As teses narrativistas na linhagem anglo-americana da teoria da história
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180310242018064Resumo
Com vistas a contribuir para uma maior familiaridade com a linhagem anglófona da teoria da história, este artigo oferece uma exegese do exame narrativista realizado no pensamento historiográfico anglo-americano a partir de meados do século XX, por meio de obras que apresentaram alguns dos questionamentos seminais da filosofia analítica relacionados ao significado dos enunciados e aos esquemas conceituais e lógicos da história. Não se trata, contudo, de propor uma arqueologia da filosofia analítica da história nem de tentar percorrer o itinerário do debate sobre a filosofia da linguagem desde o Tractatus Logico-Philosophicus de Wittgenstein. Busca-se, mais precisamente, oferecer uma apresentação breve de alguns debates teóricos que antecederam o que se convencionou denominar linguistic turn, enumerando as linhas gerais de seus autores e argumentos determinantes, com o objetivo de ajudar a tornar a tradição anglófona do pensamento teórico acerca da história mais familiarizada no Brasil. Para isso, descreve-se o contexto e a distinção da teoria da história de linhagem anglófona e da teoria da história da linhagem francófona, para, em seguida, explicar como a crítica à tese de Carl Gustav Hempel ajudou a promover reflexões que redundaram nas teses narrativistas que precederam as obras de Louis Mink e de Hayden White. Demonstra-se, assim, a existência de um interesse progressivo de filósofos analíticos pela teoria da história e, como resultado da consolidação de tal interesse, o estabelecimento de um contexto propício ao florescimento das teses narrativistas.
Palavras-chave: Teoria da História. Filosofia Analítica. Narrativismo. Virada Linguística.
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