Teoria da História – a escrita, o lugar do morto e do assombro: diálogos com Michel de Certeau

Autores

  • Leandro Seawright Alonso Universidade de São Paulo - FFLCH/USP

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180309212017375

Resumo

Pretende-se problematizar a escrita da História com base em uma parte da teoria do historiador francês Michel de Certeau. Para tanto, abordam-se outros autores, de lugares acadêmicos distintos, por meio dos quais se promovem diálogos epistemológicos com Certeau. A análise teórica que se segue busca dialogar com um conceito de escrita que considera a História como uma “escrita de mortos”. Expressões como escrita, narrativa, representação, morte e assombro são consideradas com o fito na “problematização” que se apresenta. De uma parte da obra de Michel de Certeau, almeja-se uma polissemia em contato com diferentes historiadores apresentados no desenvolvimento do texto; faz-se alusão a um episódio da peça shakespeariana “Hamlet” e às noções psicanalíticas apresentadas por Michel de Certeau com fulcro em textos de Sigmund Freud e Jacques Lacan.

 

Palavras-chave: Teoria da História. Escrita da História. História.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leandro Seawright Alonso, Universidade de São Paulo - FFLCH/USP

Pós-doutorando no Departamento de História da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP. Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo – FFLCH/USP. Atualmente é coordenador do Núcleo de Estudos em História Oral – NEHO/USP, ao lado de José Carlos Sebe Bom Meihy. Foi pesquisador da Comissão Nacional da Verdade, CNV. E-mail: leandroneho@gmail.com

Referências

ANKERSMIT, Frank Rudolf. A Escrita da História: a natureza da representação histórica. Londrina: UdUEL, 2012.

BARTHES, Roland. I: teoria. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.

__________. O espaço literário. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.

BLOCH, Marc. Apologia da história, ou, O ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2001.

BOURDÉ, Guy; MARTIN Hervé. As Escolas Históricas. Lisboa: Publicações Europa-América, 1983.

BURKE, Peter. A Rewvolução Francesa da Historiografia: a Escola dos Annales 1929 – 1989. São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista, 1991.

CATROGA, Fernando. O culto dos mortos como uma poética da ausência. ArtCultura, Uberlândia, v. 12, n. 20, p. 163-182, jan.-jun. 2010.

CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense, 2011.

__________. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1998.

__________. História e psicanálise: entre ciência e ficção. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

CHARTIER, R. On the edge of the cliff: history, language and practices. Baltimore: Johns Hopkins, 1997.

__________. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietudes. Porto Alegre: Editora Universidade, 2002.

__________. A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

DOSSE, François. "‘Michel de Certeau, jalons d’un itinéraire’." In: EspacesTemps.net, Laboratoire, 2002b.

__________. Michel de Certeau, le marcheur blessé. Paris: La Découverte, 2002a.

FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos. Edição Eletrônica Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. 5. Rio de Janeiro, Imago, 1990.

HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Vertice, 1990.

HARLAN, D. The degradation of American history. Chicago : Chicago University Press, 1997. STONE, L. The revival of narrative: reflexions on a new old history. Past and Present. 85, 1979, p. 3-24.

HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções, 1789 0 1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

__________. Sobre história. São Paulo Companhia das Letras, 2013.

IGGERS, Gorg G. Historiography in the Twentieth Century: From Scientific Objectivity to the Postmodern Challenge. Hanover: Wesleyan University Press, 1997.

JONES, E. Hamlet e o complexo de Édipo. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.

LACAN, Jacques. Hamlet por Lacan. São Paulo: Escuta, 1986.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da UNICAMP, 2003.

MEZAN, R. Freud: a trama dos conceitos. São Paulo: Perspectiva, 1998.

PINTO, Aline Magalhães; VALINHAS, Mannuella Luz de Oliveira. Historicidade, retórica e ficção: interlocuções com a historiografia de Dominick LaCapra. Revista Rhêtorikê. No3. 1-18, Junho de 2010.

PRADA, Renato Oropeza. Linguistica y Literatura. Xalapa, Mexico: Univ. Veracruzana, 1978.

SHAKESPEARE, W. Hamlet: príncipe da Dinamarca. São Paulo: Peixoto Neto. (Trabalho original publicado em 1601), 2004.

SOUZA, Maurício Rodrigues de. Psicanálise e o Complexo de Édipo (NOVAS) Observações a partir de Hamlet. Psicologia USP, 2006, 17 (2), 135-155.

VASCONCELOS, José Antonio. A História e a sedução da Narrativa. REVISTA UNIANDRADE v.11/n.02, Julho – Dezembro 2010.

__________. Quem tem medo de teoria? A ameaça do pós-modernismo na historiografia americana. São Paulo: Annablume; FAPESP, 2005.

WHITE, H. Tropics of discourse: essays in cultural criticism. Baltimore : Johns Hopkins University Press, 1985.

__________. Trópicos do discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.

ZERUBAVEL, Eviatar. Times maps: collevtive memory and the social shape of the past. Chicago: The University of Chigado Press, 2003.

Downloads

Publicado

2017-09-26

Como Citar

ALONSO, Leandro Seawright. Teoria da História – a escrita, o lugar do morto e do assombro: diálogos com Michel de Certeau. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 21, p. 375–401, 2017. DOI: 10.5965/2175180309212017375. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180309212017375. Acesso em: 13 nov. 2024.