Memórias de um massacre: violência em A Guerra dos Pelados (Sylvio Back, 1971)

Autores

  • Rosane Kaminski UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180309212017153

Resumo

Em 1971, no contexto dos anos de chumbo da ditadura civil-militar brasileira, o cineasta Sylvio Back lançou o seu segundo filme de longa-metragem, A Guerra dos Pelados, que versa sobre o Movimento do Contestado. A tônica do filme é pessimista e representa a opressão e o massacre sofridos pela comunidade de posseiros, tanto por parte dos fazendeiros locais, quanto pelas autoridades militares. Com tal obra, ao mesmo tempo em que edificava uma memória sobre o passado histórico brasileiro, Back posicionava-se frente às questões do seu tempo. O filme carrega uma ambiguidade bastante significativa ante seu contexto de produção, no que concerne à relação entre os grupos resistentes e a imposição do poder militar por meio do uso da violência. Partindo dessa relação metafórica entre o filme histórico e o seu tempo de produção, este artigo discute as formas de figuração da violência no filme, considerando que essas situações se distinguem por sua função dentro do enredo: algumas vezes, a violência é utilizada como instrumento de coerção, visando garantir a manutenção do poder e o predomínio das formas de dominação e exploração; noutras, a violência pode surgir como instrumento revolucionário, buscando transgredir as relações de poder que se arraigaram.

 

Palavras-chave: BACK, Sylvio - 1937. Cinema e História. Brasil - História - Campanha do Contestado, 1912-1916. Violência.

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Biografia do Autor

Rosane Kaminski, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Professora da Graduação e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPR, orienta e persquisa na área de História e Imagens. Doutora em História com tese sobre a relação entre cinema e história.

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Publicado

2017-09-26

Como Citar

KAMINSKI, Rosane. Memórias de um massacre: violência em A Guerra dos Pelados (Sylvio Back, 1971). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 21, p. 153–180, 2017. DOI: 10.5965/2175180309212017153. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180309212017153. Acesso em: 25 dez. 2024.