Pensar com os mitos: sobre ecologia nos boitatás de Franklin Cascaes

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https://doi.org/10.5965/2175180314352022e0201

Resumo

Boitatá é um mito de origem tupi que protege os campos contra aqueles que os incendeiam. Nas décadas de 1960 e 1970, quando a Ilha de Santa Catarina passava por um forte processo de modernização, com impacto no meio ambiente, o artista folclorista, Franklin Cascaes (1908-1983) inventou aproximadamente 30 iconografias para o boitatá no grafite ou no bico-de-pena, invocando-o a restaurar a mitosfera ilhoa. Na ficção, as figuras de boitatá assumem o papel de porta-voz do discurso ambientalista do artista e de sua visão cosmológica do mundo. A partir da abordagem da relação entre “mito” e “natureza”, o artigo tem por objetivo mostrar como Cascaes pensava por imagem, inserindo-se no debate ecológico que eclodiu à época em esfera global. Essa preocupação se foi tornando cada vez mais forte até os dias atuais, tempo do Antropoceno, quando o ser humano passa a ser um agente geológico que afeta o planeta como um todo. Como conclusão, levanta-se o alerta, com base em referências teóricas, para o risco de criarmos uma humanidade de exclusão de todas as outras possíveis e de todos os outros seres que habitam a Terra.

Palavras-chave: Franklin Cascaes; Boitatá; folclore; mito; ecologia.

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Biografia do Autor

Maria Bernardete Ramos Flores, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutora em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professora do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGH-UFSC). Pesquisadora do CNPq.

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Publicado

2022-04-30

Como Citar

FLORES, Maria Bernardete Ramos. Pensar com os mitos: sobre ecologia nos boitatás de Franklin Cascaes. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 14, n. 35, p. e0201, 2022. DOI: 10.5965/2175180314352022e0201. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180314352022e0201. Acesso em: 22 dez. 2024.