Relações de gênero no livro didático de História: a disputa entre a norma e os costumes em 2007 e 2015
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180312302020e0205Resumo
Analisamos as concepções de masculinidades e/ou feminilidades presentes na materialidade discursiva de livros didáticos de História endereçados ao Ensino Médio público brasileiro. Enquanto fontes, selecionamos edições distintas da obra “História Global – Brasil e Geral”: a edição volume único, aprovada pelo edital do PNLEM/2007; e a coleção didática aprovada pelo edital do PNLD/2015. Em diálogo com Scott (1994, 1995, 1998), Crenshaw (2002, 2012, 2017) e Akotirene (2018), mobilizamos nessa análise o conceito de “modos de endereçamento” (ELLSWORTH, 2001). Advindo dos estudos de cinema e comunicação, o conceito diz respeito ao evento de relação entre o texto fílmico e o lugar social do público. Consideramos que a análise do endereçamento nos livros didáticos de História compreende a observação das estratégias de estruturação e apresentação dos enunciados disponibilizados pelas obras. Concluímos que a abordagem dos conhecimentos históricos adotada pela obra, conforme os costumes, naturalizou assimetrias de poder entre as masculinidades e feminilidades históricas e socialmente construídas. Tomadas enquanto “dado” histórico indigno de nota nos “textos principais”, a composição atualizou, no conhecimento histórico escolar, apesar dos regramentos, os posicionamentos costumeiros relativos ao masculino e feminino.
Palavras-chave: Livros didáticos - História. Identidade de Gênero. Igualdade na Educação
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