Industrialização e crise ambiental: a representação do desastre nuclear em Vozes de Tchernóbil, de Svetlana Aleksiévitch

Autores

  • Alfredo Ricardo Silva Lopes Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Professor Adjunto
  • Rauer Ribeiro Rodrigues Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Professor Associado

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180311262019044

Resumo

O artigo utiliza a obra Vozes de Tchernóbil, de Svetlana Aleksiévitch, como representativa para analisar o modo pelo qual os seres humanos compreendem seus processos de produção de energia. Assim, a literatura emerge como fonte histórica para avaliar a relação entre a atual crise ambiental e o modelo industrial que tomou forma a partir de meados do século XVIII na Inglaterra, um dos marcos inauguradores da Era Contemporânea. Dessa forma, busca-se considerar a produção do desastre nuclear como um acontecimento representativo da crise ambiental contemporânea.

 

Palavras-chave: História Contemporânea. Crise Ambiental; Desastre Nuclear de Tchernóbil. Literatura. Svetlana Aleksiévitch.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alfredo Ricardo Silva Lopes, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Professor Adjunto

Atualmente é Professor Adjunto B da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campus Pantanal. Possui Graduação, Mestrado e Doutorado (com período do Programa do Doutorado Sanduíche no Exterior realizado no Rachel Carson Center, sob orientação de Christof Mauch) em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pós-doutorado em andamento no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campus Três Lagoas. Realiza pesquisas na área de História Ambiental e uso da Literatura no Ensino de História.

Rauer Ribeiro Rodrigues, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Professor Associado

Professor Associado da UFMS, atua na área de Literatura Brasileira no Câmpus do Pantanal, em Corumbá, e como professor permanente no PROFLETRAS da UFMS de Três Lagoas e no PPG-Letras Mestrado e Doutorado da UFMS de Três Lagoas. Integra o GT História da Literatura da ANPOLL. Coordena o Grupo de Pesquisa Literatura e Vida - GPLV: http://gpliteraturaevida.blogspot.com. Possui graduação em Estudos Sociais (1990) e História (ISEPI, 1991), especialização em Literatura Comparada (UFU, 2001), doutorado em Estudos Literários (Unesp, Araraquara, 2006), e Pós-Doc (UERJ, 2012). Suas publicações voltam-se principalmente para os seguintes temas: conto, teorias do conto, literatura brasileira, escrita feminina, história da literatura, literatura e história, literatura e ensino, teoria da literatura, literatura comparada e literatura regional de Mato Grosso do Sul. Alguns de seus artigos estão em https://ufms.academia.edu/Rauer. É ficcionista, com sete títulos publicados

Referências

ALEKSIÉVITCH, Svetlana. Vozes de Tchernóbil. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São. Paulo: Perspectiva, 2002.

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Ed. 34, 2010.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul. 2006.

CRUTZEN, Paul .J.; STEFFEN, Will. How long have we been in the Anthropocene era? Climatic Change, n. 61, p. 251-257, 2003.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiência do tempo. Belo Horizonte: Autentica editora, 2015.

HOBSBAWM, Eric. J. A Era das Revoluções: Europa 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

KLANOVICZ, Jó. História ambiental e desastres: encontros entre política, tecnologia e sociedade. História Unisinos, v. 17, p. 293-302, 2013.

LEINFELDER, Reinhold. Assuming Responsibility for the Anthropocene: challenges and opportunities in education. In: TRISCHLER, H. Anthropocene: Envisioning the Future of the Age of Humans. RCC Perspectives, Munich, n. 3, p. 9-28, 2013.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Ed. da UNICAMP, 2003.

LOPES, Alfredo R. S. Desastres socioambientais e memória no sul de Santa Catarina (1974-2004). Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2015.

LUKÁCS, Georg. A Teoria do Romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000.

MARKS, Robert. The (modern) World since 1500. In: MCNEILL, John Robert; MAULDIN, Stewart. A companion to Global Environmental History. Nova York, Londres: Wiley- Blackwell, 2012, p. 57-78.

MCNEILL, John. R. Something New Under the Sun: an environmental history of the twentieth-century world. New York: W. W. Norton & Co., 2000.

NORA, Pierre. “Entre memória e história: a problemática dos lugares”. Projeto História. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP, n. 10. São Paulo, dez. 1993.

OLIVER-SMITH, Anthont. Theorizing disasters. In: OLIVER-SMITH, A.; HOFFMAN, S.M. (Orgs). Catastrophe & culture: anthropology of disaster. New Mexico: School of American Research Press, 1999.

RAUER, Ribeiro Rodrigues. Faces do conto de Luiz Vilela. Araraquara, 2006. 2 v., xiv, 547 f. Tese (Doutorado em Estudos Literários) – FCL-Ar, Unesp, 2006. Disponível em: http://gpluizvilela.blogspot.com/. Acesso em: 8 ago. 2018.

SEIXAS, Jacy. Vozes de Tchernóbil: o tempo suspenso, o horror e a linguagem da memória e do esquecimento. Revista Gragoatá (UFF), v. 23, p. 53-70, 2018.

Downloads

Publicado

2019-04-15

Como Citar

LOPES, Alfredo Ricardo Silva; RODRIGUES, Rauer Ribeiro. Industrialização e crise ambiental: a representação do desastre nuclear em Vozes de Tchernóbil, de Svetlana Aleksiévitch. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 11, n. 26, p. 44–66, 2019. DOI: 10.5965/2175180311262019044. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180311262019044. Acesso em: 23 dez. 2024.