 12 abr. 2024.
ONU. 1 Data matters: nearly twelve million people imprisoned globally, nearly one-third unsentenced with prisons overcrowded in half of all countries. [EUA]: ONU, c2021. Disponível em: https://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/statistics/DataMatters1_prison.pdf. Acesso em: 12 abr. 2024.
PENITENCIÁRIA DE FLORIANÓPOLIS. Dossiê 116. Florianópolis, 1933.
PERROT, Michele. Os excluídos da história: operários, mulheres, prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
ROUSSO, Henry. A última catástrofe: a história, o presente, o contemporâneo. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2016.
SANTA CATARINA. PENITENCIÁRIA DE FLORIANÓPOLIS. Regimento Interno da Penitenciária de Florianópolis, 1931. Florianópolis, 1931.
SANTHIAGO, Ricardo. História pública e autorreflexividade: da prescrição ao processo. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 23, p. 286-309, jan./mar. 2018. Disponível em:https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180310232018286. Acesso em: 12 nov. 2023.
SANTOS, Myriam Sepúlveda dos. Os porões da República: a barbárie nas prisões da Ilha Grande 1894-1945. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
SALLA, Fernando. As prisões em São Paulo (1822-1940). São Paulo: Annablume-Fapesp, 1999.
SALVATORE, Ricardo D. Salvatore; AGUIRRE, Carlos. Revisitando el nacimiento de la penitenciaría en América Latina veinte años despues. Revista de Historia de las Prisiones, Buenos Aires, n. 4, p 7-42, Enero/Jun. 2017.
SEGATO, Rita. A cor do cárcere na América Latina. Notas sobre a colonialidade da justiça em um continente em desconstrução. In: SEGATO, Rita. Crítica da colonialidade em oito ensaios e uma antropologia por demanda. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2021. p. 287-314.
SÜSSEKIND, Elizabeth. Estratégias de sobrevivência e de convivência nas prisões do Rio de Janeiro. 2014. 232 p. Tese (Doutorado em História, Política e Bens Culturais) – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Fundação Getúlio Vargas, 2014.
TROUILLOT, Michel-Rolph. Silencing the past: power and the production of history. Boston: Beacon Press, 1995.
ZAFFARONI, Eugênio Raul. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. Rio de Janeiro: Revan, 1991.
ZINN, Howard. A people’s history of the United States (1980), paru en France sous le titre: une histoire populaire des États-Unis de 1492 à nos jours. Marseille: Agone, 2002.
WHIRIFIELD, Joey. Prison writing of Latin America. [S. l.]: Bloomsbury Academic, 2018. 208 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Tempo e Argumento

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Tempo e Argumento.