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Presumido com benefício fiscal municipal e benefício federal da Desoneração da Folha de
Pagamentos.
Logo, a variação positiva do Caixa Líquido das Atividades Operacionais entre a
projeção a) e a projeção d) corresponde a 7,21%. Isso não significa que a organização apresenta
esse montante de lucro, mas sim que houve o autofinanciamento das obrigações, permitindo
que o resultado possa ser aplicado na liquidação dos outros fluxos.
Esse achado sugere que com o adequado planejamento tributário – método que examina
licitamente, considerando operações e as atividades, a obtenção de menor ônus fiscal, elisão
fiscal – e, planejamento financeiro, – processo pelo qual são elaboradas, projetadas e analisadas
demonstrações que geram impactos nos recursos financeiros a fim de disponibilizar as
melhores alternativas à tomada de decisões – é, portanto, possível gerar economias, garantindo
o autofinanciamento no fluxo de caixa operacional. A abordagem não só garante a saúde
financeira da entidade, como diminui a dependência de recursos de terceiros.
Apresentou-se aqui, à luz das concepções de Vicente (2005), um modelo incubador
funcionalista de elaboração do planejamento tributário no fluxo de caixa operacional e espera-
se que gestores, pesquisadores e estudantes interessados repliquem, refutem e critiquem com a
finalidade de agregar valor ao modelo e possibilitar que empresas de pequeno e médio porte
tenham acesso a ferramentas mais palpáveis e de fácil compreensão de planejamento e controle
financeiro, sendo essa a maior contribuição da pesquisa ao mercado.
Das três lacunas apresentadas na Tabela 2, apenas a 1 e 1.1 não foram amadurecidas no
exposto, visto que as lacunas 2 e 3 demonstram que a combinação da projeção/simulação do
planejamento financeiro e tributário são aliados da continuidade das empresas e podem
subsidiar a tomada de decisão de empresas com limitação de porte, conforme apresentado nas
projeções de fluxos de caixa operacional da Alfa Comunicações, simulados no enquadramento
dos regimes, refletindo uma economia de R$ 120.328,55.
A literatura expressa na Tabela 1 embasa o modelo criado, mas aponta-se que o trabalho
corrobora com: Belokurows, Bortoluzzi e Silva (2017), por entregar uma ferramenta que alinha
a teoria às dificuldades da prática de gestão de desempenho nas PME; Lizote et al. (2017), por
instrumentalizar um caminho viável de diminuir as dificuldades relacionadas ao capital de giro
e planejamento tributário, variáveis que comprometem a sobrevivência das PME; e com Vieira
e Batistoti (2015), que apontam a simulação da DFC como um subsídio da tomada de decisões
em pequenas e médias empresas. Reafirma-se que a Desoneração da Folha de Pagamentos
promove a economia de recursos financeiros, consoante Silveira e Raupp (2017), Silva et al.
(2017), Bertini e Wünsch (2014), Brocker e Silva (2015), Echevarrieta et al. (2015), Finizola,
Cruz e Santos (2019), Almeida e Santos (2015); bem como os benefícios aplicados no ISSQN,
conforme Fagundes, Kuhnen e Haskel (2018). Espera-se orientar profissionais, gestores, cargos
de chefia, membros da administração e sobretudo microempresários acerca do manuseio e
manutenção da DFC como uma ferramenta de suporte a tomada de decisão (Moterle et al.,
2019; Silva et al., 2022; Arola, 2015; Toledo Filho, et al., 2010; Araujo, Teixeira & Licório,
2015). Finalmente, confirma o posicionamento de Paula (2018) quanto à capacidade do
planejamento tributário diminuir os gastos das empresas.
Os pontos de limitação da pesquisa são identificados quando a projeção parte de uma
observação a empresas reais e não com dados primários de empresas reais, mediante a
dificuldade e impossibilidade de acesso já mencionada e pela projeção não levar em
consideração o risco causado por fatores econômicos que influenciam o valor do dinheiro no
tempo, posto que a simulação leva em conta a variação histórica das empresas visitadas.
Contudo, recomenda-se para a realização de pesquisas futuras as projeções com todos
os regimes de tributação instituídos pela legislação tributária brasileira, bem como a projeção
dos fluxos de financiamento e investimentos, com a investigação das políticas de concessão de
créditos e aplicação de recursos. Aconselha-se a projeção em diversos anos, para que se